quinta-feira, 31 de outubro de 2013

HOMÍLIA PAPA FRANCISCO NOVEMBRO * DEZEMBRO 2013




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEXTA-FEIRA, O1 DE NOVEMBRO DE 2013
A SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS É UMA 

OCASIÃO PARA PENSAR EM NOSSO FUTURO 
NA ESPERANÇA QUE NOS ACOMPANHA NAVIDA.
MISSA NO CEMITÉRIO DE VERENO DE ROMA
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal


Neste momento, antes do pôr do sol, neste Cemitério, nos reunimos e pensamos no nosso futuro, pensamos em todos aqueles que já partiram, todos aqueles que nos precederam na vida e estão com o Senhor. É tão bonita esta visão do céu que nós ouvimos na primeira leitura (cf. Ap 7,2-4.9-14). Senhor Deus a beleza, a bondade, a verdade, a ternura, o amor total, aquilo que nos espera e aqueles que nos precederam, que morreram no Senhor e estão lá. Proclamam que foram santos, não pelas suas obras, fizeram obras boas, mas foram salvos pelos Senhor, a salvação pertence ao nosso Deus, é Ele que nos salva, é Ele que nos leva, como um Pai, pela mão, no final da nossa vida. Precisamente naquele Céu onde estão nossos antepassados.

Um dos anciãos faz uma pergunta: quem são esses vestidos de branco, esses justos, esses santos, que estão no céu? São aqueles que vêm de uma grande tribulação e lavaram suas vestes, tornando-as cândidas no sangue do Cordeiro. Somente entraram no céu, graças ao sangue do Cordeiro, graças ao sangue de Cristo. É o sangue de Cristo que nos justificou, que abriu as portas do Céu, e se hoje recordamos esses nossos irmãos que nos precederam na vida, que estão no Céu, é porque eles foram lavados pelo sangue de Cristo. Essa é nossa esperança. A esperança do sangue de Cristo. Essa esperança não dá desilusão. Esperamos na vida, como o Senhor. Ele não cria nenhuma desilusão, não nos dá desilusão, jamais.

João dizia aos seus apóstolos e seus discípulos: veja que grande amor Ele deu, o Pai, para sermos chamados filhos de Deus (cf. 1 Jo 3, 1-3). Por isso, o mundo não nos conhece, somos filhos de Deus, mas o que seremos ainda não nos foi revelado, é muito mais. Quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos como Ele é. Ver Deus, ser semelhante a Deus, essa é a nossa esperança. E hoje, no dia de todos os santos, antes do dia dos mortos, é necessário pensar um pouco na esperança. Essa esperança que nos acompanha na vida.

Os primeiros cristãos falam da esperança e a pintavam como uma âncora, como se a vida fosse a âncora naquela margem, onde todos nós, andando, indo, segurando a corda. É uma belíssima imagem, essa esperança. O coração ancorado lá, onde estão os nossos antepassados, os santos, onde se encontra Jesus, onde está Deus. Esta é a esperança, esta é a esperança que não cria desilusão.

Hoje e amanhã são dias de esperança. A esperança é como o fermento que faz ampliar a alma, mas também existem momentos difíceis na vida, mas com a esperança a alma vai avante, avante. Olha, olha aquilo que te espera! Hoje é um dia de esperança, os nossos irmãos e irmãs estão na presença de Deus, também nós, estaremos ali por graça do Senhor, se nós caminharmos na estrada de Jesus.

E conclui o apóstolo: cada um que tem essa esperança n’Ele purifica a sim mesmo. Também a esperança nos purifica, nos faz ir mais depressa. Nesse pré pôr do sol, cada um de nós pode pensar no pôr do sol de cada um, no meu, no seu, no nosso. Todos nós termos esse pôr do sol, mas eu olho para ele com esperança? Olho com aquela alegria de ser recebido pelo Senhor? Esse é o olhar cristão, isso nos dá paz. Hoje é dia de alegria, mas de uma alegria serena, tranquila, alegria da paz.

Vamos pensar no pôr do sol de tantos irmãos que nos precederam, o nosso pôr do sol que virá, vamos pensar no nosso coração, e vamos nos perguntar: onde está ancorado o meu coração? Se ele não está ancorado bem, vamos ancorá-lo lá, lá em cima sabendo que a esperança não nos dá desilusão, porque o Senhor Jesus jamais irá nos desiludirá.








HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEGUNDA-FEIRA, 04 DE NOVEMBRO DE 2013
SUFRÁGIO DOS CARDEAIS E 
BISPOS 
FALECIDOS AO LONGO DO ANO.
MISSA NA BASÍLICA VATICANA.
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal


No clima espiritual do mês de novembro, marcado pela recordação dos fiéis falecidos, recordamos os irmãos Cardeais e Bispos de todo o mundo que retornaram à casa do Pai durante este último ano. Enquanto oferecemos para cada um desses esta santa Eucaristia, peçamos ao Senhor para conceder a eles o prêmio celestial prometido aos servos bons e fiéis.

Escutamos as palavras de São Paulo: “Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8, 38-39).

O apóstolo apresenta o amor de Deus como o motivo mais profundo, invencível da confiança e da esperança cristãs. Ele elenca as forças contrárias e misteriosas que podem ameaçar o caminho da fé. Mas logo afirma com segurança que se mesmo toda a nossa existência é cercada de ameaças, nada poderá nunca nos separar do amor que o próprio Cristo mereceu por nós, doando-se totalmente. Mesmo se os poderes demoníacos, hostis ao homem, ficam impotentes diante da íntima união do amor entre Jesus e quem o acolhe com fé. Esta realidade do amor fiel que Deus tem por cada um de nós ajuda a enfrentar com serenidade e força o caminho de cada dia, que às vezes é enviado, às vezes é lento e cansativo.

Somente o pecado do homem pode interromper este vínculo; mas mesmo neste caso Deus o buscará sempre, perseguirá para restabelecer com ele uma união que dura mesmo após a morte, antes, uma união que no encontro final com o Pai alcança o seu ponto alto. Esta certeza confere um sentido novo e pleno à vida terrena e nos abre à esperança para a vida além da morte.

De fato, toda vez que nos encontramos diante da morte de uma pessoa querida ou que conhecemos bem, surge em nós a pergunta: “O que será da sua vida, do seu trabalho, do seu serviço à Igreja?”. O Livro da Sabedoria nos respondeu: esses estão nas mãos de Deus! A mão é sinal de acolhimento e de proteção, é sinal de uma relação pessoal de respeito e de fidelidade: dar a mão, estender a mão. É isto, estes pastores zelosos que dedicaram a sua vida ao serviço de Deus e dos irmãos, estão nas mãos de Deus. Tudo deles está bem protegido e não será corroído pela morte. Estão nas mãos de Deus todos e os seus dias entrelaçados de alegrias e de sofrimentos, de esperanças e de cansaços, de fidelidade ao Evangelho e de paixão pela salvação espiritual e material do rebanho a eles confiado.

Mesmo os pecados, os nossos pecados estão nas mãos de Deus, aquelas mãos são misericordiosas, mãos “chagadas” de amor. Não por acaso Jesus quis conservar as chagas em suas mãos para fazer-nos sentir a sua misericórdia. E esta é a nossa força, a nossa esperança.

Esta realidade, plena de esperança, é a perspectiva da ressurreição final, da vida eterna, à qual são destinados “os justos”, aqueles que acolhem a Palavra de Deus e são dóceis ao seu Espírito.


Queremos recordar assim os nossos irmãos cardeais e bispos falecidos. Homens dedicados às suas vocações e ao serviço à Igreja, que amaram como se ama uma esposa. Na oração lhes confiamos à misericórdia do Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora e de São José, para que os acolha no seu reino de luz e de paz, lá onde vivem eternamente os justos e aqueles que foram fiéis testemunhas do Evangelho. Também nesta oração, rezemos por nós, que o Senhor nos prepare para este encontro. Não sabemos a data, mas o encontro acontecerá.




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
TERÇA-FEIRA, 05 DE NOVEMBRO DE 2013
TODOS SÃO CONVIDADOS A FAZER PARTE
DA IGREJA E PARTICIPAREM DA FESTA
QUE TEM DEUS COMO PROTAGONISTA.
MISSA NA CASA SANTA MARTA.
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal


A essência do cristão é um convite à festa. A Igreja não é só para as pessoas boas, mas o convite a fazer parte dela é para todos. .

As leituras do dia mostram a carteira de identidade do cristão. Ele lembrou que, antes de tudo, a essência cristã é um convite gratuito que vem de Deus. “O cristão é aquele que foi convidado a uma festa, à alegria de ser salvo, à alegria de ser resgatado, de participar da vida com Jesus. Esta é uma alegria”.

Na Carta aos Romanos, da Primeira Leitura, esta é uma festa de unidade, para a qual foram convidados todos, bons e maus. O que se faz é uma comunidade com os diversos dons reunidos, pois cada um tem uma qualidade, uma virtude.

“A festa se faz levando aquilo que eu tenho em comum com todos. Não se pode entender a existência cristã sem essa participação. É uma participação de todos nós. (…) Ou você entra com tudo ou você fica de fora. Você não pode fazer uma seleção: a Igreja é para todos, começando pelos marginalizados”.


No Evangelho do dia,os convidados começam a encontrar desculpas para não ir à festa. Estes, na verdade, são cristãos que se contentam em ficar na lista dos convidados, que é não suficiente, pois não participam da grande festa.

“Entrar na Igreja é fazer comunidade, comunidade da Igreja; é participar de tudo aquilo que temos das virtudes, das qualidades que o Senhor nos deu, no serviço de uns pelos outros. Entrar na Igreja é estar disponível àquilo que o Senhor Jesus nos pede”, explicou.

E em meio a isso tudo está a generosidade de Deus, capaz de entender mesmo aquele que recusa seu convite. Deus entende estas pessoas e as espera, porque é misericordioso. “Peçamos ao Senhor esta graça: entender bem como é belo ser convidado à festa, estar com todos e partilhar com todos as próprias qualidades, como é belo estar com Ele”.








HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 07 DE NOVEMBRO DE 2013
O CONVITE PARA A FESTA NÃO TEM PREÇO.
MISSA NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE.
MEDITAÇÕES MATUTINAS
PUBLICADO NO L'OSSERVATORE RONAMO,
ED EM PORTUGUES Nº 45


«A existência cristã é um convite» gratuito para a festa; um convite que não se pode comprar, porque vem de Deus, e ao qual é preciso responder com a participação e a partilha. Foi a reflexão sugerida pelo Papa Francisco na missa celebrada na manhã de terça-feira, 5 de Novembro, em Santa Marta, inspirada nas leituras litúrgicas (Rm 12, 5-16a;Lc 14, 15-24). Leituras — explicou — que «nos mostram como é o bilhete de identidade do cristão; como é o cristão». E das quais se compreende «antes de tudo» que «a existência cristã é um convite: só nos tornamos cristãos se formos convidados».

O Papa Francisco esclareceu o que significa concretamente o convite do Senhor para cada cristão: não é um convite «para dar um passeio» mas «para uma festa; para a alegria: a alegria de ser salvo, a alegria de ser redimido», a alegria de partilhar a vida com Jesus. E sugeriu também o que devemos entender com o termo «festa»: «uma reunião de pessoas que falam, riem, festejam, são felizes», disse. Mas o elemento principal é exatamente a «reunião» de muitos indivíduos. «Entre as pessoas mentalmente normais nunca vi alguém que festeja sozinho: seria um pouco tedioso!», evocando a triste imagem de quem «abre uma garrafa de vinho» para brindar em solidão. Portanto, a festa exige que se esteja em companhia, «com os outros, em família, com os amigos». Resumindo, a festa «partilha-se». Por isso, ser cristão implica «pertença. Pertencemos a este corpo», feito de «pessoas que foram convidadas para a festa»; uma festa que «nos une a todos», uma «festa de unidade». Portanto a festa exige um estar em companhia, «com os outros, em família, com os amigos». Em síntese, a festa «partilha-se». Por isso ser cristão exige a «pertença. Pertence-se a este corpo», feito de «gente que foi convidada para a festa»; uma festa que «nos une todos», uma festa de unidade».

À misericórdia de Deus, que alcança até quantos declinam o convite ou fingem que o aceitam mas não participam plenamente na festa. O trecho de Lucas enumera as desculpas dadas por alguns convidados muito ocupados, os quais «participam na festa só de nome: não aceitam o convite, dizem sim» mas na verdade é um não. Para o Papa Francisco são os precursores daqueles «cristãos que se limitam a estar na lista dos convidados. Cristãos “na lista”». Contudo, infelizmente ser «classificado como cristão» não «é suficiente. Se não entrarmos na festa, não somos cristãos; estamos na lista mas isto não serve para a nossa salvação», advertiu o Papa.

Resumindo a sua reflexão, o Pontífice citou cinco significados ligados à imagem do «entrar na igreja» e, consequentemente, do «entrar na Igreja». Antes de mais, trata-se de «uma graça, um convite; não se pode comprar este direito». Em segundo lugar, inclui o «criar comunidade, partilhar tudo o que temos — as virtudes, as qualidades que o Senhor nos doou — no serviço de uns aos outros». Além disso, requer que «estejamos disponíveis para o que o Senhor nos pede». E quer dizer também «não pedir estradas ou portas especiais». E por último, significa «entrar no povo de Deus que caminha rumo à eternidade» e no qual «ninguém é protagonista», porque «temos Alguém que fez tudo» e só ele pode ser “o protagonista”». Eis a exortação do Papa Francisco para nos colocarmos «todos atrás dele; e quem não está atrás dele, é alguém que inventa desculpas». Como aquele que, parafraseando o Evangelho, diz: «Comprei o campo, casei, comprei o gado, mas não posso ir atrás dele».

Certamente «o Senhor é muito generoso» e «abre todas as portas». Ele «compreende também quem diz: não, Senhor, não quero vir contigo. Compreende e espera, porque é misericordioso». Mas não aceita mentiras: «O Senhor — frisou — não aprecia o homem que promete e não cumpre. Quem finge que agradece por muitas coisas boas mas na realidade continua pela sua estrada; quem tem boas maneiras, mas só faz a própria vontade, não a do Senhor».

Eis então o convite conclusivo do Papa, que exortou a pedir a Deus a graça de compreender «como é bom ser convidado para a festa, partilhar com todos as próprias qualidades, estar com Ele»; e, ao contrário, como é «triste brincar com o sim e o não; dizer sim mas satisfazer-se só com “estar” na lista dos cristãos».





HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEXTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO DE 2013

A ALEGRIA E A FRAQUEZA DE DEUS PARA
COM OS PECADORES REENCONTRADOS.
A MISERICÓRDIA DE DEUS QUE TRIUNFA 

SOBRE O MAL E A MESQUINHES DOS 
HOMENS.
CAPELA DE SANTA MARTA

RADIO VATICANA
FONTE: ZENIT


Roma, 07 de Novembro de 2013

Jesus, os fariseus e os publicanos, o pecado e a hipocrisia, a ovelha perdida. Esta manhã, durante a homilia na Santa Marta, Papa Francisco voltou com uma das ‘chaves de leitura’ de sua pregação: a misericórdia de Deus que triunfa sobre o mal e a mesquinhez dos homens.

O Evangelho de hoje (cf. Lc 15,1-10) mostra o espanto dos escribas e fariseus em relação a Jesus, percebido como uma "ameaça" por sua proximidade com os pecadores e que, por essa razão, "ofende a Deus" e "contamina o ministério do profeta".

Mas Jesus tacha a "música da hipocrisia" de seus adversários e a “murmuração hipócrita” deles, e responde com uma "alegre parábola" em que destaca a "alegria de Deus” diante da ação de seu Filho que perdoa os pecadores.

De fato, Deus "não gosta de perder”, então, vai em busca “daqueles que estão longe dEle. Como o pastor que vai em busca da ovelha perdida". Seu "trabalho" é buscar qualquer criatura e "convidar para a festa de todos, bons e maus”.

Deus não quer perder nenhum dos seus, assim como Jesus revela na oração da Quinta-feira Santa: “Pai, que não se perda nenhum daqueles que tu me deste”.

Em sua busca pelos homens, Deus " tem uma certa fraqueza de amor para com aqueles que estão mais distantes, que estão perdidos", disse o Papa. Esta busca não para, como o pastor do Evangelho de hoje, que procura incansavelmente sua ovelha ou como a mulher da parábola " que quando perde uma moeda acende a luz, varre a casa e procura cuidadosamente”.
O reencontro da ovelha perdida, no entanto, não diz respeito apenas a ela e ao pastor, mas deve envolver as noventa e nove restantes que permaneceram no campo, e ninguém lhe pode dizer mas “tu és uma de nós” para que volte a ganhar a “dignidade”. Sem distinção, “Deus coloca tudo nos seus lugares” e ao fazê-lo "se alegra" sempre.

"A alegria de Deus não é a morte do pecador, mas a sua vida",  destacando o comportamento daqueles que "murmuravam contra Jesus": pessoas "distantes do coração de Deus", que "não o conheciam", que identificavam o ser religioso pela boa educação. Esta atitude, no entanto, não tem nada a ver com a fé, mas apenas com a "hipocrisia de murmurar”.

A alegria de Deus é "aquela do amor" que vai infinitamente além de nossa vergonha, e do nosso senso de indignidade. Se um homem diz: "Eu sou um pecador ", a resposta de Deus será sempre: "Eu te amo do mesmo jeito e eu vou encontrá-lo e levá-lo para casa”.






HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEXTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO DE 2013
DENUNCIA O PERIGO DO MUNDANISMO E
REZA CRIANÇAS E JOVENS QUE RECEBEM 

DE SEUS PAIS PÃO SUJO.
CAPELA DE SANTA MARTA
RADIO VATICANA
FONTE: ZENIT
TRADUÇÃO: MEM

Na missa em Santa Marta, o Papa denuncia o perigo do mundanismo e reza pelos jovens que recebem de seus pais bens provenientes de subornos e corrupção, mas estão famintos "de dignidade"

Roma, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.orgSalvatore Cernuzio | 209 visitas

Junto com misericórdia, nos lábios do Papa Francisco há sempre uma outra palavra: mundanismo. O Papa continua sua incansável denúncia dos perigos de viver conforme “os valores do mundo", com um estilo de vida "que é tão agradável ao diabo". Também hoje, na missa em Santa Marta, reiterou: "O mundanismo é o inimigo". E a partir do Evangelho de hoje sobre a parábola do administrador desonesto, ressaltou que por causa deste espírito do mundo, a alma humana está contaminada ao ponto dos pais transmitirem aos filhos “sujeira" e “corrupção”, em vez de fazer o bem.

Foi para eles o pensamento do Santo Padre: jovens cheios de presentes caros, que frequentam ambientes sofisticados, sem saber que isto é resultado de suborno e práticas desonestas. Recebem continuamente esse "pão sujo" -disse o Papa- esses meninos e meninas "têm fome", fome de dignidade, pois – destacou– "o trabalho desonesto tira a dignidade".

Tudo isso, de acordo com Francisco, mostra "como atua o mundanismo e como é perigoso". É por isso que Jesus "orava ao Pai para que seus discípulos não caíssem no mundanismo". Mesmo o administrador do Evangelho de hoje, é nada mais do que uma vítima do encanto deste espírito corrupto do mundo.

Alguém - disse o Papa – poderia questionar: "Mas este homem fez o que todo mundo faz!”. Nem todos, destacou o Papa: "Alguns diretores, administradores de empresa, gestores públicos, alguns administradores do governo...”. No final, "nem são tantos". Muitos são aqueles que, por vezes, deixam poluir a alma e o coração pela "atitude do caminho mais curto, mais cômodo para ganhar-se a vida”.

Francisco, em seguida, retornou à parábola de hoje, e lembrou que o patrão elogiou o administrador desonesto, por sua astúcia. “Ha sim, este é um louvor 'às luvas'!" - observou- notando que "o hábito das 'luvas' é um hábito mundano e altamente pecaminoso". Isso -continuou ele- "não é de Deus", porque "Deus nos mandou trazer o pão para casa com o nosso trabalho honesto".

Mesmo o administrador do Evangelho, representante de muitos administradores mencionados acima, trouxe para casa o pão. Um pão sujo! "E os seus filhos - disse o Papa - talvez educados em colégios caros, talvez criados em ambientes cultos, receberam dos pais comida suja, porque seus pais, trazendo pão sujo para casa, perderam sua dignidade!".

Suborno e corrupção são "pecados graves"- disse Bergoglio-. Mas isso, na consciência geral, é conhecido. O que se subestima é que esses pecados são "como drogas", porque - disse o Papa – "talvez comece com um pequeno suborno", e isso cria uma dependência que leva ao abuso e à morte... da dignidade e da alma...

Paralelamente a esta "astúcia mundana", existe uma "astúcia cristã”, vivendo honestamente. O próprio Cristo -disse o Santo Padre- nos exorta a sermos “astutos como as serpentes mas simples como as pombas”. “Colocar junto estas duas dimensões é uma graça do Espirito Santo", que bem como todas as graças, é um “dom que devemos pedir ao Senhor”.

O Papa, no final da homilia, dirigiu uma oração profunda a Deus pelas “crianças e jovens que recebem de seus pais pão sujo" e, portanto, estão "famintos de dignidade".

O risco -disse o Bispo de Roma- é acabar como aquele homem do Evangelho de Lucas "que tinha tantos celeiros, tantos silos cheios e não sabia o que fazer"; a quem o Senhor na mesma noite pede a vida. Estas pobres pessoas que perderam a dignidade na prática de subornos -concluiu o Papa- não levam consigo o dinheiro que ganham, mas a falta de dignidade! Rezemos por elas".












HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEGUNDA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2013
" PECADORES,SIM. CORRUPTOS,NÃO!"
QUEM NÃO SE ARREPENDE E " FAZ DE CONTA
QUE É CRISTÃO", PREJUDICA A IGREJA.
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
 

Em sua homilia, o Papa refletiu sobre a exortação do Senhor a perdoar o irmão arrependido, de que fala o Evangelho de hoje. Quando Jesus pede para perdoar sete vezes ao dia – observou - “faz um retrato de si mesmo”. Jesus perdoa, mas neste trecho evangélico diz também: “Ai daquele que produz escândalos”. O Pontífice então questiona: qual a diferença entre pecar e escandalizar?

A diferença é quem peca e se arrepende, pede perdão, se sente fraco, se sente filho de Deus, se humilha, e pede a Jesus a salvação. Mas quem escandaliza não se arrepende. Continua a pecar, mas faz de conta que é cristão: uma vida dupla. E a vida dupla de um cristão provoca muitos danos.


Quem escandaliza com uma mão ajuda a Igreja e, com a outra, rouba do Estado, rouba dos pobres... Esta pessoa é injusta. E esta pessoa merece, como diz Jesus, que lhe amarrem uma pedra de moinho no pescoço e a joguem ao mar.

“Aqui não se fala de perdão”, pois quem faz vida dupla é um corrupto e está preso num estado de suficiência, “não sabe o que é a humildade”.

Jesus falava deles como de um “sepulcro caiado”, ou seja, externamente belos, mas podres por dentro.

"Todos nós conhecemos alguém que está nesta situação e quanto mal faz à Igreja! Cristãos corruptos, padres corruptos... Quanto mal provocam à Igreja! Porque não vivem no espírito do Evangelho, mas no espírito mundano."


Na Carta aos cristãos de Roma, São Paulo dizia para não entrar nos esquemas, nos parâmetros deste mundo – esquemas que levam à vida dupla:

"Uma podridão vernizada: esta é a vida do corrupto. E Jesus não os chamava simplesmente de pecadores, mas de “hipócritas”. Com os outros, os pecadores, Jesus não se cansa de perdoar, com a condição de que não façam esta vida dupla. Peçamos hoje a graça ao Espírito Santo de nos reconhecer pecadores. Pecadores sim, corruptos não."




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
TERÇA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2013
" NAS MÃOS SEGURAS DE DEUS"

NELAS ESTÁ A NOSSA SEGURANÇA: SÃO
MÃOS COBERTAS DE CHAGAS POR AMOR,
QUE NOS GUIAM PELOS CAMINHOS DA VIDA
E NÃO DA MORTE, PARA ONDE, AO 
CONTRÁRIO, NOS CONDUZ A INVEJA.
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
L'OSSERVATORE ROMANO



Nas mãos de Deus. Nelas está a nossa segurança: são mãos cobertas de chagas por amor, que nos guiam pelos caminhos da vida e não da morte, para onde, ao contrário, nos conduz a inveja.

A primeira leitura recorda que Deus «criou o homem para a incorruptibilidade» (Sabedoria 2, 23-3, 9). Ele «criou-nos e é nosso Pai. Fez-nos bons como Ele, mais bonitos do que os anjos; maiores do que os anjos. Mas, por inveja do diabo, a morte entrou no mundo».

Na realidade, «todos experimentamos a morte». Como se explica? «O Senhor não abandona a sua obra», como explica o texto do livro da Sabedoria: «As almas dos justos, ao contrário, estão nas mãos de Deus». Todos «devemos passar pela morte. Mas há uma diferença entre passar esta experiência através da pertença às mãos do diabo ou pelas mãos de Deus».

Deus não nos abandonou. Na Bíblia lê-se o que ele diz ao seu povo: «Caminhei contigo». Deus comporta-se como «um pai que leva o filho pela mão. São as mãos de Deus que nos acompanham no caminho». O Pai ensina-nos a caminhar, a ir «pela estrada da vida e da salvação». «São as mãos de Deus que nos acariciam no momento da dor, que nos confortam. É o nosso Pai que nos acaricia, que nos ama muito. E nestas carícias muitas vezes está o perdão». As mãos de Deus, prosseguiu o Santo Padre, «curam também os nossos males espirituais. Pensemos nas mãos de Jesus quando tocava os doentes e os curava. São as mãos de Deus. Curam-nos. Não consigo imaginar Deus que nos dá uma bofetada. Não o imagino: repreende-nos sim, porque o faz; mas nunca nos fere, jamais! Acaricia-nos. Até quando nos deve repreender, fá-lo com uma carícia, porque é Pai».

«As almas dos justos estão nas mãos de Deus», repetiu o Pontífice, concluindo: «Pensemos nas mãos de Deus que nos criou como um artesão. Deu-nos a saúde eterna. São mãos cheias de chagas. Ele acompanha-nos na estrada da vida. Confiemo-nos às mãos de Deus como uma criança se entrega às mãos do seu pai», porque são mãos seguras.






HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2013
O ESPÍRITO DE SABEDORIA VENCE A
CURIOSIDADE MUNDANA..
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
L'OSSERVATORE ROMANO




Contra o espírito de «curiosidade mundana» e a ansiedade de conhecer o futuro, procurando apropriar-se também dos projetos de Deus.

A meditação do Pontífice inspirou-se na primeira leitura da liturgia, tirada do Livro da sabedoria (7, 22-8, 1). O trecho bíblico «dá-nos uma descrição do estado da alma do homem e da mulher espirituais», quase um bilhete de identidade espiritual do verdadeiro cristão que vive «na sabedoria do Espírito Santo». Uma sabedoria fundada num «espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sútil». A atitude correta é «ir em frente, dizem os santos, com bom espírito». Portanto, o cristão é chamado a «caminhar na vida com este espírito: o espírito de Deus que nos ajuda a julgar, a tomar decisões segundo o coração de Deus. E este espírito dá-nos paz, sempre. É o espírito de paz, o espírito de amor, o espírito de fraternidade».

«A santidade – frisou o Papa – é isto mesmo». É o que «Deus pede a Abraão: caminha  na minha presença e sê irrepreensível. Esta é a paz». Portanto, trata-se de «continuar sob a moção do espírito de Deus e desta sabedoria. E aquele homem ou mulher que caminham assim, pode-se dizer que são um homem e uma mulher sábios. Um homem sábio e uma mulher sábia, porque se movem sob a moção da paciência de Deus».

Mas no trecho evangélico de Lucas (17, 20-25), prosseguiu o Pontífice, «encontramo-nos diante de outro espírito, contrário a este da sabedoria de Deus: o espírito de curiosidade. É quando nos queremos apropriar dos projetos de Deus, do futuro, das coisas, conhecer tudo, dominar tudo». No trecho de Lucas lê-se que os fariseus perguntaram a Jesus: «Quando virá o reino de Deus?». E o Papa comentou: «Curiosos! Queriam saber o dia e a hora...».

Precisamente este «espírito de curiosidade – explicou – afasta-nos do espírito da sabedoria», porque nos impele a ver só «os detalhes, as notícias, as pequenas notícias de todo dia: como se fará isto? É o como, o espírito do como». Segundo o Papa «o espírito de curiosidade não é um bom espírito: é o espírito de dispersão, de afastamento de Deus, o espírito de falar demais».

A este propósito Jesus diz-nos «algo interessante: este espírito de curiosidade, que é mundano, leva-nos à confusão». O Santo Padre explicou-o recordando as palavras de Jesus referidas pelo trecho evangélico: «Virão dias em que desejareis ver também um só dos dias do Filho do homem, mas não o vereis. Dir-vos-ão: “Ei-lo ali”, ou então: “ei-lo aqui”». Nestes casos – frisou – é a «curiosidade» que nos impele a «sentir estas coisas. Dizem-nos: O Senhor está aqui, ali, lá! Mas conheço um vidente, uma vidente que recebe cartas de Nossa Senhora, mensagens de Nossa Senhora». E o Pontífice comentou: «Mas, olha, Nossa Senhora é Mãe! E ama todos nós. Mas não é um chefe dos correios, para enviar mensagens todos os dias». Na realidade, «estas novidades afastam do Evangelho, do Espírito Santo, da paz e da sabedoria, da glória de Deus, da beleza de Deus».

Depois, o Papa Francisco reafirmou o ensinamento de Jesus: o reino de Deus «não vem de um modo que chama a atenção» mas vem na sabedoria; «o Reino de Deus está no meio de vós». «O Reino de Deus é este trabalho, esta ação do Espírito Santo que nos dá a sabedoria e a paz. O Reino de Deus não vem na confusão. Como Deus não falou ao profeta Elias no vento, na tormenta, no furacão. Falou na brisa suave, na brisa que era sabedoria».

Em seguida, o Pontífice recordou um pensamento de Teresa do Menino Jesus, a ele particularmente querida: «Santa Teresinha dizia que ela se continha sempre diante do espírito de curiosidade. Quando falava com outra religiosa e esta religiosa narrava uma história, algo da família, das pessoas, e algumas vezes passava para outro assunto, ela tinha vontade de saber o fim daquela história, mas sentia que aquele não era o espírito de Deus, porque é um espírito de dispersão, de curiosidade».

«O Reino de Deus está no meio de nós» concluiu o Papa Francisco repetindo as palavras do Evangelho. E exortou a «não procurar coisas estranhas, novidades com esta curiosidade mundana. Deixemos que o espírito nos faça ir em frente com aquela sabedoria que é uma brisa suave. Este é o espírito do reino de Deus sobre o qual fala Jesus».











HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SÁBADO, 16 DE NOVEMBRO DE 2013
" A FORÇA DO HOMEM CONSISTE EM 

BATER À PORTA DO CORAÇÃO DE DEUS."
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO

PARÓQUIA SÃO JOÃO BATISTA
PIRACAIA


Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre celebrou Missa, neste sábado, na Capela da Casa Santa Marta, onde reside, na qual concelebrou o Cardeal Ângelo Comastri, Arcipreste da Basílica vaticana, e os canônicos do Capítulo da mesma Basílica.
Em sua homilia, Papa Francisco refletiu sobre a Liturgia do dia, partindo do Evangelho, onde Jesus convida a rezar, sem cessar, ao narrar a parábola da viúva, que pede, com insistência, a um juiz iníquo, que lhe seja feita justiça.
Assim, disse o Pontífice, Deus faz e fará justiça aos seus eleitos, que clamam a Ele, dia e noite, como aconteceu com o Povo de Israel, guiado por Moisés na fuga do Egito. O Mar Vermelho torna-se um caminho sem obstáculos e a mão de Deus guia e protege seu povo. Portanto, o Senhor ouve o clamor do povo eleito e o salva. E o Papa acrescentou:
“Esta é a força de Deus. Mas, qual é a força do homem? É a mesma da viúva, que bate à porta do coração de Deus; é bater, pedir, reclamar pelos problemas, pelas tantas dores, pelos pecados. A força do homem consiste na oração humilde. E Deus tem compaixão do Homem e atende as suas orações. A força do homem é a oração e também a oração do humilde é a fraqueza de Deus; O senhor é fraco somente nisso: na oração do seu povo”.
Por fim, o Papa se dirigiu aos canônicos da Basílica de São Pedro, recordando-lhes que o seu trabalho é bater à porta do coração de Deus, rezar pelo povo de Deus.
"Este representa um serviço universal, um serviço à Igreja. Vocês são representantes do povo de Deus e, por isso, devem rezar pelas necessidades da Igreja, da humanidade e de todos. Obrigado por este seu serviço e continuem assim pelo bem da Igreja".

SANTIDADE.NET







HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEGUNDA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2013
AINDA HOJE, HÁ O RISCO DE SE DEIXAR
LEVAR PELO ESPÍRITO DO MUNDO.
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
CANÇÃO NOVA


O Senhor nos salve do “espírito mundano que negocia tudo”, não somente os valores, mas também a fé. Este foi o pedido do Papa Francisco, na Missa celebrada nesta segunda-feira, 18, na Casa Santa Marta. O Pontífice alertou para a “globalização da uniformidade hegemônica”, fruto da mundanidade.

Partindo da Primeira Leitura, num trecho do Livro dos Macabeus, Francisco concentrou-se na “raiz perversa” da mundanidade, dizendo que o povo de Deus, muitas vezes, prefere afastar-se do Senhor diante de uma proposta do mundo. Ele citou o exemplo daquele povo, retratado na Leitura, que não quis mais Israel isolado das outras nações e foi negociar com o rei, abrindo mão de suas próprias tradições.

“Esta é uma contradição: não negociamos os valores, mas negociamos a fidelidade. E isto é justamente fruto do demônio, do príncipe deste mundo, que nos leva adiante com o espírito da mundanidade. E depois, vêm as consequências”.

Francisco advertiu que isso acontece ainda hoje, já que também nos tempos atuais há este espírito mundano, esta vontade de ser progressista em um pensamento único. “Esse povo negociou a fidelidade ao seu Senhor, esse povo, movido pelo espírito do mundo, negociou a própria identidade, negociou a pertença a um povo que Deus ama tanto, que Ele quer como seu povo”, disse.

Mas, mesmo nessa situação, o Papa indicou um consolo: o fato de que Deus permanece à frente deste caminho traçado pelo mundo, pois é fiel e não pode renegar a si mesmo. Deus, recordou o Pontífice, perdoa o homem mesmo quando este segue pelo caminho da mundanidade.

“Com o espírito de filhos da Igreja, rezemos ao Senhor para que, com a Sua bondade, com a Sua fidelidade, salve-nos deste espírito mundano que negocia tudo; que nos proteja e nos faça seguir adiante como fez diante do Seu povo no deserto, levando-o pela mão, como um pai leva seu filho. Nas mãos do Senhor seguiremos seguros”.




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
TERÇA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2013
IMPORTÂNCIA DE RESPEITAR E CUIDAR 
DOS IDOSOS, POIS ELES SÃO TESOUROS 
DA SOCIEDADE, EMBORA SEJAM, MUITAS 
VEZES, ABANDONADOS.
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
CANÇÃO NOVA


Um povo que não respeita os avós está sem memória e também sem futuro. Este foi o ensinamento do Papa Francisco em Missa celebrada, nesta terça-feira, 19, na Casa Santa Marta, quando destacou a importância de respeitar os idosos e cuidar deles.

As reflexões vieram a partir do exemplo de Eleazar, figura bíblica do Livro dos Macabeus (Primeira Leitura do dia). Já idoso, Eleazar preferiu o martírio em vez de salvar sua vida com hipocrisia, deixando um grande exemplo não só para os jovens, como para toda a nação. O Santo Padre destacou a coerência de fé deste homem, o legado verdadeiro que ele deixou.

“Nós vivemos em um tempo no qual os idosos não contam. É ruim dizer isto, mas eles são descartados, porque dão trabalho. Os idosos são aqueles que nos trazem a história, que nos trazem a doutrina, a fé e nos dão um legado. São aqueles que, como um bom vinho envelhecido, têm força dentro de si para nos dar uma herança nobre”, disse.

Francisco afirmou ainda que os avós são um tesouro, de forma que a memória desses antepassados leva o homem a imitar sua fé. Ele defendeu que a sabedoria deles é uma herança que se deve receber. “Um povo que não cuida dos avós, um povo que não respeita os avós não tem futuro, porque não tem memória”.

Ao fim da homilia, o Santo Padre recordou, então, tantos idosos que estão em casas de repouso, abandonados, mas que são “tesouro da sociedade”. “Peçamos, hoje, a graça aos velhos santos – Simeão, Ana, Policarpo e Eleazar – de cuidar, escutar e venerar os nossos antepassados, os nossos avós”.




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEXTA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2013
O TEMPLO É UM LUGAR SAGRADO, NO 
QUAL O QUE MAIS IMPORTA NÃO SÃO
OS RITOS, MAS A ADORAÇÃO DO 
SENHOR.
A IMPORTÂNCIA DO TEMPLO DE PEDRA 
COMO LUGAR DE CULTO, MAS TAMBÉM
O CORPO, TEMPLO SAGRADO DE DEUS.
CAPELA DE SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
CANÇÃO NOVA



“Na cerimônia litúrgica, o que é mais importante: os cânticos, os rituais belos ou tudo? Mais importante é a adoração, toda a comunidade reunida, diante do altar, onde se celebra o sacrifício e a adoração”, destacou o Papa.

Francisco, referindo-se ao episódio em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo, questionou a maneira como os fiéis se comportam na Igreja. “Fazem dela um local de adoração ou de negócios?”, indagou o Pontífice.

“Mas, eu acho – digo com humildade -, que nós cristãos perdemos um pouco o sentido da adoração e pensamos: vamos ao templo, reunamo-nos como irmãos, porque é bom, é belo; mas o centro é onde Deus está”, destacou.

O Santo Padre destacou que há também um outro Templo sagrado e importante para a vida de fé: o corpo. “Aqui, talvez, não possamos falar da adoração como no primeiro caso, mas de uma espécie de adoração do coração que busca o Espírito do Senhor dentro de si e sabe que Deus aí está”, enfatizou o Papa, afirmando que, desse modo, o homem é capaz de ouvir e seguir o Senhor.

“Seguir a Deus pressupõe uma constante purificação, porque somos pecadores. Purificar-nos com a oração, com a penitência, com o sacramento da reconciliação e com a Eucaristia”, destacou o Papa ao afirmar que, desta forma, os dois Templos estarão em harmonia.

“E assim, nestes dois Templos – o Templo material, local de culto, e o templo espiritual dentro de mim, onde o Espírito Santo habita -, nossa atitude deve ser a piedade que adora e escuta, reza e pede perdão, louva ao Senhor”, concluiu o Papa.








HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
DOMINGO, 24 DE NOVEMBRO DE 2013
ENCERRAMENTO DO ANO DA FÉ.
A ATITUDE DE QUEM CRÊ É RECONHECER
E ACEITAR JESUS COMO CENTRO DE SUA
VIDA.
PRAÇA SÃO PEDRO - VATICANO
FONTE: RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA




A solenidade de Cristo Rei do universo, que hoje celebramos como coroamento do ano litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para quem neste momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e de gratidão por este dom que nos deu. Com esta iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o encontro pleno com Deus e durante o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva, santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração.

Desejo também dirigir uma cordial e fraterna saudação aos Patriarcas e aos Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, aqui presentes. O abraço da paz, que trocarei com eles, quer significar antes de tudo o reconhecimento do Bispo de Roma por estas Comunidades que confessaram o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, paga muitas vezes por caro preço.

Com este gesto pretendo igualmente, através deles, alcançar todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz e da concórdia.

As Leituras bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo está no centro, Cristo é o centro. Cristo, centro da criação, do povo e da história.

1. O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-O como o Primogênito de toda a criação: Nele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas. Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que Nele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação.

Esta imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade – é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras. E, assim, os nossos pensamentos serão pensamentos cristãos, pensamentos de Cristo. As nossas obras serão obras cristãs, obras de Cristo, as nossas palavras serão palavras cristãs, palavras de Cristo. Diversamente, quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem.

2. Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do povo de Deus. E hoje mesmo Ele está aqui, no centro da nossa assembleia. Está aqui agora na Palavra e estará aqui no altar, vivo, presente, no meio de nós, seu povo. Assim nos mostra a primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar Davi e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3). Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu irmão.

Cristo, descendente do rei Davi, é precisamente o “irmão” ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. Nele, nós somos um só; um só povo unido a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino. Somente Nele, Nele por centro, temos a identidade como povo.

3. E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele nos dá esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje.

Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – “Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!” –, aquele homem, que errou na vida, no fim agarra-se arrependido a Jesus crucificado suplicando: “Lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (23, 43): o seu Reino. Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido. Hoje todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho. Cada um de nós tem a sua história; cada um de nós tem também os seus erros, os seus pecados, os seus momentos felizes e os seus momentos sombrios. Neste dia, far-nos-á bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e, do fundo do coração, repetir-lhe muitas vezes – mas com o coração, em silêncio – cada um de nós: “Lembra-Te de mim, Senhor, agora que estás no teu Reino! Jesus, lembra-Te de mim, porque eu tenho vontade de me tornar bom, mas não tenho força, não posso: sou pecador, sou pecadora. Mas lembra-Te de mim, Jesus! Tu podes lembrar-Te de mim, porque Tu estás no centro, Tu estás precisamente no teu Reino!”. Que bom! Façamo-lo hoje todos, cada um no seu coração, muitas vezes: “Lembra-Te de mim, Senhor, Tu que estás no centro, Tu que estás no teu Reino!”.

A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais – Ele é tão generoso! –, dá sempre mais do que se Lhe pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino! Jesus é precisamente o centro dos nossos desejos de alegria e de salvação. Caminhemos todos juntos por esta estrada!









HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEGUNDA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2013
MESMO EM SITUAÇÕES LIMITE NA VIDA
A NECESSIDADE DE CONFIAR EM DEUS.
OS CRISTÃO SÃO CHAMADOS A FAZER
ESCOLHAS DEFINITIVAS, A EXEMPLO 
DOS MÁRTIRES.
CASA SANTA MARTA
FONTE: RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA


As reflexões partiram de duas figuras apresentadas nas leituras do dia: os jovens judeus escravos e a viúva que foi ao templo adorar o Senhor. Em ambos os casos, Francisco observou que há uma condição limite – a viúva em miséria e os jovens na escravidão – mas escolheram Deus. A viúva entregou tudo o que tinha ao templo e os jovens permaneceram fiéis ao Senhor mesmo arriscando a vida.

“Todos os dois – a viúva e os jovens – arriscaram. Em seu risco, optaram pelo Senhor, com um coração grande, sem interesse pessoal, não tiveram uma atitude mesquinha. Confiaram em Deus e o fizeram porque sabiam que o Senhor é fiel”.

O Pontífice acrescentou que esta confiança levou-os a fazer a escolha por Deus. Ele recordou o exemplo dos mártires e de tantos cristãos perseguidos, pessoas que vivem em situações limite, mas fazem esta mesma escolha. “Eles são um exemplo para nós e nos encorajam a jogar no tesouro da Igreja tudo aquilo que temos para viver”.

Concluindo a homilia, o Papa lembrou que Deus ajuda as pessoas a saírem dessas situações de dificuldades. Ele citou ainda o exemplo de tanto pais e mães que todos os dias fazem escolhas definitivas para levar adiante sua família.

“Isto é um tesouro na Igreja. Eles nos dão testemunho e diante disto peçamos ao Senhor a graça da coragem de seguir adiante na nossa vida cristã, nas situações habituais, comuns, de cada dia e também nas situações limite”.






HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013
A ORAÇÃO PARA DISCERNIR CADA 

MOMENTO DA VIDA E A ESPERANÇA
PARA OLHAR O FIM DOS TEMPOS.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA



Na Missa desta terça-feira, 26, Papa Francisco falou de dois conselhos para compreender o fluxo do tempo presente e preparar-se para o fim dos tempos: oração e esperança. Ele indicou, na oração, a virtude para discernir cada momento da vida; na esperança em Jesus, a virtude de olhar para o fim dos tempos.
As reflexões do Papa vieram do Evangelho do dia, no qual Jesus explica aos fiéis o que deverá acontecer antes do fim da humanidade, assegurando que nem o pior dos dramas poderá colocar em desespero aqueles que acreditam em Deus. Ao longo deste caminho, Francisco observou a diferença entre viver o momento e viver o tempo.
Segundo ele, o cristão é o homem ou a mulher que sabe viver tanto no momento quanto no tempo. “O momento é aquele que nós temos em mãos, agora; mas este não é o tempo, pois este passa! Talvez nós nos sentamos ‘patrões do momento’, mas o engano é acreditar sermos os ‘patrões do tempo’. O tempo não é nosso, o tempo é de Deus!”.
Citando as palavras de Jesus, o Pontífice advertiu que não devemos nos deixar enganar no momento, pois haverá quem se aproveitará da confusão para apresentar-se como Cristo. Dessa forma, as virtudes necessárias para o cristão viver o momento são a oração e o discernimento. Já para olhar para o tempo, cujo único mestre é o Senhor, não há nenhuma virtude humana, mas sim aquela dada pelo Senhor: a esperança.
“O cristão sabe esperar o Senhor em todo momento, mas espera no Senhor o fim dos tempos. Homem e mulher de momento e de tempo; de oração, de discernimento e de esperança. O Senhor nos dê a graça de caminhar com a sabedoria, que também é um dom d’Ele: a sabedoria que, no momento, nos leva a rezar e discernir. E o tempo,  mensageiro de Deus, faça-nos viver com esperança”.


HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2013
ADORAR A DEUS COM CONFIANÇA E 

FIDELIDADE ATÉ O FIM, APESAR DAS 
PERSEGUIÇÕES.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA

“Poderes mundanos” gostariam de que a religião fosse “uma coisa privada”. Mas Deus, que venceu o mundo, é adorado até o fim com confiança e fidelidade.  Este é o pensamento oferecido pelo Papa Francisco, durante homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta, nesta quinta-feira, 28. Segundo ele, os cristãos que hoje são perseguidos são sinais da prova da vitória final de Cristo.
Papa Francisco alertou para o perigo da “tentação universal”, presente na luta final entre Deus e o mal, proposta na liturgia deste fim de ano. Trata-se de ceder às ilusões de quem gostaria de vencer Deus, levando a melhor sobre quem crê n’Ele.
No entanto, o Pontífice explicou que quem crê tem a história de Jesus como referência clara a seguir. Jesus suportou insultos e calúnias em Sua vida pública até o martírio na Cruz, mas, no fim, a Ressurreição do Príncipe da paz venceu o príncipe do mundo.
O Santo Padre indica estas passagens da vida de Cristo, porque, na reviravolta final do mundo, descrita no Evangelho, o que se coloca em jogo é maior que o drama representado pelas calamidades naturais.
“Quando Jesus fala desta calamidade em um outro trecho, Ele nos diz que será uma profanação do templo, da fé, do povo: será a abominação, a desolação da abominação. O que aquilo significa? Será como o triunfo do príncipe deste mundo: a derrota de Deus. Parece que, naquele momento final de calamidade, que se imporá neste mundo, ele será o patrão do mundo”.
A prova final, então, é a profanação da fé, o que se nota na Primeira Leitura, quando o profeta Daniel é jogado aos leões por ter adorado Deus e não o rei. “Os símbolos religiosos são removidos. Deve-se obedecer às ordens que vêm dos poderes mundanos. Pode-se fazer tantas coisas, coisas bonitas, mas não adorar a Deus”.
Segundo o Papa, este é o centro do fim. E quando se chega à plenitude desta atitude pagã, aí será visto o Filho do Homem com grande poder e glória. “Os cristãos que sofrem tempos de perseguição, de proibição de adoração são uma profecia daquilo que vai acontecer a todos”.
Concluindo a homilia, Francisco lembrou que, quando o tempo dos pagãos for cumprido, este será o momento de levantar a cabeça, porque estará próxima a vitória de Jesus Cristo. No entanto, não é preciso ter medo, porque Deus só pede fidelidade e paciência.

“Esta semana, nos fará bem pensar nesta apostasia geral, que se chama proibição de adoração, e perguntar-nos: ‘Eu adoro o Senhor? Eu adoro Jesus Cristo, o Senhor? Ou, um pouco meio a meio, faço o jogo do príncipe deste mundo?’. Adorar até o fim, com confiança e fidelidade: esta é a graça que devemos pedir esta semana”.




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SÁBADO, 29 DE NOVEMBRO DE 2013
PRIMEIRAS VÉSPERAS DO ADVENTO
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA



Renova-se hoje o tradicional encontro de Advento com os estudantes das Universidades de Roma, aos quais se unem os reitores e professores das Universidades romanas e italianas. Saúdo cordialmente a todos: o Cardeal Vigário, os Bispos, as autoridades acadêmicas e institucionais, os assistentes das Capelanias e grupos universitários. Saúdo particularmente vocês, queridos universitários e universitárias.
O desejo que São Paulo dirige aos cristãos de Tessalônica, para que Deus possa santificá-los até a perfeição, por um lado mostra a sua preocupação com sua santidade de vida colocada em perigo, e de outro uma grande confiança na intervenção do Senhor.
Esta preocupação do Apóstolo é válida também para nós cristãos de hoje. A plenitude da vida cristã que Deus realiza nos homens, na verdade, está sempre ameaçada pela tentação de ceder ao espírito mundano.
Por isso, Deus nos doa a sua ajuda mediante a qual podemos preservar os dons do Espírito Santo, a nova vida no Espírito que Ele nos deu. Conservando esta “linfa” saudável em nossa vida, todo o nosso ser, espírito, alma e corpo, se conserva irrepreensível, na posição vertical. Mas por que Deus, depois de ter concedido seus tesouros espirituais, ainda tem de intervir para mantê-los íntegros? Porque somos fracos, a nossa natureza humana é frágil e os dons de Deus são preservados em nós como em “vasos de argila”.
A intervenção de Deus em favor de nossa perseverança até o fim, até o encontro definitivo com Jesus, é expressão de sua fidelidade. Ele é fiel primeiramente a si mesmo. Portanto, a obra que começou em cada um de nós, com seu chamado, Ele a levará até o fim. Isso nos dá segurança e grande confiança: uma confiança que se apoia em Deus e exige nossa colaboração ativa e corajosa para enfrentar os desafios do momento presente.
Queridos jovens universitários, a sua vontade e suas capacidades, unidas ao poder do Espírito Santo que habita dentro de cada um de vocês desde o dia de seu Batismo, permitem que vocês sejam não espectadores, mas protagonistas dos acontecimentos contemporâneos.
São vários os desafios que vocês jovens estudantes universitários são chamados a enfrentar com coragem interior e audácia evangélica. O contexto sociocultural em que vocês estão inseridos às vezes sofre o peso da mediocridade e do tédio.
Não é necessário se resignar à monotonia da vida cotidiana, mas cultivar grandes projetos, ir além do comum: não lhes deixem roubar o entusiasmo juvenil! Seria um erro também deixar-se aprisionar pelo pensamento fraco e pelo pensamento uniforme, bem como pela globalização entendida como homologação.
Para superar estes riscos, o modelo a seguir não é da esfera na qual está nivelada toda saliência e desaparece toda diferença; o modelo é do poliedro que inclui uma multiplicidade de elementos e respeita a unidade na variedade.
O pensamento, de fato, é fecundo quando é expressão de uma mente aberta, que discerne sempre iluminada pela verdade, pelo bem e pela beleza.
Se vocês não se deixarem condicionar pela opinião dominante, mas permanecerem fiéis aos princípios éticos e religiosos cristãos, vocês encontrarão a coragem para caminhar até mesmo contracorrente. Num mundo globalizado, vocês poderão contribuir para salvar peculiaridades e características próprias, buscando, porém não baixar o nível ético.
De fato, a pluralidade de pensamento e de individualidade reflete a multiforme sabedoria de Deus, quando se aproxima da verdade com honestidade e rigor intelectual, de modo que cada um pode ser um dom para o benefício de todos.
O compromisso de caminhar na fé e se comportar de maneira coerente com o Evangelho acompanhe vocês neste tempo de Advento, para viver de maneira autêntica a festa do Natal do Senhor.
Pode ajudá-los o belo testemunho do Beato Pier Giorgio Frassati, que dizia: “Viver sem uma fé, sem um patrimônio para defender, sem apoiar numa luta contínua a verdade, não é viver, mas com viver com dificuldade. Nós não deveríamos viver com dificuldade, mas viver”.
Obrigado e boa caminhada rumo a Belém!





HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
DOMINGO, 1º DE DEZEMBRO DE 2013
I DOMINGO DO ADVENTO

CRISMA - SACRAMENTO DO ADEUS
PARÓQUIA ROMANA DE SÃO CIRILO ALEXANDRINO
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA


Na primeira Leitura ouvimos que o profeta Isaías nos fala de um caminho, dizendo que no fim dos dias, no final do caminho, o monte do Templo do Senhor permanecerá firme no cimo dos montes. E isto, para nos dizer que a nossa vida é um caminho: devemos caminhar por esta senda, para chegar ao monte do Senhor, ao encontro com Jesus. A coisa mais importante que pode acontecer a uma pessoa é encontrar Jesus: este encontro com Jesus que nos ama, que nos salvou, que deu a sua vida por nós. Encontrar Jesus! E nós caminhamos para encontrar Jesus.
Nós podemos formular esta pergunta: mas quando encontro Jesus? Somente no fim? Não, não! Encontramo-lo todos os dias. Mas como? Na oração! Quanto tu rezas, encontras Jesus. Quanto recebes a Comunhão, encontras Jesus nos Sacramentos. Quando levas o teu filho para o batizar, encontras Jesus, recebes Jesus. E hoje, vós que recebeis a Crisma, também vós ides ao encontro de Jesus; em seguida, encontrá-lo-eis na Comunhão. «E então, Padre, depois da Crisma, adeus!», porque dizem que a Crisma se chama «o sacramento do adeus». Isto é verdade, ou não? Após a Crisma, nunca mais se vai à igreja: é verdade, ou não? ... Assim, precisamente assim! Mas também depois da Crisma, a vida inteira é um encontro com Jesus: na oração, quando vamos à Missa, e quando realizamos obras de bem, quando visitamos os doentes, quando ajudamos um pobre, quando pensamos no próximo, quando não somos egoístas, quando somos amáveis... em tudo isto encontramos sempre Jesus. E a vereda da vida é precisamente esta: caminhar ao encontro de Jesus.
E hoje, também para mim é uma alegria ter vindo aqui para me encontrar convosco, porque hoje todos juntos, na Missa, encontraremos Jesus e juntos percorremos um trecho do caminho.
Recordai sempre isto: a vida é um caminho. É um caminho! Um caminho para encontrar Jesus. No final e sempre. Uma senda onde não encontramos Jesus não é uma via cristã. É próprio do cristão encontrar Jesus, contemplá-lo, deixar-se fitar por Jesus, porque Ele olha para nós com amor, ama-nos deveras, gosta muito de nós e olha sempre para nós. Encontrar Jesus é também deixar-se olhar por Ele. «Mas Padre, tu sabes — um de vós poderia dizer-me — tu sabes que esta senda para mim é um caminho torpe, porque eu sou um grande pecador, cometi muitos pecados... como posso encontrar Jesus?». Mas tu sabes que as pessoas que Jesus mais procurava eram os maiores pecadores, e por este motivo repreendiam-no; e o povo, as pessoas que se julgavam justas, diziam: mas este não é um profeta verdadeiro, olha como está bem acompanhado! Andava com os pecadores... E Ele dizia: vim para aqueles que têm necessidade de saúde, que precisam de cura, e Jesus purifica-nos dos pecados. E no caminho, nós — todos pecadores, somos todos pecadores — até quando erramos, quando cometemos um pecado, Jesus vem e perdoa-nos. E este perdão, que recebemos na Confissão, é um encontro com Jesus. Encontremos sempre Jesus.
E procedamos na vida assim, como diz o profeta, rumo ao monte, até ao dia em que se realizar o encontro definitivo, quando pudermos fitar aquele olhar tão bonito, tão lindo, de Jesus! Nisto consiste a vida cristã: caminhar, ir em frente unidos, como irmãos, amando-nos uns aos outros. Encontrar Jesus. Vós, os nove, concordais? Vós desejais encontrar Jesus na vossa vida? Sim? Isto é importante na vida cristã. Hoje, com o selo do Espírito Santo, vós recebereis a força para percorrer este caminho, para ir ao encontro de Jesus. Sede corajosos, não tenhais medo! A vida é este caminho. E o presente mais bonito é encontrar Jesus. Em frente, ânimo!
E agora, vamos adiante com o Sacramento da Crisma!





HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEGUNDA-FEIRA, 02 DE DEZEMBRO DE 2013
NATAL É ENCONTRAR-SE, DE CORAÇÃO ABERTO
COM JESUS ATRAVÉS DA ORAÇÃO, DA CARIDADE 
E DO LOUVOR.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA




Preparar-se para o Natal com a oração, a caridade e o louvor é manter o coração aberto para deixar-se encontrar pelo Senhor que tudo renova. Este foi o convite feito pelo Papa Francisco, na Missa celebrada, nesta segunda-feira, 2, na Casa Santa Marta. A homilia insere-se no tempo litúrgico do Advento, iniciado, neste domingo, 1º de dezembro.
Francisco recordou que, nestes dias, se inicia um novo caminho de Igreja rumo ao Natal. Trata-se de ir ao encontro do Senhor, pois o Natal, como enfatizou o Papa, não é somente uma recorrência temporal ou uma recordação de algo belo.
“O Natal é mais! Nós vamos por este caminho para encontrar o Senhor. O Natal é um encontro! E nós caminhamos para encontrá-Lo com o coração, com a vida, encontrá-Lo vivo, como Ele é, encontrá-Lo com fé”.
Francisco concentrou-se ainda no exemplo do oficial romano descrito no Evangelho do dia, destacando a sua fé, a qual maravilhou Jesus. A partir da fé, não só o oficial romano encontrou Deus, mas foi encontrado por Ele.
“Quando nós somente encontramos o Senhor, somos nós – entre aspas, digamos – os patrões deste encontro, mas quando nós nos deixamos encontrar por Ele, Ele entra em nós e refaz tudo, porque Sua vinda significa a chegada de Cristo, Aquele que refaz tudo, refaz o coração, a alma, a vida, a esperança, o caminho”.
Ao longo de todo esse processo, o Papa ressaltou a importância de manter o coração aberto para que Deus encontre o homem e lhe diga o que for preciso. Desta forma, Francisco falou, por fim, de alguns comportamentos que ajudam neste caminho rumo ao Natal.
“A perseverança na oração, o trabalho na caridade fraterna, a aproximação um pouco mais daqueles que precisam e a alegria no louvor do Senhor. Então, a oração, a caridade e o louvor, com o coração aberto, para que o Senhor nos encontre”.





HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
TERÇA-FEIRA, 03 DE NOVEMBRO DE 2013
NÃO SE PODE PENSAR EM UM IGREJA

SEM ALEGRIA E SEM PAZ.

CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA


A Igreja deve ser sempre alegre como Jesus, disse o Papa Francisco, na Missa celebrada nesta terça-feira, 3, na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que a Igreja é chamada a transmitir a alegria do Senhor aos seus filhos, pois é ela quem lhes dá a verdadeira paz.
A homilia do Santo Padre concentrou-se no binômio paz e alegria. Da primeira leitura, vinda do Livro do profeta Isaías, ele observou o desejo de paz que todos têm. Trata-se de uma paz que, como diz o profeta, nos levará a Cristo. Do Evangelho, Francisco destacou que se pode ver um pouco da alma de Jesus, do Seu coração alegre.
Este lado de Jesus nem sempre é alvo do pensamento dos fiéis, observou Francisco, dizendo que é comum pensarmos em Cristo rezando, curando, caminhando, mas não há o hábito de pensarmos n’Ele sorrindo, alegrando-se. Mas Cristo era cheio de alegria interior, a mesma que Ele dá a cada um de nós.
“Esta alegria é a verdadeira paz. Não uma paz estática, quieta, tranquila. A paz cristã é alegre, porque o nosso Senhor é alegre, também quando fala de Deus. Ele ama tanto o Pai que não pode falar d’Ele sem alegria”.
E sendo alegre, Jesus quis que a Igreja também o fosse. Dessa forma, o Santo Padre disse que não se pode pensar em uma Igreja sem alegria. Ele recordou as palavras do Papa Paulo VI, que dizia que a alegria da Igreja é evangelizar.

“Mesmo na sua viuvez – porque a Igreja tem uma parte de viúva que espera o seu Esposo voltar –,  a Igreja é alegre na esperança. O Senhor dê a todos nós esta alegria de Jesus, louvando ao Pai no Espírito. Esta alegria da nossa mãe Igreja na evangelização, no anunciar o seu Esposo”



HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 05 DE DEZEMBRO DE 2013
NECESSIDADE DE OUVIR E PRATICAR A 

PALAVRA DE DEUS.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA



A homilia do Papa Francisco nesta quinta-feira, 5, na Casa Santa Marta, concentrou-se sobre a necessidade de escutar e praticar a Palavra de Deus. O Pontífice destacou que quem pronuncia palavras cristãs sem Cristo, isso é, sem colocar em prática, faz mal a si mesmo e aos outros, porque é vencido pelo orgulho e causa divisão, mesmo na Igreja.
Escutar e colocar em prática a Palavra do Senhor é como construir a casa sobre uma rocha. O Santo Padre explicou a parábola evangélica proposta pela liturgia do dia, em que Jesus reprova os fariseus por conhecerem os mandamentos, mas não praticá-los. Segundo ele, escutar a Palavra e não praticá-la não só não serve como faz mal, pois engana e faz crer que a pessoa tem uma bela casa, mas sem fundamento.
“Esta figura da rocha refere-se ao Senhor (…) Uma palavra é forte, dá vida, pode seguir adiante, pode tolerar qualquer ataque, se esta palavra tem as suas raízes em Jesus Cristo. Uma palavra cristã que não tenha as suas raízes vitais em Jesus é uma palavra sem Cristo! E as palavras cristãs sem Cristo enganam, fazem mal!”.
Francisco acrescentou que essa palavra cristã sem Cristo leva o ser humano à vaidade, à segurança de si mesmo e ao orgulho. E então vem a palavra de Deus neste dia de hoje, convidando todos a construir a sua vida nesta rocha que é Ele.
“Pedir ao Senhor a graça de ajudar-nos nesta humildade, que devemos ter sempre, de dizer palavras cristãs em Jesus Cristo, não sem Ele. Com esta humildade de ser discípulos salvos e de seguir adiante não com palavras que, para fazerem-se poderosas, terminam na loucura da vaidade, na loucura do orgulho. Que o Senhor nos dê esta graça da humildade de dizer palavras com Jesus, fundadas em Jesus”.




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
E O PATRIARCA DA ALEXANDRIA DOS COPTAS
CATÓLICOS, IBRAHIM ISAAC SIDRAK
SEGUNDA-FEIRA, 09 DE DEZEMBRO DE 2013
PAZ E LIBERDADE RELIGIOSA NO ORIENTE MÉDIO
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA

Beatitude, Eminência,
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs,
Pela primeira vez tenho a alegria de acolher como Bispo de Roma um novo Patriarca vindo para cumprir um significativo gesto de comunhão com o Sucessor de Pedro. Aceitando a eleição canônica, Vossa Beatitude logo pediu a “ecclesiastica communio” com a “Igreja que preside à caridade universal”. O meu venerado predecessor a concedeu de bom grado, memória da ligação com o Sucessor de Pedro que a Igreja de Alexandria dos Coptas Católicos sempre manteve ao longo da história. Sois uma expressão da pregação de São Marcos Evangelista: e é propriamente este legado que ele vos deixou como bom intérprete do Apóstolo Pedro.
Na Primeira Leitura, o profeta Isaías (cfr 35, 1-10) despertou nos nossos corações a espera pelo retorno glorioso do Senhor. O encorajamento “aos desanimados de coração” sentimos dirigido a quantos em vossa amada terra egípcia experimentam insegurança e violência, às vezes por causa da fé cristã. “Coragem: não temam”: eis as consoladoras palavras que encontram confirmação na solidariedade fraterna. Sou grato a Deus por este encontro que me dá oportunidade de reforçar a vossa e a nossa esperança, porque é a mesma: “…a terra queimada…e o solo seco – de fato – transformam-se em fonte de água” e se abrirá finalmente à “vida santa”, o caminho da alegria e da felicidade, “e fugirão tristeza e pranto”. Esta é a nossa esperança, a esperança comum das nossas duas Igrejas.
O Evangelho (cfr Lc 5, 17-26) nos apresenta Cristo que vence as paralisias da humanidade. Descreve o poder da misericórdia divina que perdoa e dissipa todo pecado quando encontra uma fé autêntica. As paralisias das consciências são contagiosas. Com a cumplicidade da pobreza da história, e do nosso pecado, podem expandir-se e entrar nas estruturas sociais e nas comunidades até bloquear povos inteiros. Mas o comando de Cristo pode reverter a situação: “Levanta-te e caminha!”. Rezemos com confiança para que na Terra Santa e em todo o Oriente Médio a paz possa sempre levantar-se das paradas muitas vezes recorrentes e dramáticas. Parem, em vez disso, para sempre as inimizade e divisões. Retomem rapidamente os acordos de paz frequentemente paralisados por interesses contrapostos e obscuros. Sejam dadas finalmente reais garantias de liberdade religiosa para todos, junto com o direito aos cristãos de viverem serenamente lá onde nasceram, na pátria que amam como cidadãos há dois mil anos, para contribuir como sempre para o bem de todos. O Senhor Jesus, que experimentou com a Sagrada Família a fuga e foi hospedado na vossa terra generosa, cuide dos egípcios que pelas estradas do mundo buscam dignidade e segurança. E vamos sempre adiante, procurando o Senhor, procurando novos caminhos, novas vias para nos aproximarmos do Senhor. E se for necessário abrir um buraco no teto para aproximar-nos todos do Senhor, que a nossa imaginação criativa da caridade nos leve a isto: a encontrar e a fazer caminhos de encontro, caminhos de fraternidade, caminhos de paz.
Pela nossa parte, desejamos “glorificar Deus”, substituindo o temor do espanto: ainda hoje podemos ver “coisas prodigiosas”. O prodígio da Encarnação do Verbo e, por isso, da absoluta proximidade de Deus à humanidade na qual sempre nos coloca o mistério do Advento. O vosso grande pai Atanasio, colocado assim próximo à Cátedra de Pedro na Basílica Vaticana, interceda por nós, com São Marcos e São Pedro e, sobretudo, com a Imaculada e Toda Santa Mãe de Deus. Obtenhamos do Senhor a alegria do Evangelho, doada em abundância aos discípulos e às testemunhas. Assim seja.






HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2013
NA PREPARAÇÃO PARA O NATAL, FARÁ

BEM UM POUCO DE SILÊNCIO PARA
ESCUTAR DEUS QUE FAL COM TERNURA.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA

O Santo Padre destacou não tanto o que Deus diz, mas sim o modo como Ele diz. Trata-se de ternura, um jeito de falar como aquele utilizado pelo pai e pela mãe quando se dirigem ao seu filho.

“Quando olhamos para um pai ou uma mãe que falam ao seu filho, vemos que eles se tornam pequenos, falam com a voz de uma criança e fazem gestos de crianças. (…) É assim: se o pai ou a mãe lhe falam normalmente, a criança entenderá o mesmo, mas eles querem adotar o modo de falar dela. Aproximam-se, fazem-se criança. E assim é o Senhor”.

Francisco lembrou que os pais costumam usar essa linguagem bem peculiar para se dirigir aos filhos. Esta também é a linguagem do Senhor, uma linguagem de amor. “Palavra do Senhor? Sim, ouçamos aquilo que Ele nos diz, mas vejamos também o modo como nos diz. E nós devemos fazer aquilo que faz o Senhor, fazer aquilo que Ele diz e como diz: com amor, com ternura e condescendência para com os irmãos”.

Citando o encontro de Elias com o Senhor, o Papa explicou que Deus é como a brisa suave, um fio sonoro de silêncio. Assim Ele se aproxima, com aquela sonoridade do silêncio próprio do amor, sem dar espetáculo.



HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEXTA-FEIRA, 13 DE DEZEMBRO DE 2013
CRISTÃOS ALÉRGICOS A PREGADORES

 QUE DIZEM ACEITAR A VERDADE DA 
REVELAÇÃO, MAS SEMPRE 
ENCONTRAM MOTIVOS PARA CRITICAR.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA


Os cristãos “alérgicos aos pregadores” têm sempre algo a criticar, mas na realidade têm medo de abrir a porta ao Espírito Santo e se tornam tristes. 
 Jesus compara a geração de seu tempo às crianças sempre descontentes, que não sabem brincar com felicidade e recusam o convite dos outros. Esse povo não estava aberto à Palavra de Deus e recusava não a mensagem, mas o mensageiro, tendo sempre um motivo para criticar o pregador.
“E eles, o povo daquele tempo, preferia refugiar-se em uma religião mais elaborada (…) Estavam com o seu sistema bem limpo, bem feito. Mas o pregador, não. Também Jesus faz memória deles: ‘Os vossos pais fizeram o mesmo com os profetas’. O povo de Deus tem uma certa alergia pelos pregadores da Palavra: os profetas, perseguiu-os, matou-os”.
Estas pessoas dizem aceitar a verdade da revelação, mas não o pregador e a pregação. Preferem uma vida enjaulada em seus preceitos, compromissos e planos revolucionários. São cristãos que estão sempre descontentes com o que dizem os pregadores.
“Estes cristãos que são fechados, são enjaulados, estes cristãos tristes… não são livres. Por que? Porque têm medo da liberdade do Espírito Santo, que vem transmitida na pregação. E isto é o escândalo da pregação, da qual falava São Paulo: o escândalo da pregação que termina no escândalo da Cruz. Escandaliza que Deus nos fale através de homens com limites, homens pecadores: escandaliza! E escandaliza mais ainda que Deus nos fale e nos salve através de um homem que diz que é o Filho de Deus mas termina como um criminoso. Isso escandaliza”.
Nesses casos de cristãos tristes que não acreditam na liberdade que vem da pregação, propriamente a liberdade que faz crescer a Igreja. Concluindo a homilia, ele rezou, então, por todos esses cristãos que sempre criticam os pregadores da Verdade porque têm medo de abrir a porta ao Espírito Santo.
“Rezemos por eles e rezemos também por nós, para que não nos tornemos cristãos tristes, tirando do Espírito Santo a liberdade de vir a nós através do escândalo da pregação”.

HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
SEGUNDA-FEIRA, 16 DE DEZEMBRO DE 2013
A FALTA DE PROFECIA ABRE ESPAÇO AO
CLERICALISMO.
SEM PROFECIA HÁ FALTA DA PRÓPRIA
 VIDA DE DEUS NA IGREJA.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA


Partindo das leituras do dia, o Papa comentou sobre a pessoa do profeta. “O profeta é um homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do presente e coragem para indicar o caminho para o futuro. E o Senhor sempre protegeu o Seu povo com os profetas, nos momentos difíceis, nos momentos nos quais o povo estava desencorajado ou destruído”.
Como um exemplo de dificuldade, o Santo Padre citou o que aconteceu no coração de Maria quando estava aos pés da cruz. Nestes momentos, segundo ele, é necessária a intervenção do profeta, embora nem sempre este seja recebido.
Francisco observou que, quando ao povo de Deus falta a profecia, falta também a vida do Senhor, de forma que a força recai sobre a legalidade. Citando o Evangelho, o Papa recordou que os sacerdotes foram até Jesus questioná-Lo sobre que autoridade usava para as obras que estava realizando.
“Não entendiam as profecias. Tinham se esquecido da promessa! Não sabiam ler os sinais do momento, não tinham nem olhos penetrantes nem ouviam a Palavra de Deus: tinham somente a autoridade (…) Quando ao povo de Deus não há profecia, o vazio que essa deixa é ocupada pelo clericalismo”.
Dessa forma, o Papa explicou que a memória da promessa e a esperança de seguir adiante são reduzidas ao presente: não há nem passado nem futuro esperançoso. E quando reina a legalidade, não há a Palavra de Deus e o povo que crê chora em seu coração, porque não encontra o Senhor: falta-lhe a profecia.

“A nossa oração, nestes dias, nos quais nos preparamos para o Natal do Senhor, seja: ‘Senhor, que não faltem os profetas ao Seu povo!’. Todos nós batizados somos profetas. ‘Senhor, que não esqueçamos a Sua promessa! Que não nos cansemos de seguir adiante! Que não nos fechemos na legalidade que fecha as portas! Senhor, livra o Seu povo do espírito do clericalismo e o ajude com o espírito de profecia”.

HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
TERÇA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO DE 2013
DEIXA QUE DEUS ESCREVA A NOSSA
HISTÓRIA.
ANIVERSÁRIO DO PAPA FRANCISCO
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA



Nesta terça-feira, 17, dia de seu aniversário, o Papa Francisco quis que na Missa celebrada na Casa Santa Marta estivessem presentes o próprio pessoal da Casa, de modo a viver a celebração em clima particularmente familiar. O Evangelho do dia, sobre a genealogia rica de nomes dos antepassados de Jesus, deu ao Santo Padre a oportunidade de recordar afetuosamente na homilia também os nomes de alguns funcionários presentes.
Francisco partiu do Evangelho do dia para falar da presença de Deus na vida do homem. Refletindo sobre a genealogia de Jesus, o Papa disse que esse trecho do Evangelho é pura história. “Deus se fez história. Deus quis se fazer história. Está conosco. Fez o caminho conosco”.
Após o primeiro pecado, no Paraíso, que Deus teve a ideia de caminhar junto com o homem. Então chamou Abraão, que começou este caminho, e depois vieram Isaac, Jacó, Judá. E esta história vai da santidade ao pecado.
“Os pecadores de alto nível, que cometeram grandes pecados. E Deus fez história com eles. Pecadores, que não responderam a tudo aquilo que Deus pensava para eles (…) E isso é belo, não é? Deus é consubstancial a nós. Faz história conosco. De nós adota o sobrenome. O sobrenome de Deus é cada um de nós”.
Dessa forma, Francisco destacou que Deus deixou que o homem escrevesse esta história de graça e pecado, o que reflete a humildade de Deus, Sua paciência e amor. Na verdade, a alegria de Deus, segundo refletiu o Papa, foi partilhar sua vida com o ser humano.
“Aproximando-se o Natal, é de se pensar: se Ele fez a sua história conosco, se Ele tomou o seu sobrenome de nós, se Ele deixou que nós escrevêssemos a sua história, ao menos deixemos, nós, que Ele nos escreva a nossa história. E aquela é a santidade: ‘Deixar que o Senhor nos escreva a nossa história’. E este é um desejo de Natal para todos nós. Que o Senhor escreva a sua história e que você deixe que Ele a escreva. Assim seja”.
Comemorando o aniversário do Pontífice, concelebrou a Missa o decano do colégio cardinalício, Cardeal Angelo Sodano, representando todo o Colégio. Após a celebração, como é de costume, o Papa saudou todos pessoalmente.

O secretário de Estado, Dom Pietro Parolin, manifestou as felicitações ao Papa também em nome de seus colaboradores na Secretaria de Estado. Aos cumprimentos, uniu-se o elemosineiro, Dom Konrad Krajewski, que apresentou ao Papa quatro pessoas sem moradia fixa, que passam um tempo no quarteirão próximo ao Vaticano. Todos participaram do café da manhã no refeitório da Casa Santa Marta.


HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2013
ADORAR A DEUS COM CONFIANÇA E 

FIDELIDADE ATÉ O FIM, APESAR DAS 
PERSEGUIÇÕES.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA


HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2013
ADORAR A DEUS COM CONFIANÇA E 

FIDELIDADE ATÉ O FIM, APESAR DAS 
PERSEGUIÇÕES.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA





HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2013
ADORAR A DEUS COM CONFIANÇA E 

FIDELIDADE ATÉ O FIM, APESAR DAS 
PERSEGUIÇÕES.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA




HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2013
ADORAR A DEUS COM CONFIANÇA E 

FIDELIDADE ATÉ O FIM, APESAR DAS 
PERSEGUIÇÕES.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA



HOMÍLIA PAPA FRANCISCO
QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2013
ADORAR A DEUS COM CONFIANÇA E 

FIDELIDADE ATÉ O FIM, APESAR DAS 
PERSEGUIÇÕES.
CASA SANTA MARTA
DA REDAÇÃO RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA