quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Santa Missa - Passo-Passo



Santa Missa - Passo-Passo


A Estrutura da Liturgia Eucarística

A estrutura fundamental que se conservou ao longo dos séculos até aos nossos dias,
desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica:

1. A Liturgia da Palavra

2. A Liturgia Eucarística

Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas “um só e mesmo ato
de culto”, com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo
tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor. (CIC 1347)
Estrutura da Liturgia Eucarística - Completa

Ritos Iniciais

• Canto de Entrada

• Saudação

• Ato Penitencial

• (Kyrie, eleison - Senhor Tende piedade)

• Glória

• Oração (Coleta)



Liturgia da Palavra

• 1ª Leitura

• Salmo

• 2ª Leitura

• Evangelho

• Homilia

• Oração Universal (Profissão de Fé)



Liturgia Eucarística

• Preparação das Oferendas

• Lavabo

• Oração sobre as Oferendas

• Oração Eucarística

• Prefácio

• Epiclese

• Narrativa da Ceia

• Anamnese

• Oblação

• Intercessões

• Doxologia Final

• Comunhão

• Pai Nosso

• Rito da Paz

• Fração do Pão

• Procissão para a Comunhão

• Oração depois da Comunhão



Ritos Finais

• Avisos

• Benção
• Despedida

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Participando da Missa Passo a Passo



Participando da Missa (Passo a Passo)

A Missa é simultaneamente sacrifício de louvor, de ação de graças, de
propiciação e de satisfação.
Nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santificou o
mundo em Cristo, como o do culto que os homens oferecem ao Pai,
adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus.
A celebração da Eucaristia é uma ação de toda a Igreja, onde cada um deve fazer
tudo e só aquilo o que lhe compete, segundo o lugar que ocupa no Povo de Deus.
Ritos Iniciais

Comentário Introdutório:


É feito pelo comentarista da celebração e marca de certa maneira, o inicio da
Santa Missa (A celebração, de fato, só tem inicio com o Sinal da Cruz, logo após
a procissão e o beijo no Altar).

Em algumas comunidades é precedido pelo som do sininho,
que indica aos fieis presentes para que interrompam suas orações
particulares e se unam na Oração Oficial e Comum da Igreja.


O comentário inicial convida a participação coletiva dos fieis e visa criar um
ambiente propício para oração e a fé.
Em geral, o comentário situa os presentes num determinado “tema” que
será abordado mais profundamente nas leituras da Bíblia, durante o

Rito da Palavra.
A assembleia pode ouvir o comentário sentada,

Canto de Entrada:
Toda assembleia de pé.
Tem a função de abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir 
os fieis no Mistério do tempo litúrgico ou da festa e acompanhar a procissão do 
Bispo, do(s)sacerdote(s), do(s) diácono(s) e dos ministros.

Se houver uso de incenso, prossegue até que o altar seja incensado.
O Canto de Entrada deve ser um canto que trate do mesmo assunto e
motivo da celebração.
Os instrumentos musicais terão a função de unir, incentivar e apoiar o
canto não devendo cobrir as vozes.
Todo este canto como a procissão do sacerdote não deverão ser
demasiado longas.
O canto deve terminar quando o sacerdote chega ao altar.
O ideal é que não falte, porém não havendo canto de entrada, a
antífona proposta pelo Missal é recitada pelos fieis, leitor ou pelo Sacerdote.


Antífona de Entrada:
São breves palavras que o sacerdote ou diácono fazem para introduzir
os fieis na Missa do dia.
Em regra, costuma a ser um versículo bíblico
que tenha total ligação com o “tema” da missa, com as leituras que
serão feitas durante o Rito da Palavra.

Saudação:
Toda a assembleia de pé.
É um gesto de boas vindas feito pelo presidente da celebração
recebendo a todos com alegria.
Após a saudação a assembleia responde:
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.

Ato Penitencial:
Toda a assembleia de pé.
Todos são convidados pelo sacerdote a reverem suas faltas,
permanecendo-se em silêncio por um tempo.
Neste Ato Penitencial, os pecados Veniais (leves) são perdoados
de acordo com a vontade. Pode ser recitado ou cantado, conforme
convite do presidente. Se cantado sua melodia deve traduzir a
contrição de quem pede perdão.
Todo o povo deve participar deste canto e os instrumentos devem
o acompanhar de modo suave, quase imperceptível.
No domingo de Ramos pode ser substituído pela procissão.
Na Quarta feira de Cinzas é substituído pela imposição das cinzas ou
pode também ser substituído pela benção e aspersão da água.
Este Ato é introduzido pelo sacerdote e concluído com a absolvição,
também pelo sacerdote que se inclui para deixar claro que não se
trata do sacramento da Penitência.

Kyrie, eleison - Senhor Tende piedade:
Toda a assembleia de pé.
Depois do Ato Penitencial inicia-se o Kyrie, eleison, a não ser que já tenha
sido rezado ou cantado no próprio ato penitencial.
Nele os fieis aclamam o Senhor, imploram a sua misericórdia e também
louvam ao Senhor Jesus pelo perdão, (por olhar por nós com Sua
misericórdia).

Por via de regra, dada aclamação é repetida duas vezes, não se
excluindo nem incluído mais repetições.
Se não for cantado, seja recitado.


Glória:
Toda a assembleia de pé.
É o hino antiquíssimo (século II) pelo qual a Igreja congregada no Espírito Santo,
glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro.
É um louvor as três pessoas da Santíssima Trindade, cantado ou recitado
nas Missas dominicais, solenidades ou nas festas dos santos. 
No tempo do Advento e Quaresma não se reza nem se canta o Glória. 
Também não se diz nos dias de semana porque perderia o sentido solene.
As vezes são cantados uns hinos um pouco diferentes.
- Há uma proibição explícita de se substituir o texto do hino do Glória
por outro texto qualquer (cf. n.53 da IGMR) o mesmo acontece com
o Santo e o Cordeiro de Deus.
- Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa,
por exemplo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos (cf. n. 366 da IGMR).

Oração (Coleta):
Toda a assembleia de pé.
Esta oração encerra o rito inicial da Missa.
O sacerdote convida o povo a rezar (quando ele diz, Oremos);
todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes,
tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando
interiormente os seus pedidos.
Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar “coleta”, pela
qual se exprime a índole da celebração. A assembleia conclui a oração
com o Amem.
Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos:
invocação, pedido e finalidade.

Liturgia da Palavra
A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da
Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo
desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração
universal ou dos fiéis. 
Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus
fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e
oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se
acha presente no meio dos fiéis. 
Pelo silêncio e pelos cantos o povo
se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé;
alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas
necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro
(cf. n. 55 da IGMR).

1a Leitura:
Toda a assembleia sentada.
É normalmente tirada dos livros históricos e proféticos da Bíblia;
anuncia a salvação que se realizara plenamente em Jesus Cristo.
Esta leitura é proclamada da mesa da Palavra (Ambão) por um fiel
ou religioso(a). 
No final da leitura o leitor diz 
"Palavra do Senhor" 
e todos juntos respondem a aclamação 
"Graças a Deus".

Salmo: 
Toda a assembleia sentada.
Está leitura é proclamada ou cantada da mesa da Palavra (Ambão)
ou outro lugar adequado por um fiel ou religioso(a).
É parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande
importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da
palavra de Deus.
O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente
será tomado do lecionário.
O salmista profere os versículos do Salmo perante toda a assembleia
que responde dizendo ou cantando o refrão.

2a Leitura: 
Toda a assembleia sentada.
Em geral é tirada das cartas dos apóstolos, que apresentam à comunidade
o mistério de Cristo e exortam a vivê-lo. 
Esta leitura é proclamada da mesa da Palavra (Ambão) por um fiel ou religioso(a). 
No final da leitura o leitor diz 
"Palavra do Senhor" 
e todos juntos respondem a aclamação
"Graças a Deus".

Canto de Aclamação ao Evangelho:
Toda a assembleia de pé.
Esta aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através da
qual a assembleia dos fieis acolhe o Senhor que lhe vai falar no


Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto.
O Aleluia é cantado em todos os tempos, exceto na Quaresma,
sendo iniciado por todos ou pelo grupo de cantores ou cantor,
podendo ser repetido.

No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia,canta-se o versículo
antes do Evangelho proposto no lecionário.

Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se
encontra no Gradual. (cf. n.62 da IGMR).

O Sinal da Cruz:
Toda a assembleia de pé.
O sacerdote ou diácono faz o sinal da cruz sobre o Lecionário ou
Evangeliário e também, sobre a testa, sobre a boca e sobre o
peito (neste caso, rezando em silêncio:
"Pelo sinal da Santa Cruz, livre-nos Deus, nosso Senhor, dos
nossos inimigos"); e cada fiel se persigna com três sinais da cruz,
um sobre a testa, um sobre a boca e um sobre o peito, pedindo a
Deus que purifique os nossos pensamentos, as palavras que
brotarão das nossas bocas, e o nosso coração.
Não é necessário fazer o quarto sinal da cruz no final.

Evangelho:
Toda a assembleia escuta de pé.
O Evangelho é proclamado pelo Padre ou Diácono.
É o ponto culminante da Liturgia da Palavra.
A Palavra de Deus é sinal de presença de Cristo e deve ser
proclamada em toda celebração.
Para se dar mais destaque ao anuncio da Palavra de Jesus, é
bom que dois ministros ou acólitos segurem uma vela em cada
lado do Ambão onde o diácono (ou o sacerdote) se faz a
proclamação do Evangelho.

Homilia:
Toda a assembleia sentada.
A Homilia (que significa conversa familiar) é feita pelo Bispo,
Padre ou pelo Diácono.
Diferente do sermão ou de outra forma de pregação, ela
tem o objetivo de relacionar o texto com a vida dos fieis.
O ministro da celebração traz a mensagem da Palavra
para a vida da comunidade, convidando os fieis para
praticar o que ela propõe.

Oração Universal (Profissão de Fé):
O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo
reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada
Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a
regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico,
recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar
sua celebração na Eucaristia. Não pode faltar nas Missas dominicais,
nas solenidades, na celebração do Batismo, da Crisma e Primeira
Comunhão.
É um absurdo substituir o Creio por formulações que não expressam a
fé como é professada nos símbolos mencionados.

Oração dos fieis:
Toda a assembleia de pé.
As intenções devem relacionar-se com o tema do Evangelho,
com as necessidades da Igreja, com os poderes públicos,
com os que sofrem qualquer dificuldade, com a comunidade local.
Pode ser cantada, em ladainha, fórmulas, espontâneas.
Uma pessoa diz a intenção e todos respondem conforme combinado.
Esta oração vem logo após a homilia ou a oração de Creio.
Cabe ao sacerdote introduzir esta oração por meio de uma breve
exortação e concluindo com uma suplica.

Liturgia Eucarística
Com a Oração Universal dos Fiéis concluímos o primeiro momento da celebração,
a Liturgia da Palavra. 
Todas as atenções da comunidade reunida estavam voltadas
para o anúncio da Palavra: o lecionário, o Ambão, os leitores, a homilia...
próprios do momento da Palavra.
O Altar, embora ocupando a centralidade do
presbitério, ainda não é o centro da ação litúrgica.
Por isso, tanto os leitores como o presidente da celebração fazem uma
inclinação profunda para o altar, antes de subir até o Ambão para as leituras
e a proclamação do Evangelho.
Concluída a Oração Universal dos Fiéis, todas as atenções se voltam para o
Altar, para onde, agora todos convergem: o presidente, os ministros, a assembleia.
A Liturgia Eucarística consiste essencialmente na ceia sacrifical que, sob os
sinais do pão e do vinho, representa e perpetua no altar o sacrifício pascal do
Cristo Senhor.
Sacrifício e ceia estão unidos de modo tão íntimo que, no momento mesmo em
que se realiza e oferece o sacrifício, ele é realizado e oferecido sob o sinal da
ceia.
Por conseguinte, são dois os momentos principais da Liturgia Eucarística: a
grande oração eucarística, dentro da qual se realiza e se oferece o sacrifício, e
a santa comunhão, com a qual se participa plenamente, na fé e no amor, do
próprio sacrifício.
O altar é o centro visível da liturgia eucarística.

Estrutura da Liturgia Eucarística
• Preparação das Oferendas
• Lavabo
• Oração sobre as Oferendas
• Oração Eucarística
• Prefácio
• Epiclese
• Narrativa da Ceia
• Anamnese
• Oblação
• Intercessões
• Doxologia Final
• Comunhão
• Pai Nosso
• Rito da Paz
• Fração do Pão
• Procissão para a Comunhão
• Oração depois da Comunhão
•Ritos Finais
• Avisos
• Benção
• Despedida


Preparação das Oferendas:
Toda a assembleia sentada.
No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas (pão e vinho)
que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.
Primeiramente prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda
a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o missal e
o cálice, a não ser que se prepare na credência.
A seguir, trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o
vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem
levados ao altar.
Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho 
destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força
e significado espiritual.
Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para
os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto dela; serão, no entanto,
colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas (cf. n. 37, b) e se
prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar.
As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da
entrada (cf. n. 48).
O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a
procissão dos dons.

• Sentido das gotas de água no vinho:
Toda a assembleia sentada.
O vinho, segundo a Sagrada Escritura, lembra a Redenção pelo sangue e
de modo particular a Paixão de Cristo, ao passo que a água traz a mente o
povo de Deus salvo das águas e o novo povo de Deus nascido das águas do
Batismo.
Assim como as gotas de água colocadas no vinho somem totalmente, são
assumidas pelo vinho, transformadas, por assim dizer, em vinho, no Sacrifício
da Missa nós devemos entrar em Cristo,
Identificar-nos com Ele, fazer-nos um com Ele.

• Lavabo:
Toda assembleia sentada.
O sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, exprimindo por esse rito o seu
desejo de purificação interior.

• Oração sobre as Oferendas:
Toda assembleia de pé.
Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as
acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração
eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote, e com a
oração sobre as oferendas.

Oração Eucarística:
Toda a assembleia de pé.
A Oração eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação
de graças e santificação.
O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e
ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no
Espírito Santo, em nome de toda a comunidade.
O sentido desta oração é que toda a assembleia se una com Cristo na
proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício.
Forma um todo, que comporta diversos elementos:

• Santo:
Toda a assembleia de pé.
É parte própria da Oração Eucarística, e é proferida ou cantada por toda
assembleia com o sacerdote, antes da consagração.
É um rito da Santa Missa.
Não podemos perder o sentido original da grande aclamação a Deus, dizendo
Três vezes “Santo”.
Esta repetição, é um reforço de expressão para significar o máximo de santidade.
É como se dissesse “Deus é santíssimo”.
Nós cantamos/rezamos o cântico que os serafins proclamaram diante do trono
celeste (Is 6,3).
1 No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado;
as franjas de seu manto enchiam o templo.
2 Os serafins se mantinham junto dele.
Cada um deles tinha seis asas; com um par (de asas) velavam a face; com
outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam. 3 Suas vozes se revezavam e diziam: Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória! 4 A este brado as portas estremeceram em seus gonzos e a casa, encheu-se de fumo.
É o reforço de expressão para significar o máximo da Santidade.
Faz parte integrante da Oração Eucarística.
Existem ao menos três elementos fundamentais:

1 – A santidade de Deus – Santo, Santo, Santo, Senhor Deus...

2 – A majestade de Deus – O céu e a terá proclamam a vossa glória

3 – A imanência de Deus – Bendito o que vem em nome do Senhor...
O Santo deve ser integral.
Portanto, não se trata de um “canto de Santo”.
Todo ele é bíblico.
Outro motivo para que o texto não seja substituído por outro canto qualquer
“de Santo” é que a maioria das Orações Eucarísticas retoma o tema do
Deus santo para continuar a narração das maravilhas de Deus e fazer a
transição para a epiclese ou invocação do Espírito Santo, como na

II Oração eucarística.
Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa,
por exemplo, o Santo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos (IGMR 366)

Narrativa da Ceia e Consagração:
Toda a assembleia ajoelhada.
Quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele
instituiu na última Ceia, ao oferecer o se
Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinho, e ao entregá-los aos
apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este
mistério.
Ajoelhar é sinal de adoração, humildade e penitência, e se por
motivos sérios não se puder ajoelhar, fica-se de pé e faz-se uma profunda
inclinação (reverência) nas duas vezes que o presidente fizer a genuflexão
– Neste momento não se deve permanecer de cabeça baixa.
Enquanto o Sacerdote celebrante pronuncia a Oração Eucarística, «não se
realizarão outras orações ou cantos e estarão em silêncio o órgão e os outros
instrumentos musicais»,[132] salvo as aclamações do povo, como rito
aprovado, de que se falará mais adiante (cf. RS 53).
É um momento intimo de profunda adoração (nesse momento o mistério do
amor do Pai é renovado em nós.
Cristo dá-se por nós ao Pai trazendo graças
para nossos corações).
Após este momento o padre diz
Eis o mistério da Fé,
aqui a indicação é que todos permaneçam de pé.

• Anamnese (recordação, comemoração):
Toda a assembleia de pé.
Memorial (ação que torna atual o momento da
Ceia) na qual cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor, a Igreja faz
a memória do próprio Cristo relembrando principalmente a sua bem
aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a Ascensão aos céus.
Esta oração leva a oblação.

• Oblação:
Toda a assembleia de pé.
A Igreja reunida realizando esta memória oferece a Deus Pai no Espírito Santo,
a hóstia imaculada, e deseja que os fieis, se ofereçam a Cristo buscando
aperfeiçoar-se cada vez mais, na união com Deus e com o próximo.

• Intercessões:
Toda a assembleia de pé.
Expressa que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto
celeste como terrestre, que a oblação; é feita por ela e por todos membros
vivos ou falecidos, que foram chamados a participar da redenção e da
salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.

• Doxologia Final:
Toda a assembleia de pé


- Fórmula de louvor a Glória de Deus.
Parte própria dos Sacerdotes.
Exige a Oração Eucarística que todos escutem
com reverência e em silêncio, dela participando pelas aclamações
previstas no próprio rito.
A participação da assembleia na doxologia acontece pelo

“Amem”.
Alias este é o “Amem” por excelência da ação litúrgica; e, por isso, se possível,
poderá ser sempre cantado.
É o assentimento total da assembleia litúrgica a tudo o que foi pronunciado
ministerialmente pelo presidente da celebração durante a Oração Eucarística.

Rito da Comunhão
Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem
do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual
pelos fiéis devidamente preparados.
Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais
os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.

• Pai Nosso:
Toda a assembleia de pé.
Na Oração do Senhor pede-se o pão de
cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se
a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente
dadas aos santos.
O sacerdote profere o convite, todos os fieis recitam a oração com o celebrante,
e ele acrescenta sozinho o embolismo (livrai-nos de todos os males ó Pai... ),
que o povo encerra com a doxologia (vosso é o reino e a glória para sempre).
Pode ser cantado, porém como se reza (as mesmas palavras, sem
acrescentar ou tirar nada).
Não se diz o Amem no final da oração, pois a oração seguinte é continuação.

• Rito da Paz:
Toda a assembleia de pé.
A Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana
e os fiéis exprimem entre si a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de
comungar do Sacramento.
A oração pela paz (Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos, Eu vos
deixo a paz... ) é uma oração presidencial, que só o celebrantes faz, pois ele
age in Persona Christi – na Pessoa de Cristo.
Ao final o presidente da celebração convida os fieis a saudarem-se uns aos outros.
Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas
aos que lhe estão mais próximos.

- A Instrução Redemptionis Sacramentum, publicação brasileira, diz:
Não se execute qualquer canto para dar a paz, mas sem demora se recite
o “Cordeiro de Deus”. (cf RS. 72)

•Fração do Pão:
Toda a assembleia de pé.
O gesto da fração realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico
deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela
Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela
salvação do mundo, formam um só corpo ( 1Cor 10, 17).
O sacerdote parte a hóstia grande e coloca uma parte da mesma dentro do cálice,
que significa a união do Corpo e do Sangue do Senhor na obra da salvação,
ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo Jesus.

Durante a fração do pão:
Esta invocação (Angus Dei), de origem Bíblica (Jo 1,29),
é o canto da assembleia e deve ser iniciada pela assembleia e faz alusão ao
Cordeiro Pascal, que se imola e tira o pecado do mundo.
Pode ser recitada ou cantada, mas a assembleia deve participar da última petição:
dai-nos a paz.
O sacerdote se prepara, rezando em voz baixa, para receber frutuosamente o

Corpo e o Sangue de Cristo.
Os fieis fazem o mesmo rezando em silêncio.
A seguir o sacerdote mostra aos fieis o pão eucarístico que será recebido na
comunhão e convida-os a ceia de Cristo, e, unindo-se aos fieis o sacerdote faz
um ato de humildade usando as palavras do Evangelho.

• Procissão para a Comunhão:
Os que se encontram preparados, deverão ir devagar e em oração.
Ao chegar perto do ministro, façam um ato de reverência antes de receber
o Santíssimo Sacramento, no local e de modo adaptado, contando que não
se perturbe o ritmo no suceder-se dos fieis.

• Comunhão:
Deverá o fiel estar em pelo menos 1 hora em Jejum e poderá ser recebida de
dois modos (cf orientação da Igreja local):

• Na Mão:
Deverá estar a mão esquerda aberta sobre a mão direita, com a palma
virada para cima, na frente do corpo, à altura do peito onde é colocada Hóstia.
Com a mão direita deve-se levar a Hóstia até a boca.
Deverá ser consumida na frente do Celebrante ou do Ministro.
Depois, em atitude de recolhimento, volta-se para o lugar, ficando sentados
ou ajoelhados.
Não se deve comungar andando, mas quem recebeu a partícula sagrada,
afaste-se para o lado (afim de deixar a pessoa seguinte aproximar-se) e,
parado, comungue.
Em 05/03/1975 a Santa Sé concedeu aos Bispos do Brasil a faculdade de 
permitirem a Comunhão na mão em suas respectivas dioceses, desde que 
sejam observadas as seguintes norma: (seguem algumas delas)

- A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que levará à boca
antes de se movimentar para voltar ao lugar.
Ou então, embora por varias razões isto nos pareça menos aconselhável, o fiel
apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo ministro
que distribui a comunhão, e que assinala seu mistério dizendo a cada um a 
formula:
“O Corpo de Cristo”.

- É, pois, reprovado, o costume de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para
que os fieis retirem do mesmo a hóstia, sem a apresentação por parte do ministro.
- É necessário tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e
instruir o povo a seu respeito, e também recomendar que os fieis tenham as mãos
limpas.
- Nunca é permitido colocar a mão do fiel a hóstia já molhada no cálice.
Estas normas se encontram na carta, datada de 25/03/1975, pela qual a Presidência
da conferência Nacional dos Bispos do Brasil transmitia a cada Bispo as instruções

da Santa Sé.
• Na Boca: 
Fieis se aproximam do celebrante ou Ministro e recebem a comunhão
sobre a língua. 
Depois, em atitude de recolhimento, voltam para o lugar, ficando
sentados ou ajoelhados.
Enquanto o sacerdote e os fieis recebem o Sacramento entoa-se o canto da
Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos
comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão
dos que vão receber o Corpo de Cristo.

O Canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente,
enquanto os fieis recebem o Corpo de Cristo.

Após o sacerdote ter feitos as purificações, ele volta à cadeira.
Se for oportuno pode-se guardar durante algum tempo um sagrado silêncio.
Embora não previsto, pode-se entoar um salmo, hino, ou outro canto de louvor.

• Oração depois da Comunhão:
Toda a assembleia de pé.
O sacerdote em pé diz:

Oremos.
Nesta oração o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado e o povo,
pela aclamação Amem, faz a sua oração.

Ritos Finais

Avisos:
Toda a assembleia sentada.
Deverão ser dados da na mesa do comentarista.
É o momento mais adequado para breves homenagens, que as comunidades
gostam de prestar em dias especiais ou algum comunicado da comunidade.
É útil uma mensagem final, na qual se exorte a comunidade a testemunhar
pela vida a realidade celebrada.

• Benção:
Toda a assembleia de pé.
Parte própria do celebrante.
Aqui se faz uma leve inclinação para receber a benção.

• Despedida:
Toda a assembleia de pé.
Parte própria do diácono ou do celebrante, para que cada qual retorne às suas
boas obras, louvando e bendizendo a Deus.

Um canto final, se oportuno, embora não previsto, pode ser entoado e encontrará
maior receptividade neste momento, do que mais tarde.
Só se deixa o lugar após o celebrante ter se retirado do altar.
“Na celebração da Missa os fiéis constituem o povo santo, o povo adquirido
e o sacerdócio régio, para dar graças a Deus e oferecer o sacrifício perfeito,
não apenas pela mão do sacerdote, mas também juntamente com ele.
Por isso devem ser evitados qualquer tipo de individualismo ou divisão, a fim
de formem um único corpo.
Tal unidade se manifesta muito bem quando todos os fieis realizam em comum
os mesmos gestos e assumem as mesmas atitudes externas”.

Trabalho realizado por Diác. Marco Carvalho

Fontes:

IGMR - Introdução Geral ao Missal Romano (Ed. Paulus)

RS - Instrução Redemptionis Sacramentum – Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Ed. Paulinas)

Animação da vida liturgica no Brasil – CNBB (doc. 43)

Celebrar a Vida Cristã – Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)

A Liturgia da Missa - Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)

Novas Mudanças na Missa - Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)

Cantar a Liturgia - Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)

Liturgia da Missa Explicada – Pe.Gilson Cezar de Camargo (Ed. Vozes)

https://sites.google.com/site/sagradaliturgia/santa-missa---passo-a-passo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

MENSAGENS DE DOM SERGIO PARA 2014






MENSAGEM DO BISPO SÉRGIO
DIOCESE DE BRAGANÇA PAULISTA
PARA A CELEBRAÇÃO DO XLVII
DIA MUNDIAL DA PAZ
QUARTA-FEIRA, 01 DE JANEIRO DE 2014
FRATERNIDADE, FUNDAMENTO E CAMINHO PARA A PAZ

Irmãos e Irmãs!

Iniciar um novo ano é sempre motivo de alegria. O fazemos com votos de paz e com a esperança de que o “Filho que nos foi dado”, Filho de Deus, dom do seu amor – Deus Conosco, acolhido e amado, seja fonte dos bens que conduzem à verdadeira prosperidade. A paz é dom de Deus que ultrapassa fronteiras culturais e religiosas, mas é também empenho de toda pessoa de boa vontade. É no respeito, abertura para o outro e na reconciliação que ela se concretiza e tornará possível uma vida mais plena. Para os cristãos, e todos os de coração sincero, ela é sempre meta a ser alcançada, no exemplo daquele que é o “Príncipe da Paz”.

Para a celebração do XLVII dia mundial da paz deste ano de 2014, o Papa Francisco propõe a “Fraternidade como Fundamento e Caminho para a Paz”. Inicia sua reflexão lembrando que a relação entre as pessoas, com o reconhecimento do outro como irmão e irmã, é o que tornará possível a paz, uma paz estável, uma vez que a fraternidade é característica essencial ao ser humano, fraternidade que tem na família a sua fonte, e que é o desejo e todas as nações. Com direito à vida e à liberdade religiosa, hoje ameaçada em tantos países, será possível vislumbrar e tornar real a cultura da solidariedade que leva cada ser humano a ser próximo e a cuidar do outro, afirmou o pontífice.

O exemplo de Caim e Abel nas primeiras páginas da Sagrada Escritura revelando o ciúme e a inveja, com o irmão matando o irmão rompendo, portanto, de forma dramática os vínculos de reciprocidade e comunhão, não anula a vocação humana à fraternidade. A paternidade de Deus, tecida nos gestos de Jesus é sempre geradora de fraternidade, regenerada por sua cruz, “lugar” definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar. “Foi na cruz que ele criou em si mesmo um só povo, um só homem novo, uma só humanidade nova” (cf. Ef 2, 14-16).

O Papa retoma seus predecessores e recorda o caminho percorrido pela Igreja na busca da paz. Destacamos as Encíclicas Populorum progressio (Progresso dos povos) de Paulo VI e, Sollicitudo rei socialis (solicitude social) do Beato João Paulo II, ambos de venerável memória. Na primeira, o desenvolvimento integral dos povos é o novo nome da paz e, na segunda, a paz é fruto da solidariedade. : Lembramos ainda a Encíclica Caritas in Veritati (Caridade na verdade), do Papa Emérito Bento XVI: Para ele, flagelo da pobreza que ceifa milhões de vidas é sem dúvida um grande obstáculo à fraternidade. Se, acreditamos na paz, não podemos deixar de cultivar o dever de solidariedade, o dever de justiça social e o dever de caridade universal. Aí está o caminho a ser percorrido, onde a “paz, ou é um bem de todos ou não será de ninguém”.

Quanto à economia, a ambição desmedida pelos bens materiais, empobrece as relações interpessoais e comunitárias. Todo desenvolvimento econômico deve ser, sustentável, saudável e servir à dignidade humana.

Quanto à guerra, nunca favorecerá a solidariedade e a fraternidade. Nunca haverá ganhadores, sempre perdedores. “É preciso renunciar às armas e buscar o diálogo…” (Papa Francisco).

Quanto à corrupção e ao crime organizado, eles ferem, contrastam com a fraternidade. É urgente uma educação em todas as etapas da vida para o aprendizado que leva a considerar o outro como próximo, nunca como um adversário a eliminar. Os poderes públicos e seus representantes não podem ficar indiferentes a essa situação, favorecendo um clima perene de conflito, em nome muitas vezes de interesses partidários. O Papa destaca o drama das drogas, da especulação financeira que leva milhões de seres humanos à pobreza, da prostituição, sobretudo, entre os mais jovens, roubando-lhes o futuro, o tráfico de seres humanos – tema da Campanha da Fraternidade de 2014, os crimes e abusos contra menores, a escravidão ainda vigente em muitas partes do mundo, a tragédia dos emigrantes sobre quem se especula indignamente na ilegalidade. A Igreja esta presente em todas essas situações e comprometida com a liberdade de quantos sofrem e buscam a liberdade.

Quanto ao cultivo da natureza, somos chamados a administrá-la de modo responsável. Nunca manipulá-la, desrespeitá-la ou apenas dela usufruir visando interesses econômicos escusos. O cuidado com a natureza é fonte de vida e de fraternidade. Ela precisa ser garantida não só a nós, mas às gerações futuras.

Na abertura para Deus, criador e senhor de todas as coisas; na abertura para o outro, reconhecendo-o como próximo e sujeito de dignidade, encontraremos o caminho para a paz. No mandamento por excelência, “que vos ameis uns aos outros” (cf. Jo 13,35-35), está a exigência que pede a cooperação de toda a humanidade.

A Mãe de Jesus, “sede da sabedoria”, nos ajude a manter este firme propósito.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

CAMPANHA DA FRATERNIDADE


Tema: Fraternidade e Tráfico Humano
Lema: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1)
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2014 é “identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humanas, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”.
Objetivos específicos:
  • Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos sofridos por esta exploração;
  • Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vitimas dessas práticas;
  • Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador desta realidade aviltante da pessoa humana;
  • Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano;
  • Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania dos atingidos;
  • Reivindicar, aos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar, eclesial e social;




CAMPANHA DA FRATERNIDADE
HINO
https://www.youtube.com/watch?v=okLWz4LK6nE

VEM MEU POVO AO TEU SENHOR
https://www.youtube.com/watch?v=jEx2fzeLwHE

VEM MEU POVO AO BANQUETE DA PARTILHA
https://www.youtube.com/watch?v=jEx2fzeLwHE

ESCUTA SENHOR
https://www.youtube.com/watch?v=1kjP0upGn24

TENDE COMPAIXÃO
https://www.youtube.com/watch?v=xqTnFwu0Lh0

ACLAMAÇÃO, LOUVOR A VÓS ÓH CRISTO

https://www.youtube.com/watch?v=XJdHmIvxXc4

SANTO

https://www.youtube.com/watch?v=P8KBs0yVduE






sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

NOTÍCIAS DO PAPA MENSAGEM*


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EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: A PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
CONCLUSÃO DOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAISPAPA AGRADECE AS MEDITAÇÕES DO PREGADOR.
SEXTA-FERIA, 14 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES
Concluíram-se esta manhã, sexta-feira 14 de Março, em Ariccia os exercícios espirituais nos quais participaram o Pontífice e membros da Cúria romana. As meditações foram propostas por monsenhor Angelo De Donatis, pároco de São Marcos Evangelista no Capitólio, na capela da casa do Divino Mestre dos religiosos paulinos. No final da reflexão desta manhã o Papa Francisco agradeceu o pregador dirigindo-lhe as seguintes palavras:
Padre Angelo, gostaria de lhe agradecer em meu nome e no nome de todos nós, a sua ajuda nestes dias, o seu acompanhamento e a sua escuta. Agora nós voltamos para casa com a boa semente: a semente da Palavra de Deus. Esta é uma boa semente. O Senhor enviará a chuva e aquela semente crescerá. Crescerá e dará fruto. Damos graças ao Senhor pela semente e pela chuva que nos enviar, mas também queremos agradecer o semeador. Porque o senhor foi o semeador, e sabe fazê-lo, sabe fazê-lo! Porque o senhor, laça aqui e ali sem se aperceber – ou fazendo de contas que não se apercebe – mas acerta, vai ao centro, acerta no alvo. Obrigado por isto. E peço-lhe que continue a rezar por este «sindicato de crentes» - todos somos pecadores, mas todos temos vontade de seguir Jesus mais de perto, sem perder a esperança na promessa, e também sem perder o sentido do humorismo – e por vezes saudá-los de longe. Obrigado, padre.
Pouco antes o pregador, monsenhor De Donatis, referindo-se ao momento da partida, tinha renovado para eles o convite que o Papa Francisco, exatamente há um ano (a 14 de Março de 2013, dia seguinte à eleição) dirigira aos cardeais eleitores durante a missa na Capela Sistina: «Saiamos desta experiência levando conosco a força daquele amor que nos ajudará a ir em frente do modo como nos foi pedido há exatamente um ano, para “caminhar, edificar, confessar”». E no início da meditação padre Angelo tinha aconselhado também um método, que ele experimentou, para sair ainda mais enriquecidos da semana de espiritualidade: avaliar atentamente pensamentos e sentimentos que surgiram nestes dias de oração e fazer deles um pequeno esquema escrito. Pensamentos e sentimentos suscitados quer pelo Espírito Santo, quer pelo inimigo «certamente antitéticos». No fim, explicou, depois de ter avaliado um por um pensamentos e sentimentos, deve ficar só um de cada lado, aquele que ocorreu mais vezes ou de modo mais intenso. Na coluna «inspirada pelo Espírito Santo» permanecerá aquele que se deve conservar e enriquecer; na suscitada pelo mal permanecerá o que é preciso combater; mas neste caso, acrescentou, «é preciso pedir uma graça particular» porque significa claramente «que ainda devemos ser completamente desenraizados do mal».




EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: A PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
É A MISERICÓRDIA, E NÃO A RELIGIÃO, QUE 
SALVA O SER HUMANO
SEXTA-FERIA, 14 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES


Na tarde de terça-feira e na manhã desta quarta, o pregador Pe. Angelo De Donatis levou o Papa e a Cúria Romana a refletirem sobre a força da misericórdia de Cristo que salva de todo pecado o ser humano que busca a Deus, e sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a linguagem que se detém na sabedoria do mundo.

"Jesus era um ótimo comunicador não porque usava palavras que queriam persuadir a todo custo, mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única capaz de chegar ao fundo dos corações", frisou o sacerdote.

Na reflexão desta manha, Pe. Donatis propôs ao Papa e seus colaboradores uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. "O homem de hoje está ainda à procura da linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas a linguagem da fraqueza, que todos entendem, sobretudo, os que sofrem. Uma linguagem de caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e permite ao ser humano testemunhar Cristo", disse ainda o pregador.

O amor entendido como misericórdia foi a chave de leitura da reflexão de Pe. Donatis na tarde desta terça-feira, inspirada na passagem do Evangelho de São Marcos em que a mulher que sofria de hemorragia fica curada somente por ter tocado o manto de Jesus, gesto em que ela colocou todas as suas esperanças.

"Considerada impura por sua religião a mulher vence o mal porque acreditou plenamente em Jesus. Hoje, isso também acontece quando a religião não ajuda a se salvar o ser humano que está morrendo por um pecado. Quem salva é Cristo, é a sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele. Constroem-se andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcançá-lo, talvez porque se seguem as coisas do mundo e se pensa pouco no sentido do Batismo, ou seja, no momento em que a Igreja nos acolheu quando estávamos mortos e nos restituiu vivos graças ao sangue de Jesus".
"Nós não fazemos nada para nos salvar. Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-lo e nos lembrar de caminhar não diante de Cristo, mas com Ele".



EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO DO CORAÇÃO
A NECESSIDADE DE CONFIAR EM DEUS 
E CONFRONTAR COM A LÓGICA DO 
MUNDO.
QUINTA-FERIA, 13 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Nesta quinta-feira, 13, o Papa Francisco e a Cúria Romana participaram do quinto dia de Exercícios Espirituais. O Retiro, que termina nesta sexta-feira, 14, está sendo dirigido pelo sacerdote italiano, Angelo De Donatis.
Nas reflexões, o pregador falou sobre o conhecimento de Jesus que culmina na amizade e, por consequência, no acolhimento e no amor. Destacou a capacidade de sair de si mesmo para acolher a Deus e assim tornar-se um verdadeiro evangelizador.
Padre Donatis falou da entrega de Maria, que disse sim à obra de salvação, aceitando ser a mãe de Deus. “Maria vê, escuta, acolhe, coloca de lado os seus projetos, renuncia a lógica humana, e coloca-se disponível para Deus, sem duvidar”.
A virgindade de Maria como um sinal da intervenção Divina, pois ao gerar o menino Deus por ação do Espírito,  comprovou que a obra não é realizada pela capacidade humana,  mas por graça.
Outro aspecto refletido pelo sacerdote foi a castidade consagrada a Deus que, segundo ele, indica justamente estar fora da lógica humana, e abrir-se à ação de Deus. “Também a nós, como a Maria, é pedido para  confiar no Senhor e acreditar que Ele é maior que os  medos e dúvidas colocadas em nós pelo inimigo”.
Ser casto é transbordar a amizade com Deus, assumir uma paternidade capaz de revelar a bondade Divina aos homens.
“Julgar cada gesto na lógica do mundo, a partir da economia de mercado, significa correr o risco de não compreender o valor daquele amor que aproxima os homens a Deus, Deus aos homens e os homens entre si, de modo a criar a comunhão de amor que é uma Igreja acolhedora”.






EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
A LINGUAGEM QUE COMUNICA A SABEDORIA DE
DEUS E A QUE SE DETÉM NA SABEDORIA DO MUNDO.
QUARTA-FERIA, 12 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Nesta quarta-feira, 12, o pregador falou sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a linguagem que se detém na sabedoria do mundo.
“Jesus era um ótimo comunicador não porque usava palavras que queriam persuadir a todo custo, mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única capaz de chegar ao fundo dos corações”, frisou o sacerdote.
Padre Donatis propôs ao Papa e seus colaboradores uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. Destacou que  o homem de hoje está ainda à procura da linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas a linguagem da fraqueza, que todos entendem, sobretudo, os que sofrem.
“Uma linguagem de caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e permite ao ser humano testemunhar Cristo”, disse ainda o pregador.
Na tarde desta terça-feira, 11, o pregador falou sobre o amor entendido como misericórdia, a partir do trecho do Evangelho de São Marcos que narra a história da mulher que sofria de hemorragia e foi curada por Jesus.
“Considerada impura por sua religião a mulher vence o mal porque acreditou plenamente em Jesus. Hoje, isso também acontece quando a religião não ajuda a  salvar o ser humano que está morrendo por um pecado. Quem salva é Cristo, é a sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele”, alertou o sacerdote.
Segundo o pregador, são construídos andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcançá-lo, pois pouco se pensa no sentido do Batismo, momento em que a Igreja  acolhe o pecador e  lhe dá vida nova.
“Nós não fazemos nada para nos salvar. Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-lo e nos lembrar de caminhar não diante de Cristo, mas com Ele”.

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO 
A IDEOLOGIA ECONÔMICA PODE IMPEDIR 
DE SE ENCONTRAR COM CRISTO.
TERÇA-FEIRA 11 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Os Exercícios Espirituais para o Papa e Cúria Romana seguiu para o seu terceiro dia, nesta terça-feira, 11, na casa Divin Maestro(Divino Mestre), em Ariccia, a cerca de 40 quilômetros de Roma.
O pregador do retiro monsenhor Angelo De Donatis, durante sua colocação, destacou a beleza da criatura humana que está destinada a desfazer-se se o amor misericordioso que Deus dá aos homens não lhes penetrar em profundidade.

O homem é como uma romã: dentro tem muitas sementes carnosas, tantas quantas os elementos da criação. Deus colocou-as todas juntas envolvidas em arilo polposo, sobre o qual infundiu o sopro da vida.
Para ilustrar essa imagem da criação do homem, mostrou uma bonita romã, madura e compacta, quase dando a ideia da beleza da criatura humana.
Uma beleza que  é destinada a desfazer-se se impede artificiosamente o sopro de Deus, ou seja, o amor misericordioso que Ele nos dá, de penetrar em profundidade. Então ocorre que cada uma daquelas pequenas sementes tomada pela vontade de auto-afirmação, procura expandir-se num confronto despótico com as outras, até provocar a explosão e, consequentemente, a desintegração do fruto.
Tratou-se, naturalmente, de uma metáfora que o pregador usou para explicar o efeito do mal que toma conta do homem.
Inicialmente, o pároco da paróquia romana de São Marcos Evangelista, no Capitólio, referiu-se à passagem do encontro de Jesus com o endemoninhado narrada pelo evangelista Marcos (5, 1-20), do qual repropôs os momentos salientes:
O diálogo, a súplica do demônio para não ser expulso e, consequentemente, obrigado a vagar; a pergunta de Jesus para saber qual era o nome dele; o definir-se "legião" por parte do demônio, a indicar um número enorme daqueles que tinham possuído aquele homem e que o governavam; o pedido deles a serem ao menos transferidos todos para a manada de porcos que estava ali nas proximidades e que, uma vez recebido o consenso de Jesus, enlouqueceram os porcos a ponto de provocar o suicídio deles em massa por afogamento no mar.

Monsenhor Donatis também se referiu à passagem do encontro de Jesus com o endemoninhado, narrada por São Marcos (5, 1-20).
“Um episódio que, pela reação dos proprietários dos porcos, nos aproxima do que acontece hoje no mundo. De fato, ninguém, narra São Marcos, deu-se conta daquele jovem que, libertado do demônio, voltava à vida, porque estavam mais preocupados com o dano econômico provocado pela morte daqueles dois mil porcos, a ponto de expulsarem Jesus, o qual se retirou sem dizer nada. Efetivamente, uma ideologia econômica impediu que aqueles homens encontrassem Jesus”.
De acordo com o pregador, diante da ideologia econômica pagã, põe-se a religião. “Jesus expulsa o demônio. E o homem encontra-se livre, libertado por Cristo. Não tem medo, está livre do medo. Deus o salvou. E o salvou não porque tivesse feito algo de extraordinário, mas porque tinha chegado ao amor misericordioso de Deus”.
Monsenhor Donatis considera que para chegar a esse amor é necessária a ajuda do Espírito Santo. “Sem Ele seria impossível”. “De fato, não servem as nossas obras para chegar a Deus. O necessário é a essencialidade do amor em Cristo”.
Outra afirmação do pregador se deu em torno da Carta de São Paulo aos Efésios (2, 1-10). Segundo ele, a tarefa dos católicos não é mostrar ao mundo o que a Igreja faz, o que fazem os padres, os cristãos, mas mostrar o que Deus faz por meio deles. Quando se coloca em primeiro plano o empenho, as obras, corre-se o risco de tornarem-se mundanos.
“Portanto, devemos libertar-nos da tentação de querer sempre fazer algo esquecendo que, na realidade, fomos salvos gratuitamente. Hoje é muito difusa essa fome de aparecer com nossas obras. Mas a verdadeira ‘boa obra’ é Cristo”.
Neste sentido, o pregador propôs aos católicos uma reflexão: “como é possível que as pessoas, vendo o volume de trabalho e obras que a Igreja realiza, não louvam o Senhor? Evidentemente, algo não está certo”.
“Portanto, não se deve continuamente buscar aplausos, nem alimentar invejas clericais. A pastoral moderna é em boa parte um esforço do fazer, na realidade, tudo deveria brotar como fruto do Espírito Santo”.







EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO DO CORAÇÃO
A RELIGIÃO DO DEUS TERRÍVEL NÃO EXISTE, 
PORQUE NOSSO DEUS É MISERICORDIOSO
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES



Na meditação desta manhã, o pregador focou na passagem evangélica da tempestade acalmada por Jesus, a fim de destacar como o mundo, em vez de reconhecer a presença e a obra de Deus, se assusta com ela. E isto acontece quando Cristo não habita mais no coração da pessoa: em seu lugar, fica uma religião estéril, a religião de um Deus terrível, que não usa de misericórdia. Dessa visão é que nasce o farisaísmo, segundo o qual nos livramos sozinhos do pecado medicante a prática da ascese típica do estoicismo: "Se é necessário fazer isto, então eu farei isto". Mas nosso Senhor chega até nós através de outros caminhos. Ele nos faz entender que nenhuma dessas atitudes representa o caminho certo. É necessário purificar a nossa mente das falsas imagens de Deus para iniciar um caminho de vida autêntica.
Durante esta semana de exercícios espirituais, a jornada começará todos os dias com a celebração da santa missa às 7h30 da manhã e contará com duas meditações, uma antes e a outra depois do almoço. Às 18h00 serão rezadas as vésperas e haverá em seguida a adoração do Santíssimo Sacramento.


 EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
PURIFICAR EM NOSSA MENTE DAS FALSAS IMAGENS DE DEUS
DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES
Em sua reflexão, no domingo, Pe. Donatis falou sobre os comportamentos interiores com os quais se entra nos Exercícios Espirituais, recordando “a necessidade de estar aberto à escuta do Espírito Santo a fim de se preparar para viver uma relação espiritual profunda e pessoal com Deus, para ver toda a realidade e reconhecer o lugar que nela nós ocupamos na perspectiva da luz que vem do Pai”.
No final, acolhendo o convite de Pe. Donatis a viver a experiência dos exercícios em espírito quase monástico, os presentes deixaram a capela em silêncio.
O papa Francisco, junto com outros oitenta religiosos entre cardeais, bispos e sacerdotes, viajou de ônibus neste domingo, dia 9 de março, até a localidade italiana de Ariccia, a cerca de 30 quilômetros do Vaticano, para fazer com a Cúria Romana os seus exercícios espirituais anuais. Os dois ônibus que partiram do Vaticano chegaram à Casa Divin Maestro, residência dos paulinos, pouco antes das 17 horas.

Os exercícios espirituais, que terminam nesta sexta-feira, 14 de março, serão pregados por mons. Angelo de Donatis, pároco da igreja romana San Marco Evangelista. O tema dos exercícios espirituais é “A purificação do coração”. A programação deste domingo começou às 18 horas com a oração das vésperas, uma meditação e a adoração eucarística.

É a primeira vez que os exercícios espirituais do papa acontecem fora do Vaticano. Foi uma decisão tomada pelo próprio papa Francisco, a fim de que os participantes pudessem se afastar das suas atividades habituais e focar somente no retiro. Todos os anos, os papas fazem seu retiro espiritual nesta época do ano, mas sempre tinha sido dentro do Vaticano. Cada um dos participantes, de acordo com a RAI, pagará os custos do retiro do seu próprio bolo.

O primeiro aniversário da eleição do papa Francisco será vivido, assim, no silêncio dos exercícios espirituais.

As jornadas de retiro começarão todos os dias com a santa missa às 7h30 da manhã. Haverá duas meditações por dia, a primeira a partir das 9h30 e a segunda à tarde, às 16h. Serão também rezadas as vésperas, seguidas por uma adoração do Santíssimo Sacramento, às 18 horas. As informações sobre a programação são da Rádio Vaticano.

Na sexta-feira pela manhã todos os participantes devem regressar ao Vaticano.

Durante esta semana, ficam suspensas todas as audiências, inclusive a da quarta-feira.




NOTÍCIAS DO VATICANO
ENCONTRO COM O PAPA FRANCISCO
DE INÍCIO DE QUARESMA
COM O CLERO DE ROMA 
O PADRE É UM HOMEM DE MISERICÓRDIA E COMPAIXÃO, COMO O BOM SAMARITANO E COMO JESUS, O BOM PASTOR.

A NECESSIDADE DO SACERDOTES ESTAREM PRÓXIMOS AO PRÓXIMO.
QUINTA- FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2014

RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ

BAIRRO AVELINO ROMA
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Recordando a instituição da Festa da Divina Misericórdia pelo Papa João Paulo II, em toda a Igreja, este é o tempo da misericórdia. “Toca-nos, como ministros da Igreja, manter viva esta mensagem, sobretudo na pregação e nos gestos, nos sinais, nas opções pastorais”.
O aprendizado sobre a misericórdia deve vir, segundo o Papa, de Jesus, que se comovia ao ver o povo disperso e desalentado. “Jesus tem as vísceras de Deus: está cheio de ternura para com as pessoas, especialmente para com os excluídos, os pecadores e os doentes”, lembrando que, à imagem do Bom Pastor, também do padre é homem de misericórdia e compaixão, próximo da sua gente e servidor de todos.
Esta atitude deve ser refletida em especial no sacramento da Reconciliação, no modo de acolher, escutar, aconselhar e absolver os fiéis. Isso depende também do modo como cada um se deixa abraçar por Deus na confissão. “O padre está chamado a aprender isto, a ter um coração que se comove. Os padres assépticos, os padres de laboratório, não ajudam a Igreja”. 
A Igreja pode ser pensada como um hospital de campanha, pois é preciso curar as feridas do povo. “Há tanta gente ferida por problemas materiais, pelos escândalos, mesmo dentro da Igreja. Gente ferida pelas ilusões do mundo. Nós padres temos de estar ali, junto das pessoas. Misericórdia significa, antes de mais nada, curar as feridas”.
O Papa perguntou os sacerdotes sobre o cuidado com os fiéis, se realmente conhecem as feridas de seus paroquianos, se mantêm proximidade com eles. O exercício do sacramento da reconciliação, que não é uma questão de rigor.
“A verdadeira misericórdia toma a seu cargo a pessoa, escuta-a atentamente, aborda com respeito e com verdade a situação, acompanha-a no caminho de reconciliação. Comporta-se como o Bom Samaritano. O seu coração é capaz de compaixão, como o de Cristo”.


O “sofrimento pastoral, que é uma forma de misericórdia”. Significa “sofrer por e com as pessoas, como um pai e uma mãe sofrem pelos filhos”. E dirigiu aos padres de Roma algumas perguntas interpeladoras:

“Choras pelo teu povo? Fazes oração de intercessão diante do Santíssimo? Lutas com o Senhor a favor do teu povo, como fez Abraão?”

Aludindo uma vez mais ao Bom Samaritano, o Papa concluiu exortando os padres de Roma a “não terem vergonha da carne do irmão”. “No final dos tempos, será admitido a contemplar a carne glorificada de Cristo só quem não tiver tido vergonha da carne do seu irmão ferido e excluído”.





NOTÍCIAS DO VATICANO
QUINTA-FEIRA, 20 DE FEVEREIRO DE 2014
CONSULTÓRIO DO COLÉGIO CARDINALÍCIO

20 A 21 DE FEVEREIRO
SALA DO SÍNODO
CIDADE DO VATICANO

BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA 

Caríssimos irmãos,
Saúdo-vos cordialmente e agradeço convosco ao Senhor que nos doa estes dias de encontro e de trabalho comum. Damos as boas vindas em particular aos irmãos que sábado serão criados cardeais e os acompanhamos com a oração e o afeto fraterno. Agradeço ao cardeal Sodano pelas suas palavras.
Nestes dias, refletiremos em particular sobre a família, que é a célula fundamental da sociedade humana. Desde o início, o Criador colocou Sua bênção sobre o homem e sobre a mulher a fim de que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra, e assim a família representa no mundo como o reflexo de Deus, Uno e Trino.
A nossa reflexão terá sempre presente a beleza da família e do matrimônio, a grandeza desta realidade humana tão simples e, ao mesmo tempo, rica, feita de alegrias e esperanças, de cansaços e sofrimentos, como toda a vida. Procuraremos aprofundar a teologia da família e a pastoral que devemos atuar nas condições atuais. Façamo-lo com profundidade e sem cair na “casuística”, porque faria, inevitavelmente, baixar o nível do nosso trabalho. A família hoje é desprezada, é maltratada, e o que nos é pedido é reconhecer como é belo, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; quanto é indispensável para a vida do mundo, para o futuro da humanidade. É pedido a nós colocar em evidência o luminoso plano de Deus sobre família e ajudar os esposos a vivê-lo com alegria em sua existência, acompanhando-os em tantas dificuldades, com uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor.
Agradeço em nome de todos ao Cardeal Walter Kasper pela preciosa contribuição que nos oferece com a sua introdução.
Agradeço a todos e bom dia de trabalho.








NOTÍCIAS DO VATICANO
SEXTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2014
AUDIÊNCIA COM OS NOIVOS DO MUNDO TODO
SENHOR DAI-NOS O NOSSO AMOR DE CADA DIA.
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
RÁDIO VATICANA


Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se em clima de festa e comoção, na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro, na Praça São Pedro, a audiência especial do Papa Francisco aos noivos do mundo inteiro, no contexto do encontro "A alegria do Sim para sempre", promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, no dia de São Valentim – bispo e mártir, data em que se celebra na Europa, e em vários países do hemisfério norte, o Dia dos Namorados.
Foram mais de 25 mil participantes, provenientes de aproximadamente trinta países. Após uma manhã de cantos, testemunhos, poesias e reflexões, com a presença do presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia – e após o seguinte tuíte do Santo Padre lançado pouco antes de encontrar os noivos: "Jovens, não tenhais medo de vos casar: unidos num matrimônio fiel e fecundo, sereis felizes" –, o Papa saudou os casais presentes e respondeu às perguntas sobre o valor do matrimônio, que três deles lhe fizeram.
"Senhor, dai-nos hoje o nosso amor cotidiano." Foi uma sugestão para a oração que o Papa quis dar aos noivos do mundo inteiro, inspirando-se no Pai-Nosso. De fato, Francisco pediu que se repetisse esta súplica em forma de oração.
Respondendo às perguntas de três casais, o Pontífice fez um quadro da sociedade contemporânea: "Muitas pessoas – disse – têm medo de fazer escolhas definitivas, para a vida inteira, parece impossível".
"Hoje tudo muda rapidamente, nada dura muito tempo." Contudo – explicou o Papa em seu primeiro encontro oficial com os noivos –, o amor é uma relação, "é uma realidade que cresce", "que se constrói como uma casa. E a casa se constrói juntos, não sozinhos": "Construir significa favorecer e ajudar o crescimento":
"Caros noivos, vocês estão se preparando para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos que vão e que vêm, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce deste projeto de amor que quer crescer como se constrói uma casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio. Mas todos juntos: afeto, auxílio, esperança, apoio! Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também queremos que seja estável e para sempre o amor que funda a família. Por favor, não nos deixemos vencer pela "cultura do provisório"! Essa cultura que hoje nos invade a todos, essa cultura do provisório. Isso não é bom!"
Diante do medo do "para sempre", a "cura" dia após dia é confiar-se "ao Senhor numa vida que se torna um caminho espiritual cotidiano, feito de passos, de crescimento comum, de compromisso a se tornarem homens e mulheres amadurecidos na fé". Porque – explicou Francisco – o "para sempre" não é somente uma questão de duração:
"Um matrimônio não obtém bom êxito somente se dura, mas é importante a sua qualidade. O desafio dos esposos cristãos é estar juntos e saber amar-se para sempre."
Referindo-se ao milagre das bodas de Caná, o Santo Padre recordou aos noivos que "o Senhor pode multiplicar" o amor deles e oferecê-lo "fresco e agradável todos os dias", porque "dispõe de uma reserva infinita", "o renova", "o reforça" e "o torna inda maior quando a família cresce com os filhos". Neste caminho devem ser observadas algumas "regras", já indicadas por Francisco encontrando as famílias: com licença, obrigado, desculpe-me. "Com licença" é um "pedido gentil":
"Pedir licença significa saber entrar com cortesia na vida dos outros. Mas ouçam o seguinte: saber entrar com cortesia na vida dos outros não é fácil! Não é fácil! Ao invés, por vezes, se usam maneiras de certo modo pesadas, com botas de montanha! O amor verdadeiro não se impõe com dureza e agressividade."
Por outro lado, refletiu o Santo Padre, "em nossas famílias, em nosso mundo, muitas vezes violento e arrogante, é preciso muita cortesia". Em seguida, falou sobre a gratidão, outro "sentimento importante":
"Na relação de vocês, e amanhã na vida matrimonial, é importante manter a consciência clara de que a outra pessoa é um dom de Deus e aos dons de Deus se diz: "Obrigado!" Aos dons se diz: Obrigado! E com essa atitude interior dizer obrigado reciprocamente, para todas as coisas."
Depois, um exame de consciência, porque "na vida cometemos erros, muitos erros": o homem é levado "a acusar o outro e a justificar a si mesmo", é "um instinto que está na origem de muitos fracassos: Aprendamos a reconhecer nossos erros e – acrescentou o Santo Padre – a pedir desculpas"; nunca terminar o dia "sem fazer as pazes":
"Todos sabemos que não existe a família perfeita, e nem mesmo o marido perfeito, ou a mulher perfeita. Nem falemos da sogra perfeita! Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, nos ensina um segredo: jamais terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte a nossa casa, a nossa família."
Em seguida, fez uma reflexão sobre a festa nupcial: o convite do Papa foi a fazer de modo "que seja uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa mundana", porque o que torna o matrimônio "pleno e profundamente verdadeiro" é "a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça". "Ele é o segredo da alegria plena, daquela alegria que verdadeiramente aquece o coração":
"É bom que o matrimônio de vocês seja sóbrio e ressalte aquilo que é verdadeiramente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, com o banquete, as fotografias, as roupas e a flores... São coisas importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da alegria de vocês: a bênção do Senhor sobre o amor de vocês."
Por fim, o Papa dirigiu um pensamento aos jovens que fizeram ou ainda estão fazendo um percurso de preparação para o matrimônio, em vista das núpcias nos próximos meses: uma reflexão sobre o matrimônio, como "trabalho de todos os dias", "trabalho artesanal", para "crescer também em humanidade, como homem e como mulher":
"Chegar a isto, alcançar isto: a crescerem juntos, um ao outro. E os filhos terão essa herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se – um ao outro – mais homem e mais mulher!" (RL)





NOTÍCIAS DO VATICANO
SEXTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2014
ENTREVISTA COM O DIRETOR

DA CIVIITÁ CATTOLICA
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA 
E
RÁDIO VATICANA


Proximidade, encontro, diálogo. Estas são algumas das palavras-chave da Mensagem do Papa Francisco para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais. O documento, publicado nesta quinta-feira (23), gira em torno da figura do Bom Samaritano, indicado pelo Pontífice como modelo para os comunicadores. Para comentar a Mensagem, a Rádio Vaticano entrevistou o Diretor da "Civiltà Cattolica", Padre Antonio Spadaro:
R"Certamente, o Papa Francisco é um Pontífice que ama muito a comunicação, pois tem um estilo pastoral de contato direto com as pessoas. Portanto, para ele, comunicação significa encontro. A cultura da comunicação está em colisão direta com a cultura do desperdício, portanto, da divisão, das divisões do tipo econômico, ideológico. A comunicação - e o encontro - está no centro, é o coração da 'visão bergogliana' da vida e da Igreja. Se devêssemos resumir, então, o conceito que está por trás deste texto, eu diria que para ele, comunicar é encontrar, isto é, fazer-se próximo. Existe uma espécie de revolução copérnica da comunicação, onde no centro não existe a mensagem, mas existem as pessoas que comunicam. Isto é muito moderno, muito contemporâneo, porque nós sabemos que as redes, hoje, constroem uma comunicação baseada nas relações. Se não existem relações, não se comunica"
RV: O Papa indica um modelo, que pode parecer original para um jornalista, para um comunicador, aquele do Bom Samaritano, a após acrescenta: "Gosto de definir este poder da comunicação como proximidade". Ou seja, a proximidade é o centro.....
R"A proximidade é exatamente o centro! A imagem, portanto, do Bom Samaritano é uma imagem muito forte que, aliás, o então Cardeal Bergoglio já havia utilizado em 2002, falando aos comunicadores de Buenos Aires. Esta mensagem é o fruto de uma meditação e de uma longa reflexão sobre este tema. E é muito bonito como a Parábola evangélica se torna uma referência para um comunicador. O Bom Samaritano se faz próximo e cura as feridas, curas as chagas, ajuda quem está em dificuldade. Isto significa concretamente para um comunicador cristão dar voz a quem não tem voz, tornar visível a face de quem é invisível".
RV: Nesta mensagem, como também nas últimas mensagens do Papa Bento XVI, se fala muito de Internet. O Papa Francisco utiliza uma imagem muito bonita: "A rede digital - diz - pode ser um lugar rico de humanidade, não uma rede de fios, mas de pessoas humanas"....
R: "Este é outro conceito central, pois a comunicação é uma comunicação entre pessoas, antes de tudo. A Rede, portanto, não é como a rede hidráulica ou a rede de gás, mas a Rede constrói um ambiente comunicativo. Na realidade, é como se o Papa dissesse que a Rede não existe, Internet não existe: é a nossa vida, somos nós, seres humanos, a estar em Rede! A nossa vida é uma rede de relações. Depois, os fios, os cabos, se quisermos, nos ajudam obviamente. Antes, devem nos ajudar - é esta a vocação da Rede - sermos mais unidos, termos uma comunicação mais direta, que seja também capaz de superar as barreiras e os obstáculos. Existe uma visão cristã forte, uma visão quase profética da Rede. A Rede é entendida como dom de Deus aos homens, porque graças a ela, os homens podem estar mais unidos".
RV: Uma parte consistente desta mensagem é dedicada ao diálogo e obviamente neste caso não se refere somente ao diálogo dos comunicadores. "Dialogar - escreve o Papa Francisco - não significa renunciar às próprias idéias, mas sim à intenção de que sejam únicas e absolutas". Aqui, de alguma forma, se percebe uma característica do seu Pontificado ...
R: "Certamente, pois o dialogar significa falar com uma pessoa, não para convencê-la das próprias idéias, isto não é diálogo: diálogo significa tratar com as pessoas, sabendo que o outro pode ajudar-me a entender melhor. Podemos caminhar juntos para uma verdade única. Então, fechar-se dentro de idéias pessoais ou tradições linguísticas, partidárias e assim por diante, significa impedir esta fluidez de comunicação. É um tema muito, muito caro ao Papa Francisco, que diversas vezes afirmou que a Igreja deve inserir-se no diálogo com os homens e as mulheres de hoje, justamente para compreender melhor as expectativas, as esperanças e as dúvidas. O estilo do diálogo, portanto, é justamente um estilo radical, entendendo-se por estilo não somente um modo de fazer, mas justamente a própria essência do Evangelho, a abertura ao mundo".
RV: E justamente a abertura, o horizonte e o olhar para o futuro concluem esta mensagem, quando o Papa afirma: "A revolução dos meios de comunicação requer energias frescas e uma imaginação nova". Também aqui existe um impulso para sair, um incentivo que o Papa dá aos comunicadores...
R: "O Papa diz uma coisa muito importante aqui, que a comunicação é um desafio apaixonante - é uma expressão sua - que, justamente, requer energia. Não se pode, portanto, confiar a comunicação a uma rotina mecânica, de comunicados de imprensa que limitam-se a comunicar frases feitas. Requer, então, energia, desejo de comunicar, intensidade, mas também uma imaginação nova. Isto é muito interessante, isto é, necessita ver as coisas de maneira diferente. A imaginação cristã é uma imaginação - graças à imagens do Bom Samaritano - capaz de plasmar, de dar forma a uma comunicação que significa também um modo de viver juntos. O Papa fala às vezes na Evangelii Gaudium de uma maré um pouco caótica, de uma espécie de "caravana solidária" em que nos encontramos mergulhados. São todas imagens que tocam o homem de hoje, mas dizem como a Igreja deve envolver-se, deva misturar-se com esta humanidade para comunicar a mensagem do Evangelho". (JE)






MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O XLVIII DIA MUNDIAL DAS 
COMUNICAÇÕES SOCIAIS

«Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro»

[Domingo, 1 de Junho de 2014]



Queridos irmãos e irmãs,

Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximo uns dos outros. Os progressos dos transportes e das tecnologias de comunicação deixam-nos mais próximo, interligando-nos sempre mais, e a globalização faz-nos mais interdependentes. Todavia, dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres. Frequentemente, basta passar pelas estradas duma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas. Estamos já tão habituados a tudo isso que nem nos impressiona. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas.

Neste mundo, os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos. Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros. Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros. Os mass-media podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus.

No entanto, existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correcta de si mesmo. A variedade das opiniões expressas pode ser sentida como riqueza, mas é possível também fechar-se numa esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias, ou mesmo a determinados interesses políticos e económicos. O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós. Sem esquecer que a pessoa que, pelas mais diversas razões, não tem acesso aos meios de comunicação social corre o risco de ser excluído.

Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos mass-media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica. Portanto haverá alguma coisa, no ambiente digital, que nos ajuda a crescer em humanidade e na compreensão recíproca? Devemos, por exemplo, recuperar um certo sentido de pausa e calma. Isto requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar. Temos necessidade também de ser pacientes, se quisermos compreender aqueles que são diferentes de nós: uma pessoa expressa-se plenamente a si mesma, não quando é simplesmente tolerada, mas quando sabe que é verdadeiramente acolhida. Se estamos verdadeiramente desejosos de escutar os outros, então aprenderemos a ver o mundo com olhos diferentes e a apreciar a experiência humana tal como se manifesta nas várias culturas e tradições. Entretanto saberemos apreciar melhor também os grandes valores inspirados pelo Cristianismo, como, por exemplo, a visão do ser humano como pessoa, o matrimónio e a família, a distinção entre esfera religiosa e esfera política, os princípios de solidariedade e subsidiariedade, entre outros.

Então, como pode a comunicação estar ao serviço de uma autêntica cultura do encontro? E – para nós, discípulos do Senhor – que significa, segundo o Evangelho, encontrar uma pessoa? Como é possível, apesar de todas as nossas limitações e pecados, ser verdadeiramente próximo aos outros? Estas perguntas resumem-se naquela que, um dia, um escriba – isto é, um comunicador – pôs a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29 ). Esta pergunta ajuda-nos a compreender a comunicação em termos de proximidade. Poderíamos traduzi-la assim: Como se manifesta a «proximidade» no uso dos meios de comunicação e no novo ambiente criado pelas tecnologias digitais? Encontro resposta na parábola do bom samaritano, que é também uma parábola do comunicador. Na realidade, quem comunica faz-se próximo. E o bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada. Jesus inverte a perspectiva: não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro. Por isso, comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus. Apraz-me definir este poder da comunicação como «proximidade».

Quando a comunicação tem como fim predominante induzir ao consumo ou à manipulação das pessoas, encontramo-nos perante uma agressão violenta como a que sofreu o homem espancado pelos assaltantes e abandonado na estrada, como lemos na parábola. Naquele homem, o levita e o sacerdote não vêem um seu próximo, mas um estranho de quem era melhor manter a distância. Naquele tempo, eram condicionados pelas regras da pureza ritual. Hoje, corremos o risco de que alguns mass-media nos condicionem até ao ponto de fazer-nos ignorar o nosso próximo real.

Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos de amar e ser amados. Precisamos de ternura. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação. O próprio mundo dos mass-media não pode alhear-se da solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura. A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas. A neutralidade dos mass-media é só aparente: só pode constituir um ponto de referimento quem comunica colocando-se a si mesmo em jogo. O envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade dum comunicador. É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais.

Tenho-o repetido já diversas vezes: entre uma Igreja acidentada que sai pela estrada e uma Igreja doente de auto-referencialidade, não hesito em preferir a primeira. E quando falo de estrada penso nas estradas do mundo onde as pessoas vivem: é lá que as podemos, efectiva e afectivamente, alcançar. Entre estas estradas estão também as digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança. Também graças à rede, pode a mensagem cristã viajar «até aos confins do mundo» (Act 1, 8). Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independentemente da condição de vida em que se encontrem, seja para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos. Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim? A comunicação concorre para dar forma à vocação missionária de toda a Igreja, e as redes sociais são, hoje, um dos lugares onde viver esta vocação de redescobrir a beleza da fé, a beleza do encontro com Cristo. Inclusive no contexto da comunicação, é precisa uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração.

O testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros «através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana (Bento XVI, Mensagem para o XLVII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2013). Pensemos no episódio dos discípulos de Emaús. É preciso saber-se inserir no diálogo com os homens e mulheres de hoje, para compreender os seus anseios, dúvidas, esperanças, e oferecer-lhes o Evangelho, isto é, Jesus Cristo, Deus feito homem, que morreu e ressuscitou para nos libertar do pecado e da morte. O desafio requer profundidade, atenção à vida, sensibilidade espiritual. Dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas.

Possa servir-nos de guia o ícone do bom samaritano, que liga as feridas do homem espancado, deitando nelas azeite e vinho. A nossa comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de nos fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho. Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital. É importante a atenção e a presença da Igreja no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro com Cristo: uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos. Neste contexto, a revolução nos meios de comunicação e de informação são um grande e apaixonante desafio que requer energias frescas e uma imaginação nova para transmitir aos outros a beleza de Deus.

Vaticano, 24 de Janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano 2014.



Franciscus