sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

NOTÍCIAS DO PAPA MENSAGEM*


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EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: A PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
CONCLUSÃO DOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAISPAPA AGRADECE AS MEDITAÇÕES DO PREGADOR.
SEXTA-FERIA, 14 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES
Concluíram-se esta manhã, sexta-feira 14 de Março, em Ariccia os exercícios espirituais nos quais participaram o Pontífice e membros da Cúria romana. As meditações foram propostas por monsenhor Angelo De Donatis, pároco de São Marcos Evangelista no Capitólio, na capela da casa do Divino Mestre dos religiosos paulinos. No final da reflexão desta manhã o Papa Francisco agradeceu o pregador dirigindo-lhe as seguintes palavras:
Padre Angelo, gostaria de lhe agradecer em meu nome e no nome de todos nós, a sua ajuda nestes dias, o seu acompanhamento e a sua escuta. Agora nós voltamos para casa com a boa semente: a semente da Palavra de Deus. Esta é uma boa semente. O Senhor enviará a chuva e aquela semente crescerá. Crescerá e dará fruto. Damos graças ao Senhor pela semente e pela chuva que nos enviar, mas também queremos agradecer o semeador. Porque o senhor foi o semeador, e sabe fazê-lo, sabe fazê-lo! Porque o senhor, laça aqui e ali sem se aperceber – ou fazendo de contas que não se apercebe – mas acerta, vai ao centro, acerta no alvo. Obrigado por isto. E peço-lhe que continue a rezar por este «sindicato de crentes» - todos somos pecadores, mas todos temos vontade de seguir Jesus mais de perto, sem perder a esperança na promessa, e também sem perder o sentido do humorismo – e por vezes saudá-los de longe. Obrigado, padre.
Pouco antes o pregador, monsenhor De Donatis, referindo-se ao momento da partida, tinha renovado para eles o convite que o Papa Francisco, exatamente há um ano (a 14 de Março de 2013, dia seguinte à eleição) dirigira aos cardeais eleitores durante a missa na Capela Sistina: «Saiamos desta experiência levando conosco a força daquele amor que nos ajudará a ir em frente do modo como nos foi pedido há exatamente um ano, para “caminhar, edificar, confessar”». E no início da meditação padre Angelo tinha aconselhado também um método, que ele experimentou, para sair ainda mais enriquecidos da semana de espiritualidade: avaliar atentamente pensamentos e sentimentos que surgiram nestes dias de oração e fazer deles um pequeno esquema escrito. Pensamentos e sentimentos suscitados quer pelo Espírito Santo, quer pelo inimigo «certamente antitéticos». No fim, explicou, depois de ter avaliado um por um pensamentos e sentimentos, deve ficar só um de cada lado, aquele que ocorreu mais vezes ou de modo mais intenso. Na coluna «inspirada pelo Espírito Santo» permanecerá aquele que se deve conservar e enriquecer; na suscitada pelo mal permanecerá o que é preciso combater; mas neste caso, acrescentou, «é preciso pedir uma graça particular» porque significa claramente «que ainda devemos ser completamente desenraizados do mal».




EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: A PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
É A MISERICÓRDIA, E NÃO A RELIGIÃO, QUE 
SALVA O SER HUMANO
SEXTA-FERIA, 14 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES


Na tarde de terça-feira e na manhã desta quarta, o pregador Pe. Angelo De Donatis levou o Papa e a Cúria Romana a refletirem sobre a força da misericórdia de Cristo que salva de todo pecado o ser humano que busca a Deus, e sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a linguagem que se detém na sabedoria do mundo.

"Jesus era um ótimo comunicador não porque usava palavras que queriam persuadir a todo custo, mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única capaz de chegar ao fundo dos corações", frisou o sacerdote.

Na reflexão desta manha, Pe. Donatis propôs ao Papa e seus colaboradores uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. "O homem de hoje está ainda à procura da linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas a linguagem da fraqueza, que todos entendem, sobretudo, os que sofrem. Uma linguagem de caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e permite ao ser humano testemunhar Cristo", disse ainda o pregador.

O amor entendido como misericórdia foi a chave de leitura da reflexão de Pe. Donatis na tarde desta terça-feira, inspirada na passagem do Evangelho de São Marcos em que a mulher que sofria de hemorragia fica curada somente por ter tocado o manto de Jesus, gesto em que ela colocou todas as suas esperanças.

"Considerada impura por sua religião a mulher vence o mal porque acreditou plenamente em Jesus. Hoje, isso também acontece quando a religião não ajuda a se salvar o ser humano que está morrendo por um pecado. Quem salva é Cristo, é a sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele. Constroem-se andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcançá-lo, talvez porque se seguem as coisas do mundo e se pensa pouco no sentido do Batismo, ou seja, no momento em que a Igreja nos acolheu quando estávamos mortos e nos restituiu vivos graças ao sangue de Jesus".
"Nós não fazemos nada para nos salvar. Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-lo e nos lembrar de caminhar não diante de Cristo, mas com Ele".



EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO DO CORAÇÃO
A NECESSIDADE DE CONFIAR EM DEUS 
E CONFRONTAR COM A LÓGICA DO 
MUNDO.
QUINTA-FERIA, 13 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Nesta quinta-feira, 13, o Papa Francisco e a Cúria Romana participaram do quinto dia de Exercícios Espirituais. O Retiro, que termina nesta sexta-feira, 14, está sendo dirigido pelo sacerdote italiano, Angelo De Donatis.
Nas reflexões, o pregador falou sobre o conhecimento de Jesus que culmina na amizade e, por consequência, no acolhimento e no amor. Destacou a capacidade de sair de si mesmo para acolher a Deus e assim tornar-se um verdadeiro evangelizador.
Padre Donatis falou da entrega de Maria, que disse sim à obra de salvação, aceitando ser a mãe de Deus. “Maria vê, escuta, acolhe, coloca de lado os seus projetos, renuncia a lógica humana, e coloca-se disponível para Deus, sem duvidar”.
A virgindade de Maria como um sinal da intervenção Divina, pois ao gerar o menino Deus por ação do Espírito,  comprovou que a obra não é realizada pela capacidade humana,  mas por graça.
Outro aspecto refletido pelo sacerdote foi a castidade consagrada a Deus que, segundo ele, indica justamente estar fora da lógica humana, e abrir-se à ação de Deus. “Também a nós, como a Maria, é pedido para  confiar no Senhor e acreditar que Ele é maior que os  medos e dúvidas colocadas em nós pelo inimigo”.
Ser casto é transbordar a amizade com Deus, assumir uma paternidade capaz de revelar a bondade Divina aos homens.
“Julgar cada gesto na lógica do mundo, a partir da economia de mercado, significa correr o risco de não compreender o valor daquele amor que aproxima os homens a Deus, Deus aos homens e os homens entre si, de modo a criar a comunhão de amor que é uma Igreja acolhedora”.






EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
A LINGUAGEM QUE COMUNICA A SABEDORIA DE
DEUS E A QUE SE DETÉM NA SABEDORIA DO MUNDO.
QUARTA-FERIA, 12 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Nesta quarta-feira, 12, o pregador falou sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a linguagem que se detém na sabedoria do mundo.
“Jesus era um ótimo comunicador não porque usava palavras que queriam persuadir a todo custo, mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única capaz de chegar ao fundo dos corações”, frisou o sacerdote.
Padre Donatis propôs ao Papa e seus colaboradores uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. Destacou que  o homem de hoje está ainda à procura da linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas a linguagem da fraqueza, que todos entendem, sobretudo, os que sofrem.
“Uma linguagem de caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e permite ao ser humano testemunhar Cristo”, disse ainda o pregador.
Na tarde desta terça-feira, 11, o pregador falou sobre o amor entendido como misericórdia, a partir do trecho do Evangelho de São Marcos que narra a história da mulher que sofria de hemorragia e foi curada por Jesus.
“Considerada impura por sua religião a mulher vence o mal porque acreditou plenamente em Jesus. Hoje, isso também acontece quando a religião não ajuda a  salvar o ser humano que está morrendo por um pecado. Quem salva é Cristo, é a sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele”, alertou o sacerdote.
Segundo o pregador, são construídos andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcançá-lo, pois pouco se pensa no sentido do Batismo, momento em que a Igreja  acolhe o pecador e  lhe dá vida nova.
“Nós não fazemos nada para nos salvar. Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-lo e nos lembrar de caminhar não diante de Cristo, mas com Ele”.

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO 
A IDEOLOGIA ECONÔMICA PODE IMPEDIR 
DE SE ENCONTRAR COM CRISTO.
TERÇA-FEIRA 11 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Os Exercícios Espirituais para o Papa e Cúria Romana seguiu para o seu terceiro dia, nesta terça-feira, 11, na casa Divin Maestro(Divino Mestre), em Ariccia, a cerca de 40 quilômetros de Roma.
O pregador do retiro monsenhor Angelo De Donatis, durante sua colocação, destacou a beleza da criatura humana que está destinada a desfazer-se se o amor misericordioso que Deus dá aos homens não lhes penetrar em profundidade.

O homem é como uma romã: dentro tem muitas sementes carnosas, tantas quantas os elementos da criação. Deus colocou-as todas juntas envolvidas em arilo polposo, sobre o qual infundiu o sopro da vida.
Para ilustrar essa imagem da criação do homem, mostrou uma bonita romã, madura e compacta, quase dando a ideia da beleza da criatura humana.
Uma beleza que  é destinada a desfazer-se se impede artificiosamente o sopro de Deus, ou seja, o amor misericordioso que Ele nos dá, de penetrar em profundidade. Então ocorre que cada uma daquelas pequenas sementes tomada pela vontade de auto-afirmação, procura expandir-se num confronto despótico com as outras, até provocar a explosão e, consequentemente, a desintegração do fruto.
Tratou-se, naturalmente, de uma metáfora que o pregador usou para explicar o efeito do mal que toma conta do homem.
Inicialmente, o pároco da paróquia romana de São Marcos Evangelista, no Capitólio, referiu-se à passagem do encontro de Jesus com o endemoninhado narrada pelo evangelista Marcos (5, 1-20), do qual repropôs os momentos salientes:
O diálogo, a súplica do demônio para não ser expulso e, consequentemente, obrigado a vagar; a pergunta de Jesus para saber qual era o nome dele; o definir-se "legião" por parte do demônio, a indicar um número enorme daqueles que tinham possuído aquele homem e que o governavam; o pedido deles a serem ao menos transferidos todos para a manada de porcos que estava ali nas proximidades e que, uma vez recebido o consenso de Jesus, enlouqueceram os porcos a ponto de provocar o suicídio deles em massa por afogamento no mar.

Monsenhor Donatis também se referiu à passagem do encontro de Jesus com o endemoninhado, narrada por São Marcos (5, 1-20).
“Um episódio que, pela reação dos proprietários dos porcos, nos aproxima do que acontece hoje no mundo. De fato, ninguém, narra São Marcos, deu-se conta daquele jovem que, libertado do demônio, voltava à vida, porque estavam mais preocupados com o dano econômico provocado pela morte daqueles dois mil porcos, a ponto de expulsarem Jesus, o qual se retirou sem dizer nada. Efetivamente, uma ideologia econômica impediu que aqueles homens encontrassem Jesus”.
De acordo com o pregador, diante da ideologia econômica pagã, põe-se a religião. “Jesus expulsa o demônio. E o homem encontra-se livre, libertado por Cristo. Não tem medo, está livre do medo. Deus o salvou. E o salvou não porque tivesse feito algo de extraordinário, mas porque tinha chegado ao amor misericordioso de Deus”.
Monsenhor Donatis considera que para chegar a esse amor é necessária a ajuda do Espírito Santo. “Sem Ele seria impossível”. “De fato, não servem as nossas obras para chegar a Deus. O necessário é a essencialidade do amor em Cristo”.
Outra afirmação do pregador se deu em torno da Carta de São Paulo aos Efésios (2, 1-10). Segundo ele, a tarefa dos católicos não é mostrar ao mundo o que a Igreja faz, o que fazem os padres, os cristãos, mas mostrar o que Deus faz por meio deles. Quando se coloca em primeiro plano o empenho, as obras, corre-se o risco de tornarem-se mundanos.
“Portanto, devemos libertar-nos da tentação de querer sempre fazer algo esquecendo que, na realidade, fomos salvos gratuitamente. Hoje é muito difusa essa fome de aparecer com nossas obras. Mas a verdadeira ‘boa obra’ é Cristo”.
Neste sentido, o pregador propôs aos católicos uma reflexão: “como é possível que as pessoas, vendo o volume de trabalho e obras que a Igreja realiza, não louvam o Senhor? Evidentemente, algo não está certo”.
“Portanto, não se deve continuamente buscar aplausos, nem alimentar invejas clericais. A pastoral moderna é em boa parte um esforço do fazer, na realidade, tudo deveria brotar como fruto do Espírito Santo”.







EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO DO CORAÇÃO
A RELIGIÃO DO DEUS TERRÍVEL NÃO EXISTE, 
PORQUE NOSSO DEUS É MISERICORDIOSO
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES



Na meditação desta manhã, o pregador focou na passagem evangélica da tempestade acalmada por Jesus, a fim de destacar como o mundo, em vez de reconhecer a presença e a obra de Deus, se assusta com ela. E isto acontece quando Cristo não habita mais no coração da pessoa: em seu lugar, fica uma religião estéril, a religião de um Deus terrível, que não usa de misericórdia. Dessa visão é que nasce o farisaísmo, segundo o qual nos livramos sozinhos do pecado medicante a prática da ascese típica do estoicismo: "Se é necessário fazer isto, então eu farei isto". Mas nosso Senhor chega até nós através de outros caminhos. Ele nos faz entender que nenhuma dessas atitudes representa o caminho certo. É necessário purificar a nossa mente das falsas imagens de Deus para iniciar um caminho de vida autêntica.
Durante esta semana de exercícios espirituais, a jornada começará todos os dias com a celebração da santa missa às 7h30 da manhã e contará com duas meditações, uma antes e a outra depois do almoço. Às 18h00 serão rezadas as vésperas e haverá em seguida a adoração do Santíssimo Sacramento.


 EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DA QUARESMA
PARA O PAPA FRANCISCO E A CÚRIA ROMANA
TEMA: PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
PURIFICAR EM NOSSA MENTE DAS FALSAS IMAGENS DE DEUS
DOMINGO, 9 DE MARÇO DE 2014
PREGADOR: MONS. ANGELO DE DANTIS
CASA DIVIN MAESTRO
ARICCIA
CASTELOS ROMANOS
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES
Em sua reflexão, no domingo, Pe. Donatis falou sobre os comportamentos interiores com os quais se entra nos Exercícios Espirituais, recordando “a necessidade de estar aberto à escuta do Espírito Santo a fim de se preparar para viver uma relação espiritual profunda e pessoal com Deus, para ver toda a realidade e reconhecer o lugar que nela nós ocupamos na perspectiva da luz que vem do Pai”.
No final, acolhendo o convite de Pe. Donatis a viver a experiência dos exercícios em espírito quase monástico, os presentes deixaram a capela em silêncio.
O papa Francisco, junto com outros oitenta religiosos entre cardeais, bispos e sacerdotes, viajou de ônibus neste domingo, dia 9 de março, até a localidade italiana de Ariccia, a cerca de 30 quilômetros do Vaticano, para fazer com a Cúria Romana os seus exercícios espirituais anuais. Os dois ônibus que partiram do Vaticano chegaram à Casa Divin Maestro, residência dos paulinos, pouco antes das 17 horas.

Os exercícios espirituais, que terminam nesta sexta-feira, 14 de março, serão pregados por mons. Angelo de Donatis, pároco da igreja romana San Marco Evangelista. O tema dos exercícios espirituais é “A purificação do coração”. A programação deste domingo começou às 18 horas com a oração das vésperas, uma meditação e a adoração eucarística.

É a primeira vez que os exercícios espirituais do papa acontecem fora do Vaticano. Foi uma decisão tomada pelo próprio papa Francisco, a fim de que os participantes pudessem se afastar das suas atividades habituais e focar somente no retiro. Todos os anos, os papas fazem seu retiro espiritual nesta época do ano, mas sempre tinha sido dentro do Vaticano. Cada um dos participantes, de acordo com a RAI, pagará os custos do retiro do seu próprio bolo.

O primeiro aniversário da eleição do papa Francisco será vivido, assim, no silêncio dos exercícios espirituais.

As jornadas de retiro começarão todos os dias com a santa missa às 7h30 da manhã. Haverá duas meditações por dia, a primeira a partir das 9h30 e a segunda à tarde, às 16h. Serão também rezadas as vésperas, seguidas por uma adoração do Santíssimo Sacramento, às 18 horas. As informações sobre a programação são da Rádio Vaticano.

Na sexta-feira pela manhã todos os participantes devem regressar ao Vaticano.

Durante esta semana, ficam suspensas todas as audiências, inclusive a da quarta-feira.




NOTÍCIAS DO VATICANO
ENCONTRO COM O PAPA FRANCISCO
DE INÍCIO DE QUARESMA
COM O CLERO DE ROMA 
O PADRE É UM HOMEM DE MISERICÓRDIA E COMPAIXÃO, COMO O BOM SAMARITANO E COMO JESUS, O BOM PASTOR.

A NECESSIDADE DO SACERDOTES ESTAREM PRÓXIMOS AO PRÓXIMO.
QUINTA- FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2014

RÁDIO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ

BAIRRO AVELINO ROMA
BOLETIM DA SANTA SÉ
FONTE: CANÇÃO NOVA
TRADUÇÃO: LILIANE BORGES

Recordando a instituição da Festa da Divina Misericórdia pelo Papa João Paulo II, em toda a Igreja, este é o tempo da misericórdia. “Toca-nos, como ministros da Igreja, manter viva esta mensagem, sobretudo na pregação e nos gestos, nos sinais, nas opções pastorais”.
O aprendizado sobre a misericórdia deve vir, segundo o Papa, de Jesus, que se comovia ao ver o povo disperso e desalentado. “Jesus tem as vísceras de Deus: está cheio de ternura para com as pessoas, especialmente para com os excluídos, os pecadores e os doentes”, lembrando que, à imagem do Bom Pastor, também do padre é homem de misericórdia e compaixão, próximo da sua gente e servidor de todos.
Esta atitude deve ser refletida em especial no sacramento da Reconciliação, no modo de acolher, escutar, aconselhar e absolver os fiéis. Isso depende também do modo como cada um se deixa abraçar por Deus na confissão. “O padre está chamado a aprender isto, a ter um coração que se comove. Os padres assépticos, os padres de laboratório, não ajudam a Igreja”. 
A Igreja pode ser pensada como um hospital de campanha, pois é preciso curar as feridas do povo. “Há tanta gente ferida por problemas materiais, pelos escândalos, mesmo dentro da Igreja. Gente ferida pelas ilusões do mundo. Nós padres temos de estar ali, junto das pessoas. Misericórdia significa, antes de mais nada, curar as feridas”.
O Papa perguntou os sacerdotes sobre o cuidado com os fiéis, se realmente conhecem as feridas de seus paroquianos, se mantêm proximidade com eles. O exercício do sacramento da reconciliação, que não é uma questão de rigor.
“A verdadeira misericórdia toma a seu cargo a pessoa, escuta-a atentamente, aborda com respeito e com verdade a situação, acompanha-a no caminho de reconciliação. Comporta-se como o Bom Samaritano. O seu coração é capaz de compaixão, como o de Cristo”.


O “sofrimento pastoral, que é uma forma de misericórdia”. Significa “sofrer por e com as pessoas, como um pai e uma mãe sofrem pelos filhos”. E dirigiu aos padres de Roma algumas perguntas interpeladoras:

“Choras pelo teu povo? Fazes oração de intercessão diante do Santíssimo? Lutas com o Senhor a favor do teu povo, como fez Abraão?”

Aludindo uma vez mais ao Bom Samaritano, o Papa concluiu exortando os padres de Roma a “não terem vergonha da carne do irmão”. “No final dos tempos, será admitido a contemplar a carne glorificada de Cristo só quem não tiver tido vergonha da carne do seu irmão ferido e excluído”.





NOTÍCIAS DO VATICANO
QUINTA-FEIRA, 20 DE FEVEREIRO DE 2014
CONSULTÓRIO DO COLÉGIO CARDINALÍCIO

20 A 21 DE FEVEREIRO
SALA DO SÍNODO
CIDADE DO VATICANO

BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA 

Caríssimos irmãos,
Saúdo-vos cordialmente e agradeço convosco ao Senhor que nos doa estes dias de encontro e de trabalho comum. Damos as boas vindas em particular aos irmãos que sábado serão criados cardeais e os acompanhamos com a oração e o afeto fraterno. Agradeço ao cardeal Sodano pelas suas palavras.
Nestes dias, refletiremos em particular sobre a família, que é a célula fundamental da sociedade humana. Desde o início, o Criador colocou Sua bênção sobre o homem e sobre a mulher a fim de que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra, e assim a família representa no mundo como o reflexo de Deus, Uno e Trino.
A nossa reflexão terá sempre presente a beleza da família e do matrimônio, a grandeza desta realidade humana tão simples e, ao mesmo tempo, rica, feita de alegrias e esperanças, de cansaços e sofrimentos, como toda a vida. Procuraremos aprofundar a teologia da família e a pastoral que devemos atuar nas condições atuais. Façamo-lo com profundidade e sem cair na “casuística”, porque faria, inevitavelmente, baixar o nível do nosso trabalho. A família hoje é desprezada, é maltratada, e o que nos é pedido é reconhecer como é belo, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; quanto é indispensável para a vida do mundo, para o futuro da humanidade. É pedido a nós colocar em evidência o luminoso plano de Deus sobre família e ajudar os esposos a vivê-lo com alegria em sua existência, acompanhando-os em tantas dificuldades, com uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor.
Agradeço em nome de todos ao Cardeal Walter Kasper pela preciosa contribuição que nos oferece com a sua introdução.
Agradeço a todos e bom dia de trabalho.








NOTÍCIAS DO VATICANO
SEXTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2014
AUDIÊNCIA COM OS NOIVOS DO MUNDO TODO
SENHOR DAI-NOS O NOSSO AMOR DE CADA DIA.
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
RÁDIO VATICANA


Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se em clima de festa e comoção, na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro, na Praça São Pedro, a audiência especial do Papa Francisco aos noivos do mundo inteiro, no contexto do encontro "A alegria do Sim para sempre", promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, no dia de São Valentim – bispo e mártir, data em que se celebra na Europa, e em vários países do hemisfério norte, o Dia dos Namorados.
Foram mais de 25 mil participantes, provenientes de aproximadamente trinta países. Após uma manhã de cantos, testemunhos, poesias e reflexões, com a presença do presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia – e após o seguinte tuíte do Santo Padre lançado pouco antes de encontrar os noivos: "Jovens, não tenhais medo de vos casar: unidos num matrimônio fiel e fecundo, sereis felizes" –, o Papa saudou os casais presentes e respondeu às perguntas sobre o valor do matrimônio, que três deles lhe fizeram.
"Senhor, dai-nos hoje o nosso amor cotidiano." Foi uma sugestão para a oração que o Papa quis dar aos noivos do mundo inteiro, inspirando-se no Pai-Nosso. De fato, Francisco pediu que se repetisse esta súplica em forma de oração.
Respondendo às perguntas de três casais, o Pontífice fez um quadro da sociedade contemporânea: "Muitas pessoas – disse – têm medo de fazer escolhas definitivas, para a vida inteira, parece impossível".
"Hoje tudo muda rapidamente, nada dura muito tempo." Contudo – explicou o Papa em seu primeiro encontro oficial com os noivos –, o amor é uma relação, "é uma realidade que cresce", "que se constrói como uma casa. E a casa se constrói juntos, não sozinhos": "Construir significa favorecer e ajudar o crescimento":
"Caros noivos, vocês estão se preparando para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos que vão e que vêm, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce deste projeto de amor que quer crescer como se constrói uma casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio. Mas todos juntos: afeto, auxílio, esperança, apoio! Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também queremos que seja estável e para sempre o amor que funda a família. Por favor, não nos deixemos vencer pela "cultura do provisório"! Essa cultura que hoje nos invade a todos, essa cultura do provisório. Isso não é bom!"
Diante do medo do "para sempre", a "cura" dia após dia é confiar-se "ao Senhor numa vida que se torna um caminho espiritual cotidiano, feito de passos, de crescimento comum, de compromisso a se tornarem homens e mulheres amadurecidos na fé". Porque – explicou Francisco – o "para sempre" não é somente uma questão de duração:
"Um matrimônio não obtém bom êxito somente se dura, mas é importante a sua qualidade. O desafio dos esposos cristãos é estar juntos e saber amar-se para sempre."
Referindo-se ao milagre das bodas de Caná, o Santo Padre recordou aos noivos que "o Senhor pode multiplicar" o amor deles e oferecê-lo "fresco e agradável todos os dias", porque "dispõe de uma reserva infinita", "o renova", "o reforça" e "o torna inda maior quando a família cresce com os filhos". Neste caminho devem ser observadas algumas "regras", já indicadas por Francisco encontrando as famílias: com licença, obrigado, desculpe-me. "Com licença" é um "pedido gentil":
"Pedir licença significa saber entrar com cortesia na vida dos outros. Mas ouçam o seguinte: saber entrar com cortesia na vida dos outros não é fácil! Não é fácil! Ao invés, por vezes, se usam maneiras de certo modo pesadas, com botas de montanha! O amor verdadeiro não se impõe com dureza e agressividade."
Por outro lado, refletiu o Santo Padre, "em nossas famílias, em nosso mundo, muitas vezes violento e arrogante, é preciso muita cortesia". Em seguida, falou sobre a gratidão, outro "sentimento importante":
"Na relação de vocês, e amanhã na vida matrimonial, é importante manter a consciência clara de que a outra pessoa é um dom de Deus e aos dons de Deus se diz: "Obrigado!" Aos dons se diz: Obrigado! E com essa atitude interior dizer obrigado reciprocamente, para todas as coisas."
Depois, um exame de consciência, porque "na vida cometemos erros, muitos erros": o homem é levado "a acusar o outro e a justificar a si mesmo", é "um instinto que está na origem de muitos fracassos: Aprendamos a reconhecer nossos erros e – acrescentou o Santo Padre – a pedir desculpas"; nunca terminar o dia "sem fazer as pazes":
"Todos sabemos que não existe a família perfeita, e nem mesmo o marido perfeito, ou a mulher perfeita. Nem falemos da sogra perfeita! Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, nos ensina um segredo: jamais terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte a nossa casa, a nossa família."
Em seguida, fez uma reflexão sobre a festa nupcial: o convite do Papa foi a fazer de modo "que seja uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa mundana", porque o que torna o matrimônio "pleno e profundamente verdadeiro" é "a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça". "Ele é o segredo da alegria plena, daquela alegria que verdadeiramente aquece o coração":
"É bom que o matrimônio de vocês seja sóbrio e ressalte aquilo que é verdadeiramente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, com o banquete, as fotografias, as roupas e a flores... São coisas importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da alegria de vocês: a bênção do Senhor sobre o amor de vocês."
Por fim, o Papa dirigiu um pensamento aos jovens que fizeram ou ainda estão fazendo um percurso de preparação para o matrimônio, em vista das núpcias nos próximos meses: uma reflexão sobre o matrimônio, como "trabalho de todos os dias", "trabalho artesanal", para "crescer também em humanidade, como homem e como mulher":
"Chegar a isto, alcançar isto: a crescerem juntos, um ao outro. E os filhos terão essa herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se – um ao outro – mais homem e mais mulher!" (RL)





NOTÍCIAS DO VATICANO
SEXTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2014
ENTREVISTA COM O DIRETOR

DA CIVIITÁ CATTOLICA
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA 
E
RÁDIO VATICANA


Proximidade, encontro, diálogo. Estas são algumas das palavras-chave da Mensagem do Papa Francisco para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais. O documento, publicado nesta quinta-feira (23), gira em torno da figura do Bom Samaritano, indicado pelo Pontífice como modelo para os comunicadores. Para comentar a Mensagem, a Rádio Vaticano entrevistou o Diretor da "Civiltà Cattolica", Padre Antonio Spadaro:
R"Certamente, o Papa Francisco é um Pontífice que ama muito a comunicação, pois tem um estilo pastoral de contato direto com as pessoas. Portanto, para ele, comunicação significa encontro. A cultura da comunicação está em colisão direta com a cultura do desperdício, portanto, da divisão, das divisões do tipo econômico, ideológico. A comunicação - e o encontro - está no centro, é o coração da 'visão bergogliana' da vida e da Igreja. Se devêssemos resumir, então, o conceito que está por trás deste texto, eu diria que para ele, comunicar é encontrar, isto é, fazer-se próximo. Existe uma espécie de revolução copérnica da comunicação, onde no centro não existe a mensagem, mas existem as pessoas que comunicam. Isto é muito moderno, muito contemporâneo, porque nós sabemos que as redes, hoje, constroem uma comunicação baseada nas relações. Se não existem relações, não se comunica"
RV: O Papa indica um modelo, que pode parecer original para um jornalista, para um comunicador, aquele do Bom Samaritano, a após acrescenta: "Gosto de definir este poder da comunicação como proximidade". Ou seja, a proximidade é o centro.....
R"A proximidade é exatamente o centro! A imagem, portanto, do Bom Samaritano é uma imagem muito forte que, aliás, o então Cardeal Bergoglio já havia utilizado em 2002, falando aos comunicadores de Buenos Aires. Esta mensagem é o fruto de uma meditação e de uma longa reflexão sobre este tema. E é muito bonito como a Parábola evangélica se torna uma referência para um comunicador. O Bom Samaritano se faz próximo e cura as feridas, curas as chagas, ajuda quem está em dificuldade. Isto significa concretamente para um comunicador cristão dar voz a quem não tem voz, tornar visível a face de quem é invisível".
RV: Nesta mensagem, como também nas últimas mensagens do Papa Bento XVI, se fala muito de Internet. O Papa Francisco utiliza uma imagem muito bonita: "A rede digital - diz - pode ser um lugar rico de humanidade, não uma rede de fios, mas de pessoas humanas"....
R: "Este é outro conceito central, pois a comunicação é uma comunicação entre pessoas, antes de tudo. A Rede, portanto, não é como a rede hidráulica ou a rede de gás, mas a Rede constrói um ambiente comunicativo. Na realidade, é como se o Papa dissesse que a Rede não existe, Internet não existe: é a nossa vida, somos nós, seres humanos, a estar em Rede! A nossa vida é uma rede de relações. Depois, os fios, os cabos, se quisermos, nos ajudam obviamente. Antes, devem nos ajudar - é esta a vocação da Rede - sermos mais unidos, termos uma comunicação mais direta, que seja também capaz de superar as barreiras e os obstáculos. Existe uma visão cristã forte, uma visão quase profética da Rede. A Rede é entendida como dom de Deus aos homens, porque graças a ela, os homens podem estar mais unidos".
RV: Uma parte consistente desta mensagem é dedicada ao diálogo e obviamente neste caso não se refere somente ao diálogo dos comunicadores. "Dialogar - escreve o Papa Francisco - não significa renunciar às próprias idéias, mas sim à intenção de que sejam únicas e absolutas". Aqui, de alguma forma, se percebe uma característica do seu Pontificado ...
R: "Certamente, pois o dialogar significa falar com uma pessoa, não para convencê-la das próprias idéias, isto não é diálogo: diálogo significa tratar com as pessoas, sabendo que o outro pode ajudar-me a entender melhor. Podemos caminhar juntos para uma verdade única. Então, fechar-se dentro de idéias pessoais ou tradições linguísticas, partidárias e assim por diante, significa impedir esta fluidez de comunicação. É um tema muito, muito caro ao Papa Francisco, que diversas vezes afirmou que a Igreja deve inserir-se no diálogo com os homens e as mulheres de hoje, justamente para compreender melhor as expectativas, as esperanças e as dúvidas. O estilo do diálogo, portanto, é justamente um estilo radical, entendendo-se por estilo não somente um modo de fazer, mas justamente a própria essência do Evangelho, a abertura ao mundo".
RV: E justamente a abertura, o horizonte e o olhar para o futuro concluem esta mensagem, quando o Papa afirma: "A revolução dos meios de comunicação requer energias frescas e uma imaginação nova". Também aqui existe um impulso para sair, um incentivo que o Papa dá aos comunicadores...
R: "O Papa diz uma coisa muito importante aqui, que a comunicação é um desafio apaixonante - é uma expressão sua - que, justamente, requer energia. Não se pode, portanto, confiar a comunicação a uma rotina mecânica, de comunicados de imprensa que limitam-se a comunicar frases feitas. Requer, então, energia, desejo de comunicar, intensidade, mas também uma imaginação nova. Isto é muito interessante, isto é, necessita ver as coisas de maneira diferente. A imaginação cristã é uma imaginação - graças à imagens do Bom Samaritano - capaz de plasmar, de dar forma a uma comunicação que significa também um modo de viver juntos. O Papa fala às vezes na Evangelii Gaudium de uma maré um pouco caótica, de uma espécie de "caravana solidária" em que nos encontramos mergulhados. São todas imagens que tocam o homem de hoje, mas dizem como a Igreja deve envolver-se, deva misturar-se com esta humanidade para comunicar a mensagem do Evangelho". (JE)






MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O XLVIII DIA MUNDIAL DAS 
COMUNICAÇÕES SOCIAIS

«Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro»

[Domingo, 1 de Junho de 2014]



Queridos irmãos e irmãs,

Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximo uns dos outros. Os progressos dos transportes e das tecnologias de comunicação deixam-nos mais próximo, interligando-nos sempre mais, e a globalização faz-nos mais interdependentes. Todavia, dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres. Frequentemente, basta passar pelas estradas duma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas. Estamos já tão habituados a tudo isso que nem nos impressiona. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas.

Neste mundo, os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos. Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros. Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros. Os mass-media podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus.

No entanto, existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correcta de si mesmo. A variedade das opiniões expressas pode ser sentida como riqueza, mas é possível também fechar-se numa esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias, ou mesmo a determinados interesses políticos e económicos. O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós. Sem esquecer que a pessoa que, pelas mais diversas razões, não tem acesso aos meios de comunicação social corre o risco de ser excluído.

Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos mass-media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica. Portanto haverá alguma coisa, no ambiente digital, que nos ajuda a crescer em humanidade e na compreensão recíproca? Devemos, por exemplo, recuperar um certo sentido de pausa e calma. Isto requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar. Temos necessidade também de ser pacientes, se quisermos compreender aqueles que são diferentes de nós: uma pessoa expressa-se plenamente a si mesma, não quando é simplesmente tolerada, mas quando sabe que é verdadeiramente acolhida. Se estamos verdadeiramente desejosos de escutar os outros, então aprenderemos a ver o mundo com olhos diferentes e a apreciar a experiência humana tal como se manifesta nas várias culturas e tradições. Entretanto saberemos apreciar melhor também os grandes valores inspirados pelo Cristianismo, como, por exemplo, a visão do ser humano como pessoa, o matrimónio e a família, a distinção entre esfera religiosa e esfera política, os princípios de solidariedade e subsidiariedade, entre outros.

Então, como pode a comunicação estar ao serviço de uma autêntica cultura do encontro? E – para nós, discípulos do Senhor – que significa, segundo o Evangelho, encontrar uma pessoa? Como é possível, apesar de todas as nossas limitações e pecados, ser verdadeiramente próximo aos outros? Estas perguntas resumem-se naquela que, um dia, um escriba – isto é, um comunicador – pôs a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29 ). Esta pergunta ajuda-nos a compreender a comunicação em termos de proximidade. Poderíamos traduzi-la assim: Como se manifesta a «proximidade» no uso dos meios de comunicação e no novo ambiente criado pelas tecnologias digitais? Encontro resposta na parábola do bom samaritano, que é também uma parábola do comunicador. Na realidade, quem comunica faz-se próximo. E o bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada. Jesus inverte a perspectiva: não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro. Por isso, comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus. Apraz-me definir este poder da comunicação como «proximidade».

Quando a comunicação tem como fim predominante induzir ao consumo ou à manipulação das pessoas, encontramo-nos perante uma agressão violenta como a que sofreu o homem espancado pelos assaltantes e abandonado na estrada, como lemos na parábola. Naquele homem, o levita e o sacerdote não vêem um seu próximo, mas um estranho de quem era melhor manter a distância. Naquele tempo, eram condicionados pelas regras da pureza ritual. Hoje, corremos o risco de que alguns mass-media nos condicionem até ao ponto de fazer-nos ignorar o nosso próximo real.

Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos de amar e ser amados. Precisamos de ternura. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação. O próprio mundo dos mass-media não pode alhear-se da solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura. A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas. A neutralidade dos mass-media é só aparente: só pode constituir um ponto de referimento quem comunica colocando-se a si mesmo em jogo. O envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade dum comunicador. É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais.

Tenho-o repetido já diversas vezes: entre uma Igreja acidentada que sai pela estrada e uma Igreja doente de auto-referencialidade, não hesito em preferir a primeira. E quando falo de estrada penso nas estradas do mundo onde as pessoas vivem: é lá que as podemos, efectiva e afectivamente, alcançar. Entre estas estradas estão também as digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança. Também graças à rede, pode a mensagem cristã viajar «até aos confins do mundo» (Act 1, 8). Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independentemente da condição de vida em que se encontrem, seja para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos. Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim? A comunicação concorre para dar forma à vocação missionária de toda a Igreja, e as redes sociais são, hoje, um dos lugares onde viver esta vocação de redescobrir a beleza da fé, a beleza do encontro com Cristo. Inclusive no contexto da comunicação, é precisa uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração.

O testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros «através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana (Bento XVI, Mensagem para o XLVII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2013). Pensemos no episódio dos discípulos de Emaús. É preciso saber-se inserir no diálogo com os homens e mulheres de hoje, para compreender os seus anseios, dúvidas, esperanças, e oferecer-lhes o Evangelho, isto é, Jesus Cristo, Deus feito homem, que morreu e ressuscitou para nos libertar do pecado e da morte. O desafio requer profundidade, atenção à vida, sensibilidade espiritual. Dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas.

Possa servir-nos de guia o ícone do bom samaritano, que liga as feridas do homem espancado, deitando nelas azeite e vinho. A nossa comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de nos fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho. Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital. É importante a atenção e a presença da Igreja no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro com Cristo: uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos. Neste contexto, a revolução nos meios de comunicação e de informação são um grande e apaixonante desafio que requer energias frescas e uma imaginação nova para transmitir aos outros a beleza de Deus.

Vaticano, 24 de Janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano 2014.



Franciscus