quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

CATEQUESE PARA FRANCISCO JANEIRO* FEVEREIRO 20014

20 CATEQUESE
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 6 DE AGOSTO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA

Queridos irmãos e irmãs, bom dia !
Nas catequeses anteriores vimos como a Igreja é um povo, um povo preparado com paciência e amor de Deus, e ao qual todos nós somos chamados a pertencer. Hoje eu gostaria de destacar a novidade que caracteriza este povo:  é realmente um novo povo que se fundamenta na nova aliança estabelecida pelo Senhor Jesus com o dom de sua vida. Esta novidade não nega o caminho anterior, ou se opõe a ele, mas sim o leva adiante, o leva ao cumprimento.
1. Há uma figura muito significativa, que atua como um elo entre o Antigo e o Novo Testamento: a de João Batista. Para os Evangelhos Sinóticos, ele é o “precursor”, aquele que prepara a vinda do Senhor, predispondo o povo à conversão do coração e a receber o consolo de Deus que está próximo. No Evangelho de João é a “testemunha”, pois permite-nos reconhecer em Jesus, Aquele que vem do alto para perdoar os nossos pecados e fazer de seu povo a sua esposa, primícias da nova humanidade. Como um “precursor” e “testemunha”, João Batista desempenha um papel central em toda a Escritura, pois atua como uma ponte entre a promessa do Antigo Testamento e seu cumprimento, entre as profecias e a realização em Jesus Cristo . Com o seu testemunho, João nos mostra Jesus e nos convida a segui-Lo, e nos diz, sem meio termo, que isso requer humildade, arrependimento e conversão: é um convite que faz se à humildade, arrependimento e conversão.
2. Assim como Moisés realizou uma aliança com Deus em virtude da lei recebida no Sinai, assim Jesus, em uma colina à beira do lago da Galiléia, entrega aos seus discípulos e à multidão um novo ensinamento, que começa com as bem-aventuranças. Moisés deu a Lei no Sinai e Jesus, o novo Moisés, dá a lei na montanha, à beira do lago da Galiléia. As bem-aventuranças são o caminho que Deus mostra como uma resposta ao desejo de felicidade que é inerente ao homem, e aperfeiçoa os mandamentos da Antiga Aliança. Estamos acostumados a aprender os Dez Mandamentos – é claro, todos vocês sabem, aprenderam na catequese – mas não estamos acostumados a repetir as bem-aventuranças. Vamos memorizá-las e imprimi-las em nosso coração. Façamos uma coisa: eu vou dizer uma depois da outra e vocês repetem. Concordam?
Primeira: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”.
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”.
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados”.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.
“Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”.
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e disserem todo o mal contra vós por minha causa.” Eu ajudo vocês: [o Papa repete com as pessoas] “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e disserem todo o mal contra vós por minha causa”.
“Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso recompensa nos céus”.
Bravo! Mas vamos fazer uma coisa: eu vou dar uma lição de casa, uma tarefa para fazer em casa. Peguem o Evangelho, aquele que vocês têm … Lembrem-se que vocês devem sempre levar um pequeno Evangelho com vocês, no seu bolso, bolsa, sempre; aquele que vocês têm em casa. Peguem o Evangelho, e nos primeiros capítulos de Mateus – creio que no capítulo quinto – estão as bem-aventuranças. E hoje, amanhã, vocês leem em casa. Vocês irão ler? [O povo responde: Sim] Não se esqueçam, porque é a lei que Jesus nos dá! Vocês irão fazer? Obrigado.
Nestas palavras, há toda a novidade trazida por Cristo, e toda a novidade de Cristo está nestas palavras. De fato, as bem-aventuranças são o retrato de Jesus, seu modo de vida; é o caminho para a verdadeira felicidade, que também nós podemos trilhar com a graça que Jesus nos dá.
3. Além da nova Lei, Jesus nos dá também o “protocolo” com o qual seremos julgados. No fim do mundo seremos julgados. E quais são as perguntas que vão nos fazer lá? Quais são essas questões? Qual é o protocolo com o qual o juiz vai nos julgar? É isso o que encontramos no vigésimo quinto capítulo do Evangelho de Mateus. Hoje a tarefa é ler o quinto capítulo do Evangelho de Mateus, no qual existem as bem-aventuranças e ler o 25º capítulo, no qual existe o protocolo, as perguntas que farão no dia do julgamento. Nós não teremos títulos, créditos ou privilégios para nos garantir. O Senhor vai reconhecer-nos se, por nossa vez,  O tivermos reconhecido nos pobres, nos que passam fome, nos indigentes e marginalizados, em quem sofre e está sozinho … Este é um dos critérios fundamentais de verificação da nossa vida cristã, com os quais Jesus nos convida a medir-nos a cada dia. Eu leio as bem-aventuranças e penso como deve ser a minha vida cristã, e depois faço um exame de consciência com o capítulo 25 de Mateus. Todos os dias: eu fiz isso, eu fiz isso, eu fiz isso … Nos fará bem! Essas coisas são simples, mas concretas !
Queridos amigos, a nova aliança consiste precisamente nisto: em reconhecer-se em Cristo, envolvido na misericórdia e compaixão de Deus. É isso que enche o nosso coração de alegria, e é isso que torna a nossa vida bela e crível do amor de Deus por todos os nossos irmãos e irmãs que encontramos todos os dias. Lembrem do dever de casa! O quinto capítulo de Mateus e capítulo 25 de Mateus. Obrigado!
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA



CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA



CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 7 DE MAIO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Ouvimos na leitura o trecho do livro dos Salmos que diz: «Bendito o Senhor que me aconselha; durante a noite a minha consciência me adverte» (Sl 16, 7). Este é outro dom do Espírito Santo: o dom do conselho. Sabemos como é importante nos momentos mais delicados, poder contar com sugestões de pessoas sábias e que nos amam. Através do conselho é o próprio Deus, com o seu Espírito, que ilumina o nosso coração, fazendo com que compreendamos o modo justo de falar e de nos comportarmos, e o caminho que devemos seguir. Mas como age este dom em nós?
No momento em que o recebemos e o hospedamos no nosso coração, o Espírito Santo começa imediatamente a tornar-nos sensíveis à sua voz e a orientar os nossos pensamentos, sentimentos e intenções segundo o coração de Deus. Ao mesmo tempo, leva-nos cada vez mais a dirigir o olhar interior para Jesus, como modelo do nosso modo de agir e de nos relacionar com Deus Pai e com os irmãos. Portanto, o conselho é o dom com o qual o Espírito Santo torna a nossa consciência capaz de fazer uma escolha concreta em comunhão com Deus, segundo a lógica de Jesus e do seu Evangelho. Desta maneira, o Espírito faz-nos crescer interior e positivamente, faz-nos crescer na comunidade e ajuda-nos a não cair na armadilha do egoísmo e do próprio modo de ver as coisas. O Espírito ajuda-nos a crescer e a viver em comunidade. A condição essencial para conservar este dom é a oração. Voltamos sempre ao mesmo tema: a oração! Mas o tipo de oração não é tão importante. Podemos rezar com as preces que todos sabemos desde crianças, mas também com as nossas palavras. Pedir ao Senhor: «Senhor, ajudai-me, aconselhai-me, o que devo fazer agora?». E com a oração damos espaço para que o Espírito venha e nos ajude naquele momento, nos aconselhe sobre o que devemos fazer. A oração! Nunca esquecer a oração. Nunca! Ninguém nota quando rezamos no autocarro, pelas ruas: rezamos em silêncio com o coração. Aproveitemos estes momentos para rezar a fim de que o Espírito nos conceda o dom do conselho.
Na intimidade com Deus e na escuta da sua Palavra, começamos gradualmente a abandonar a nossa lógica pessoal, ditada muitas vezes pelos nossos fechamentos, preconceitos e ambições, e aprendemos a perguntar ao Senhor: qual é o teu desejo? Qual é a tua vontade? O que te agrada? Deste modo, amadurece em nós uma sintonia profunda, quase conatural no Espírito e podemos experimentar como são verdadeiras as palavras de Jesus apresentadas no Evangelho de Mateus: «Não vos preocupeis com o que haveis de falar nem com o que haveis de dizer; ser-vos-á inspirado o que tiverdes de dizer. Não sereis vós a falar, é o Espírito do vosso Pai que falará por vós» (10, 19-20). É o Espírito que vos aconselha, mas devemos dar espaço ao Espírito, para que possa aconselhar. E dar espaço é rezar para que Ele venha e nos ajude sempre.
Como todos os outros dons do Espírito também o conselho constitui um tesouro para toda a comunidade cristã. O Senhor não nos fala só na intimidade do coração, fala-nos sim mas não só ali, fala-nos também através da voz e do testemunho dos irmãos. É deveras um dom importante poder encontrar homens e mulheres de fé que, sobretudo nos momentos mais complicados e importantes da nossa vida, nos ajudam a iluminar o nosso coração e a reconhecer a vontade do Senhor!
Recordo-me que uma vez no santuário de Luján, estava no confessionário, diante do qual havia uma fila longa. Tinha também um jovem muito moderno, com brincos, tatuagens, todas estas coisas... Veio para me dizer o que lhe acontecia. Era um problema grave, difícil. E disse-me: contei tudo à minha mãe e ela disse-me: conta isto a Nossa Senhora e Ela dir-te-á o que deves fazer. Eis uma mulher que tinha o dom do conselho. Não sabia como resolver o problema do filho, mas indicou a estrada justa: vai ter com Nossa Senhora e Ela dirá. Este é o dom do conselho. Aquela mulher humilde, simples, deu ao filho o conselho mais verdadeiro. De facto, o jovem disse-me: olhei para Nossa Senhora e sinto que devo fazer isto, isto e isto... Nem precisei de falar, já tinham falado tudo a sua mãe e o próprio jovem. Este é o dom do conselho. Vós mães tendes este dom, pedi-o para os vossos filhos, o dom de aconselhar os filhos é um dom de Deus.
Queridos amigos, o Salmo 16, que acabámos de ouvir, convida-nos a rezar com estas palavras: «Bendito o Senhor que me aconselha; durante a noite a minha consciência me adverte. Tenho sempre o Senhor diante dos meus olhos, está à minha direita e jamais vacilarei» (vv. 7-8). Que o Espírito possa infundir sempre no nosso coração esta certeza e encher-nos da sua consolação e paz! Pedi sempre o dom do conselho.



Saudações
Queridos peregrinos de língua italiana. Sejam bem-vindos! Sinto-me feliz por receber a peregrinação promovida pelos Padres Vocacionalistas no centenário da Ordem Sacerdotal do Fundador, os fiéis da Arquidiocese de Pisa e o Instituto «Mater Misericordiae» que celebrará o capítulo geral. Saúdo as religiosas enfermeiras de diversas Congregações; os peregrinos e doentes da Congregação Mariana das Casas de Caridade; os presos de Viterbo; os voluntários da Cruz Vermelha pelos 150 anos da fundação; a Obra do Padre Guanella de Nápolis no cinquentenário; e os familiares dos jovens de «San Patrignano», aos quais me une para dizer não a qualquer tipo de droga. Talvez, faça bem que digamos todos, simplesmente: não a todos os tipos de droga! Saúdo também o Grupo de «Confcommercio Ascom» de Pádua e encorajo-os neste momento de dificuldade econômica. Que a dificuldade económica não nos tire a vida! A visita aos túmulos dos apóstolos aumente em todos a alegria pascal da Ressurreição e que se manifeste também em obras concretas de caridade.
Saúdo com carinho todos os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os fiéis de Leiria-Fátima e os diversos grupos do Brasil. Queridos amigos, peçamos ao Senhor o dom do conselho, para que nas diversas circunstâncias da vida, saibamos encontrar o modo certo de falar e de nos comportarmos, de tal modo que o nosso testemunho favoreça a difusão do Evangelho. Que Deus vos abençoe!



CATEQUESE PAPA FRANCISCO
DOM DA SABEDORIA
QUARTA-FEIRA, 30 DE ABRIL DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA



Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Depois de ter falado da sabedoria, como primeiro dos sete dons do Espírito Santo, hoje gostaria de colocar a atenção sobre o segundo dom, isso é, o entendimento. Não se trata daquela inteligência humana, da capacidade intelectual de que podemos ser mais ou menos dotados.  É, em vez disso, uma graça que só o Espírito Santo pode infundir e que suscita no cristão a capacidade de ir além do aspecto externo da realidade e perscrutar as profundezas do pensamento de Deus e do seu plano de salvação.
O apóstolo Paulo, dirigindo-se à comunidade de Corinto, descreve bem os efeitos deste dom – isso é, o que faz o dom do entendimento em nós – e Paulo diz isso: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64, 4) tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito” (1 Cor 2,9-10). Isso obviamente não significa que um cristão possa compreender cada coisa e ter uma plena consciência dos planos de Deus: tudo isso permanece à espera de manifestar-se em toda a sua clareza quando nos encontrarmos diante dos olhos de Deus e formos realmente uma só coisa com Ele. Porém, como sugere a própria palavra, a inteligência permite “intus legere”, isso é, de “ler por dentro”: este dom nos faz entender as coisas como Deus as entende, com a inteligência de Deus. Porque uma pessoa pode entender uma situação com a inteligência humana, com prudência, e tudo bem. Mas entender uma situação em profundidade, como a entende Deus, é o efeito deste dom. E Jesus quis enviar-nos o Espírito Santo para que nós tenhamos este dom, para que todos nós possamos entender as coisas como Deus as entende, com a inteligência de Deus. É um belo presente que o Senhor deu a todos nós. É o dom com o qual o Espírito Santo nos introduz na intimidade com Deus e nos torna participantes do plano de amor que Ele tem conosco.
É claro, então, que o dom da inteligência está estreitamente conectado à fé. Quando o Espírito Santo habita o nosso coração e ilumina a nossa mente, faz-nos crescer dia após dia na compreensão daquilo que o Senhor disse e realizou. O próprio Jesus disse aos seus discípulos: eu vos enviarei o Espírito Santo e Ele vos fará entender tudo aquilo que eu vos ensinei. Entender os ensinamentos de Jesus, entender a sua Palavra, entender o Evangelho, entender a Palavra de Deus. Alguém pode ler o Evangelho e entender alguma coisa, mas se nós lemos o Evangelho com este dom do Espírito Santo podemos entender a profundidade das palavras de Deus. E isto é um grande dom, um grande dom que todos nós devemos pedir e pedir juntos: Dai-nos, Senhor, o dom do entendimento.
Há um episódio do Evangelho de Lucas que exprime muito bem a profundidade e a força deste dom. Depois de ter visto a morte na cruz e o sepultamento de Jesus, dois de seus discípulos, desiludidos e tristes, vão a Jerusalém e retornam ao vilarejo de nome Emaús. Enquanto estão a caminho, Jesus ressuscitado se aproxima e começa a falar com eles, mas os seus olhos, velados pela tristeza e pelo desespero, não são capazes de reconhecê-Lo. Jesus caminha com eles, mas eles estão tão tristes, tão desesperados, que não O reconhecem. Quando, porém, o Senhor explica a eles as Escrituras, para que compreendessem que Ele deveria sofrer e morrer e depois ressuscitar, as suas mentes se abrem e nos seus corações se reacende a esperança (cfr Lc 24, 13-27). E isto é o que faz o Espírito Santo conosco: abre-nos a mente, abre-nos para entender melhor, para entender melhor as coisas de Deus, as coisas humanas, as situações, todas as coisas. É importante o dom do entendimento para a nossa vida cristã. Peçamos esse dom ao Senhor, que nos dê, que dê a todos nós este dom para entender, como Ele entende, as coisas que acontecem e para entender, sobretudo, a Palavra de Deus no Evangelho. Obrigado.
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA






CATEQUESE PAPA FRANCISCO
A ALEGRIA VINDA DA RESSURREIÇÃO 
DE JESUS SEJA ETERNA.
QUARTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Esta semana é a semana da alegria: celebramos a Ressurreição de Jesus. É uma alegria verdadeira, profunda, baseada na certeza de que Cristo ressuscitado não morre mais, mas está vivo e ativo na Igreja e no mundo. Tal certeza mora nos corações dos crentes daquela manhã de Páscoa, quando as mulheres foram ao sepulcro de Jesus e os anjos disseram a elas: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?”. Estas palavras são como uma pedra milenar na história; mas também uma “pedra de tropeço”, se não nos abrimos à Boa Notícia, se pensam que dê menos cansaço um Jesus morto que um Jesus vivo! Em vez disso, quantas vezes, no nosso caminho cotidiano, temos necessidade de ouvirmos dizer: “Por que estais procurando entre os mortos Aquele que está vivo?”. Quantas vezes nós procuramos a vida entre as coisas mortas, entre as coisas que não podem dar vida, entre as coisas que hoje são e amanhã não serão mais, as coisas que passam… “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”.
Temos necessidade disso quando nos fechamos em qualquer forma de egoísmo ou de auto-piedade; quando nos deixamos seduzir pelos poderes terrenos e pelas coisas deste mundo, esquecendo Deus e o próximo; quando colocamos as nossas esperanças em vaidades mundanas, no dinheiro, no sucesso. Então a Palavra de Deus nos diz: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”. Por que estás procurando ali? Aquela coisa não pode te dar vida! Sim, talvez te dará uma alegria de um minuto, de um dia, de uma semana, de um mês… e depois? “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”. Esta frase deve entrar no coração e devemos repeti-la. Vamos repeti-la juntos três vezes? Façamos um esforço? Todos: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” [repete com a multidão] Hoje, quando voltarmos para casa, digamos essa frase do coração, em silêncio, e nos façamos esta pergunta: por que eu, na vida, procuro entre os mortos Aquele que está vivo? Fará bem a nós.
Não é fácil ser aberto a Jesus. Não se deduz aceitar a vida do Ressuscitado e a sua presença em meio a nós. O Evangelho nos faz ver diversas reações: aquela do apóstolo Tomé, aquela de Maria Madalena e aquela dos dois discípulos de Emaús: faz bem a nós confrontarmo-nos com eles. Tomé coloca uma condição à fé, pede para tocar a evidência, as chagas; Maria Madalena chora, O vê, mas não O reconhece, dá-se conta de que é Jesus somente quando Ele a chama pelo nome; os discípulos de Emaús, deprimidos e com sentimentos de derrota, chegam ao encontro com Jesus deixando-se acompanhar por aquele misterioso andarilho. Cada um por caminhos diversos! Buscavam entre os mortos Aquele que está vivo e foi o mesmo Senhor a corrigir a rota. E eu o que faço? Qual a rota sigo para encontrar o Cristo vivo? Ele estará sempre próximo a nós para corrigir a rota se nós tivermos errado.
“Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). Esta pergunta nos faz superar a tentação de olhar para trás, para aquilo que foi ontem, e nos impele a seguir adiante rumo ao futuro. Jesus não está no sepulcro, é o Ressuscitado! Ele é o Vivo, Aquele que sempre renova o seu corpo que é a Igreja e o faz caminhar atraindo-o para Ele. “Ontem” é o túmulo de Jesus e o túmulo da Igreja, o sepulcro da verdade e da justiça; “hoje” é a ressurreição perene rumo à qual nos impele o Espírito Santo, doando-nos a plena liberdade.
Hoje é dirigida também a nós esta interrogação. Você, por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo, você que se fecha em si mesmo depois de um fracasso e você que não tem mais a força de rezar? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que se sente sozinho, abandonado pelos amigos e talvez também por Deus? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que perdeu a esperança e você que se sente aprisionado pelos seus pecados? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que aspira à beleza, à perfeição espiritual, à justiça, à paz?
Precisamos ouvir repetir e recordarmos sempre a advertência do anjo! Esta advertência, “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo”, ajuda-nos a sair dos nossos espaços de tristeza e nos abre aos horizontes da alegria e da esperança. Aquela esperança que remove as pedras dos sepulcros e encoraja a anunciar a Boa Nova, capaz de gerar vida nova para os outros. Repitamos esta frase do anjo para tê-la no coração e na memória e depois cada um responda em silêncio: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” Repitamos a frase! [repete com a multidão] Vejam, irmãos e irmãs, Ele está vivo, está conosco! Não caminhemos para tantos sepulcros que hoje te prometem alguma coisa, beleza, e depois não te dão nada! Ele está vivo! Não procuremos entre os mortos Aquele que está vivo! Obrigado.




CATEQUESE PAPA FRANCISCO
PEGAR O CRUCIFIXO NA MÃO E BEIJÁ-LO
MUITO E DIZER:
- OBRIGADA, JESUS! OBRIGADA, SENHOR!
QUE ASSIM SEJA.
QUARTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : LILIANE BORGES
FONTE: CANÇÃO NOVA


Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, no meio da Semana Santa, a liturgia nos apresenta um episódio triste: a história da traição de Judas, que vai até os líderes do Sinédrio para mercantilizar e entregar a eles o seu Mestre. “Que me dareis se vos entregar Jesus?”. Cristo, nesse momento, tem um preço. Este ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um caminho doloroso que Ele escolhe com liberdade absoluta.
Ele mesmo diz claramente: “Eu dou a minha vida… Ninguém a tira de mim; eu a dou por mim mesmo. Eu tenho poder para entregá-la e autoridade para tomá-la novamente”(Jo 10,17-18). E assim, com essa traição, começa o caminho da humilhação, da espoliação de Jesus. Como se ele estivesse no mercado: isso custa trinta moedas de prata… Uma vez no caminho da humilhação e da desapropriação, Jesus o percorre até o fim.
Jesus chega à humilhação completa com a “morte de cruz”. Trata-se da pior morte, pois era reservada para escravos e criminosos. Jesus era considerado um profeta, mas morre como um criminoso. Olhando para Ele em Sua Paixão, como podemos ver em um  espelho os sofrimentos da humanidade, encontramos a resposta divina para o mistério do mal, da dor, da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e a dor que nos rodeia, e perguntamos: “Por que Deus permite isso?”. É uma ferida profunda para nós ver o sofrimento e a morte, especialmente o a dos inocentes! Quando vemos crianças sofrendo,  é uma ferida para o coração, é o mistério do mal. Jesus toma todo esse mal, todo esse sofrimento sobre si mesmo. Nesta  semana, será bom olhar para o crucifixo, beijar as feridas de Jesus, beijá-Lo no crucifixo. Ele tomou sobre si todo o sofrimento humano e se revestiu desse sofrimento.
Esperamos que Deus, em Sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Em vez disso, Deus nos mostra uma vitória humilde que parece humanamente um fracasso. Podemos dizer que Ele vence no fracasso. O Filho de Deus, de fato, parece na cruz um homem derrotado: sofre, é traído, caluniado e, por fim,  morre. Mas Jesus  permite que o mal esteja sobre Ele; assim, o toma para si e o vence. Sua Paixão não é um acidente; sua morte – aquela morte – foi “escrita”. Realmente, não encontramos muitas explicações. É um mistério desconcertante, o mistério da grande humildade de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho único” (Jo 3, 16).
Nesta semana,  pensamos tanto na dor de Jesus e dizemos para nós mesmos: isto é por mim. Mesmo que eu fosse a única pessoa no mundo, Ele o teria feito. Ele fez isso por mim. Beijamos o crucifixo e dizemos: ‘Por mim,  obrigado Jesus, por mim’.
Quando tudo parece perdido, quando não resta ninguém, porque golpearam o “pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersaram” (Mt 26,31), é aí, então, que Deus intervém com o poder da ressurreição.
A ressurreição de Jesus não é o fim de um conto de fadas feliz, não é o fim feliz de um filme,  mas a intervenção de Deus Pai quando a esperança humana estava perdida. No momento em que tudo parece perdido,  no momento de dor, no qual muitas pessoas sentem que precisam descer da cruz, é o momento mais próximo da Ressurreição. A noite fica mais escura, pouco antes de começar a  manhã, antes de começar a luz. No momento mais sombrio, Deus intervém e ressuscita.
Jesus, que escolheu passar por esse caminho, nos chama a segui-Lo no mesmo caminho de  humilhação. Quando em determinados momentos da vida encontramos alguma saída para nossas dificuldades, quando nos afundamos na escuridão mais espessa, é o momento da nossa humilhação e espoliação total, a hora em que nós experimentamos que somos fracos e pecadores. É próprio, neste momento, que não devemos mascarar o nosso fracasso, mas nos abrir, com confiança, à esperança em Deus, como fez Jesus.
Queridos irmãos e irmãs, nesta semana, nos fará bem pegar o crucifixo na mão e beijá-lo muito, muito, e dizer: “Obrigado, Jesus! Obrigado, Senhor!”. Que assim seja.





CATEQUESE PAPA FRANCISCO
OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

O DOM SABEDORIA
QUARTA-FEIRA, 9 DE ABRIL DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Iniciamos hoje um ciclo de catequeses sobre os dons do Espírito Santo. Vocês sabem que o Espírito Santo constitui a alma, a seiva vital da Igreja e de cada cristão: é o amor de Deus que faz do nosso coração a sua morada e entra em comunhão conosco. O Espírito Santo está sempre conosco, está sempre em nós, no nosso coração.
O próprio Espírito é “o dom de Deus” por excelência (cfr Jo 4, 10), é um presente de Deus e à sua volta comunica a quem o acolhe diversos dons espirituais. A Igreja identifica sete, número que simbolicamente diz plenitude, completude; são aqueles que se aprendem quando nos preparamos ao sacramento da Confirmação e que invocamos na antiga oração chamada “Sequência ao Espírito Santo”. Os dons do Espírito Santo são: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus
1. O primeiro dom do Espírito Santo, segundo este elenco, é então a sabedoria. Mas não se trata simplesmente da sabedoria humana, que é fruto do conhecimento e da experiência. Na Bíblia conta-se que Salomão, no momento da sua coroação como rei de Israel, tinha pedido o dom da sabedoria (cfr 1 Re 3, 9). E a sabedoria é justamente isso: é a graça de poder ver cada coisa com os olhos de Deus. É simplesmente isso: é ver o mundo, ver as situações, as conjunturas, os problemas, tudo, com os olhos de Deus. Esta é a sabedoria. Algumas vezes vemos as coisas segundo o nosso prazer ou segundo a situação do nosso coração, com amor ou com ódio, com inveja… Não, estes não são os olhos de Deus. A sabedoria é aquilo que faz o Espírito Santo em nós a fim de que nós vejamos todas as coisas com os olhos de Deus. É este o dom da sabedoria.
2. E obviamente isto deriva da intimidade com Deus, da relação íntima que nós temos com Deus, da relação de filhos com o Pai. E o Espírito Santo, quando nós temos esta relação, nos dá o dom da sabedoria. Quando estamos em comunhão com o Senhor, é como se o Espírito Santo transfigurasse o nosso coração e o fizesse perceber todo o seu calor e a sua predileção.
3. O Espírito Santo torna ainda o cristão “sábio”. Isto, porém, não no sentido de que tem uma resposta para cada coisa, que sabe tudo, mas no sentido de que “sabe” de Deus, sabe como Deus age, conhece quando uma coisa é de Deus e quando não é de Deus; tem esta sabedoria que Deus dá aos nossos corações. O coração do homem sábio neste sentido tem o gosto e o sabor de Deus. E quão importante é que nas nossas comunidades haja cristãos assim! Tudo neles fala de Deus e se torna um sinal belo e vivo da sua presença e do seu amor. E isto é uma coisa que não podemos improvisar, que não podemos procurar por nós mesmos: é um dom que Deus faz àqueles que se tornam dóceis ao Espírito Santo. Nós temos dentro de nós, no nosso coração, o Espírito Santo; podemos escutá-Lo, podemos não escutá-Lo. Se nós escutamos o Espírito Santo, Ele nos ensina esta via da sabedoria, presenteia-nos com a sabedoria que é ver com os olhos de Deus, ouvir com os ouvidos de Deus, amar com o coração de Deus, julgar as coisas com o juízo de Deus. Esta é a sabedoria que nos dá o Espírito Santo e todos nós podemos tê-la. Somente devemos pedi-la ao Espírito Santo.
Pensem em uma mãe, em sua casa, com as crianças que, quando uma faz uma coisa, a outra pensa em outra, e a pobre mãe vai de um lado a outro, com os problemas das crianças. E quando as mães se cansam e gritam com as crianças, isto é sabedoria? Repreender as crianças – pergunto-vos – é sabedoria? O que vocês dizem: é sabedoria ou não? Não! Em vez disso, quando a mãe pega a criança e a repreende docemente e lhe diz: ‘Isto não se faz por isso…’ e lhe explica com tanta paciência, isto é sabedoria de Deus? Sim! É aquilo que nos dá o Espírito Santo na vida! Depois, no matrimônio, por exemplo, os dois esposos – o esposo e a esposa – brigam e depois não se olham ou se o fazem é com a cara amarrada: isto é sabedoria de Deus? Não! Em vez disso, se diz: ‘Bem, a tempestade passou, façamos as pazes’, e recomeçam a seguir adiante em paz: isto é sabedoria? [o povo: Sim!] Sim, este é o dom da sabedoria. Que esteja casa, que esteja com as crianças, que esteja com todos nós!

E isto não se aprende: isto é um presente do Espírito Santo. Por isto, devemos pedir ao Senhor que nos dê o Espírito Santo e nos dê o dom da sabedoria, daquela sabedoria de Deus que nos ensina a olhar com os olhos de Deus, a ouvir com o coração de Deus, a falar com as palavras de Deus. E assim, com esta sabedoria, vamos adiante, construímos a família, construímos a Igreja e todos nos santificamos. Peçamos hoje a graça da sabedoria. E peçamos à Nossa Senhora, que é a sede da sabedoria, este dom: que Ela nos dê esta graça. Obrigado!





CATEQUESE PAPA FRANCISCO
SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
QUARTA-FEIRA, 26 DE MARÇO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA


Hoje concluímos o ciclo de catequeses sobre os sacramentos falando do matrimônio. Este sacramento nos conduz ao coração do desígnio de Deus, que é um desígnio de aliança com o seu povo, com todos nós, um desígnio de comunhão. No início do Livro do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, no ápice do relato da criação se diz: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e mulher… Por isto o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gen 1, 27; 2, 24). A imagem de Deus é o casal matrimonial: o homem e a mulher; não somente o homem, não somente a mulher, mas todos os dois. Esta é a imagem de Deus: o amor, a aliança de Deus conosco é representada naquela aliança entre o homem e a mulher. E isto é muito belo! Fomos criados para amar, como reflexo de Deus e do seu amor. E na união conjugal, o homem e a mulher realizam esta vocação no sinal da reciprocidade e da comunhão de vida plena e definitiva.
1. Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do matrimônio, Deus, por assim dizer, reflete-se neles, imprime neles seus próprios traços e o caráter indelével do seu amor. O matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós. Também Deus, de fato, é comunhão: as três Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo vivem desde sempre e para sempre em perfeita unidade. E é justamente esse o mistério do matrimônio: Deus faz dois esposos uma só existência. A Bíblia usa uma expressão forte e diz “uma única carne”, tão íntima é a união entre o homem e a mulher no matrimônio. E é justamente esse o mistério do matrimônio: o amor de Deus que se reflete no casal que decide viver junto. Por isto, o homem deixa a sua casa, a casa dos seus pais e vai viver com sua esposa e se une tão fortemente a ela que os dois se tornam – diz a Bíblia – uma só carne.
Mas vocês, esposos, lembra-se disso? Estão conscientes do grande presente que o Senhor vos deu? O verdadeiro “presente de casamento” é este! Na vossa união há o reflexo da Santíssima Trindade e com a graça de Cristo vocês são um ícone vivo e credível de Deus e do seu amor.
2. São Paulo, na Carta aos Efésios, coloca em destaque que nos esposos cristãos se reflete um mistério grande: a relação instituída por Cristo com a Igreja, uma relação nupcial (cfr Ef 5, 21-33). A Igreja é a esposa de Cristo. Esta é a relação. Isto significa que o matrimônio responde a uma vocação específica e deve ser considerada como uma consagração (cfr Gaudium et spes, 48; Familiaris consortio, 56). É uma consagração: o homem e a mulher são consagrados em seu amor. Os esposos, de fato, em força do Sacramento, são revestidos de uma verdadeira e própria missão, para que possam tornar visível, a partir de coisas simples, cotidianas, o amor com que Cristo ama a sua Igreja, continuando a doar a vida por ela, na fidelidade e no serviço.
3. É realmente um desígnio maravilhoso aquele que é inerente ao matrimônio! E acontece na simplicidade e também na fragilidade da condição humana. Sabemos bem quantas dificuldades e provações conhecem a vida de dois esposos… O importante é manter viva a ligação com Deus, que está na base da ligação conjugal. E a verdadeira ligação é sempre com o Senhor. Quando a família reza, a ligação se mantém. Quando o esposo reza pela esposa e a esposa reza pelo esposo, aquela ligação se torna forte; um reza pelo outro. É verdade que na vida matrimonial há tantas dificuldades, tantas; seja o trabalho, seja que o dinheiro não basta, seja que as crianças tenham problemas. Tantas dificuldades. E tantas vezes o marido e a mulher se tornam um pouco nervosos e brigam entre si. Brigam, é assim, sempre se briga no matrimônio, algumas vezes voam até os pratos. Mas não devemos ficar tristes por isto, a condição humana é assim. E o segredo é que o amor é mais forte que o momento no qual se briga e por isto eu aconselho aos esposos sempre: não terminem um dia no qual tenham brigado sem fazer as pazes. Sempre! E para fazer as pazes não é necessário chamar as Nações Unidas, que venham pra casa fazer a paz. É suficiente um pequeno gesto, um carinho, um olá! E amanhã! E amanhã se começa uma outra vez. E esta é a vida, levá-la adiante assim, levá-la adiante com a coragem de querer vivê-la juntos. E isto é grande, é belo! É algo belíssimo a vida matrimonial e devemos protegê-la sempre, proteger os filhos.
Outras vezes eu disse nesta Praça uma coisa que ajuda tanto a vida matrimonial. São três palavras que devem ser ditas sempre, três palavras que devem estar em casa: com licença, obrigado e desculpa. As três palavras mágicas. “Com licença”: para não ser invasivo na vida dos cônjuges. Com licença, mas o que te parece? Com licença, permito-me. “Obrigado”: agradecer o cônjuge; agradecer por aquilo que fez por mim, agradecer por isto. Aquela beleza de dar graças! E como todos nós erramos, aquela outra palavra que é um pouco difícil de dizê-la, mas é preciso dizê-la: “desculpa”. Com licença, obrigado e desculpa. Com estas três palavras, com a oração do esposo pela esposa e vice-versa, com fazer as pazes sempre antes que termine o dia, o matrimônio seguirá adiante. As três palavras mágicas, a oração e fazer as pazes sempre. Que o Senhor vos abençoe e rezem por mim.






CATEQUESE PAPA FRANCISCO
SACRAMENTO
UNÇÃO DOS ENFERMOS
QUARTA-FEIRA, 26 DE MARÇO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO

CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA



Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Hoje gostaria de falar a vocês do Sacramento da Unção dos Enfermos, que nos permite tocar com a mão a compaixão de Deus pelo homem. No passado, era chamado “Extrema unção”, porque era entendido como conforto espiritual na iminência da morte. Falar, em vez disso, de “Unção dos enfermos” ajuda-nos a alargar o olhar à experiência da doença e do sofrimento, no horizonte da misericórdia de Deus.
1. Há um ícone bíblico que exprime em toda a sua profundidade o mistério que transparece na Unção dos enfermos: é a parábola do “bom samaritano”, no Evangelho de Lucas (10, 30-35). Toda vez que celebramos tal sacramento, o Senhor Jesus, na pessoa do sacerdote, faz-se próximo a quem sofre e está gravemente doente, ou idoso. Diz a parábola que o bom samaritano cuida do homem sofredor derramando sobre suas feridas óleo e vinho. O óleo nos faz pensar naquele que é abençoado pelo bispo todos os anos, na Missa do Crisma da Quinta-Feira Santa, propriamente em vista da Unção dos enfermos. O vinho, em vez disso, é sinal do amor e da graça de Cristo que surge da doação de sua vida por nós e se exprimem em toda a sua riqueza na vida sacramental da Igreja. Enfim, a pessoa que sofre é confiada a um hospedeiro, a fim de que possa continuar a cuidar dele, sem poupar despesas. Ora, quem é este hospedeiro? É a Igreja, a comunidade cristã, somos nós, aos quais, todos os dias, o Senhor Jesus confia aqueles que estão aflitos, no corpo e no espírito, para que possamos continuar a derramar sobre eles, sem medida, toda a Sua misericórdia e a Sua salvação.
2. Este mandado é confirmado de modo explícito e preciso na Carta de Tiago, onde recomenda: “Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu pecados, ser-lhes-ão perdoados” (5, 14-15). Trata-se então de uma prática que já estava em vigor no tempo dos apóstolos. Jesus, de fato, ensinou aos seus discípulos a ter a sua mesma predileção pelos doentes e pelos que sofrem e transmitiu a eles a capacidade e a tarefa de continuar difundindo em seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial de tal sacramento. Isso, porém, não nos deve levar a uma busca obsessiva pelo milagre ou na presunção de poder obter sempre e seja como for a cura. Mas é a segurança da proximidade de Jesus ao doente e também ao idoso, porque todo idoso, toda pessoa com mais de 65 anos, pode receber este Sacramento, mediante o qual é o próprio Jesus que se aproxima.
3. Mas quando há um doente às vezes se pensa: “chamemos o sacerdote para que venha”; “Não, pois traz má sorte, não o chamemos”, ou “depois assusta o doente”. Por que se pensa isso? Porque há um pouco a ideia de que depois do sacerdote chegam os ritos funerais. E isto não é verdade. O sacerdote vem para ajudar o doente ou o idoso; por isto é tão importante a visita dos sacerdotes aos doentes. É preciso chamar o sacerdote junto ao doente e dizer: “venha, dê-lhe a unção, abençoe-o”. É o próprio Jesus que chega para aliviar o doente, para dar-lhe força, para dar-lhe esperança, para ajudá-lo; também para perdoar-lhe os pecados. E isto é belíssimo! E não é preciso pensar que isto seja um tabu, porque é sempre bonito saber que no momento da dor e da doença nós não estamos sozinhos: o sacerdote e aqueles que estão presentes durante a Unção dos enfermos representam de fato toda a comunidade cristã que, como um único corpo, se reúne em torno de quem sofre e dos familiares, alimentando nesse a fé e a esperança, e apoiando-lhe com a oração e o calor fraterno. Mas o conforto maior vem do fato de que ao tornar-se presente no Sacramento é o próprio Jesus que nos toma pela mão, acaricia-nos como fazia com os doentes e nos recorda que lhe pertencemos e que nada – nem o mal e a morte – poderá nos separar Dele. Temos este hábito de chamar o sacerdote para que venha aos nossos doentes – não digo doentes de gripe, de três, quatro dias, mas quando é uma doença séria – e também aos nossos idosos e dê a eles este Sacramento, este conforto, esta força de Jesus para seguir adiante? Façamos isso!






CATEQUESE PAPA FRANCISCO
SÃO JOSÉ EDUCADOR
QUARTA-FEIRA, 19 DE MARÇO DE 2014
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, 19 de março, celebramos a festa solene de São José, Esposo de Maria e Patrono da Igreja universal. Dediquemos, então, esta catequese a ele, que merece todo o nosso reconhecimento e a nossa devoção por como soube proteger a Virgem Santa e o Filho Jesus. O ser guardião é a característica de José: é a sua grande missão, ser guardião.
Hoje gostaria de retomar o tema da proteção segundo uma perspectiva particular: a perspectiva educativa. Olhemos para José como o modelo de educador, que protege e acompanha Jesus em seu caminho de crescimento “em sabedoria, idade e graça”, como diz o Evangelho. Ele não era pai de Jesus: o pai de Jesus era Deus, mas ele cumpria o papel de pai de Jesus, fazia-se pai de Jesus para fazê-lo crescer. E como o fez crescer? Em sabedoria, idade e graça.
Partamos da idade, que é a dimensão mais natural, o crescimento físico e psicológico. José, junto com Maria, tomou conta de Jesus antes de tudo deste ponto de vista, isso é, “criou-o”, preocupando-se que não lhe faltasse o necessário para um desenvolvimento sadio. Não esqueçamos que o cuidado fiel da vida do Menino incluiu também a fuga ao Egito, a dura experiência de viver como refugiados – José foi um refugiado, com Maria e Jesus – para escapar da ameaça de Herodes. Depois, uma vez de volta à pátria e estabelecidos em Nazaré, há todo o longo período da vida de Jesus em sua família. Naqueles anos, José ensinou a Jesus também o seu trabalho e Jesus aprendeu a ser carpinteiro com seu pai José. Assim, José criou Jesus.
Passemos à segunda dimensão da educação, aquela da “sabedoria”. José foi para Jesus exemplo e mestre desta sabedoria, que se nutre da Palavra de Deus. Podemos pensar em como José educou o pequeno Jesus a escutar as Sagradas Escrituras, sobretudo acompanhando-O de sábado à sinagoga de Nazaré. E José o acompanhava para que Jesus escutasse a Palavra de Deus na sinagoga.
E, enfim, a dimensão da “graça”. São Lucas sempre diz referindo-se a Jesus: “A graça de Deus era sobre Ele” (2, 40). Aqui, certamente, a parte reservada a São José é mais limitada em relação aos âmbitos da idade e da sabedoria. Mas seria um grave erro pensar que um pai e uma mãe não podem fazer nada para educar os filhos a crescer na graça de Deus. Crescer em idade, crescer em sabedoria, crescer na graça: este é o trabalho que José fez com Jesus, fazê-Lo crescer nestas três dimensões, ajudá-lo a crescer.
Queridos irmãos e irmãs, a missão de São José é certamente única e irrepetível, porque absolutamente único é Jesus. E, todavia, em seu proteger Jesus, educando-o para crescer em idade, sabedoria e graça, ele é modelo para todo educador, em particular para todo pai. São José é o modelo de educador e de pai, de pai. Confio, então, à sua proteção todos os pais, os sacerdotes – que são pais – e aqueles que têm um dever educativo na Igreja e na sociedade. De modo especial, gostaria de saudar hoje, dia do pai, todos os pais, todos os pais: saúdo-vos de coração! Vejamos: há alguns pais na Praça? Levantem a mão, os pais! Mas quantos pais! Parabéns, parabéns pelo vosso dia! Peço para vocês a graça de ser sempre muito próximos aos seus filhos, deixando-os crescer, mas próximos, próximos! Eles precisam de vocês, da vossa presença, da vossa proximidade, do vosso amor. Sejam para eles como São José: guardiões do seu crescimento em idade, sabedoria e graça. Guardiões do seu caminho; educadores, e caminhem com eles. E com esta proximidade, vocês serão verdadeiros educadores. Obrigado por tudo aquilo que fazem pelos vossos filhos: obrigado. A vocês parabéns, e boa festa do pai a todos os pais que estão aqui, a todos os pais. Que São José vos abençoe e vos acompanhe. E alguns de nós perdemos o pai, se foi, o Senhor o chamou; tantos que estão na Praça não têm pai. Podemos rezar por todos os pais do mundo, pelos pais vivos e também pelos falecidos e pelos nossos, e podemos fazê-lo juntos, cada um recordando o seu pai, se está vivo ou morto. E rezemos ao grande Pai de todos nós, o Pai. Um “Pai nosso” pelos nossos pais: Pai Nosso….
E parabéns aos pais!
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 5 DE MARÇO DE 2014
QUARESMA É TEMPO FORTE DE CONVERSÃO E RENOVAÇÃO PESSOAL
PRAÇA SÃO PEDRO

CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 5 DE MARÇO DE 2014
QUARESMA É TEMPO FORTE DE CONVERSÃO E RENOVAÇÃO PESSOAL
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA

Hoje, Quarta-feira de Cinza, tem início a Quaresma, quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo Pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação.
A Quaresma é um tempo “forte”, um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão, para sair dos costumes cansados e do preguiçoso vício do mal que nos engana.
“No tempo quaresmal a Igreja nos dirige dois importantes convites: ter uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo; e viver com mais compromisso o próprio Batismo”.
Viver profundamente o Batismo significa não nos acostumarmos às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelas ruas de nossas cidades e de nossos países.
“Há o risco de aceitarmos passivamente certos comportamentos e de não nos surpreendermos diante das tristes realidades que nos circundam. Acostumamo-nos à violência, como se fosse uma notícia cotidiana normal; acostumamo-nos a irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para se abrigar. Acostumamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como deveriam ser. Acostumamo-nos a viver em uma sociedade que pretende deixar Deus de lado, na qual os pais não ensinam mais aos filhos a rezar nem a fazer o sinal da cruz. Estes vícios de comportamentos não cristãos e de comodidades nos anestesia o coração!”
O Papa perguntou então aos presentes, dirigindo-se aos pais e avós, se eles ensinam seus filhos e netos a rezar e a fazer o Sinal da Cruz. Se ensinam suas crianças a se dirigirem a Deus com a oração do Pai-Nosso e a Nossa Senhora com a oração da Ave-Maria. Uma pergunta que pediu que respondessem em silêncio, no coração.
A Quaresma deve ser vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária através da aproximação a Deus e da adesão confiante ao Evangelho. Por isso a Quaresma é momento favorável para converter-se ao amor ao próximo.
Demos graças a Deus pelo mistério de seu amor crucificado – disse ainda o Papa recordando os elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma: fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos.
O Papa concluiu invocando com particular confiança a proteção e a ajuda de Nossa Senhora neste caminho, a nos acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da Páscoa de seu Filho.
Nas palavras dirigidas aos fiéis de língua portuguesa presentes na audiência o Papa saudou o grupo vindo de Riberão e Guimarães e também os professores e os alunos das comunidades escolares de Lourinhã e Viana do Castelo SP. 







CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 5 DE MARÇO DE 2014
QUARESMA É TEMPO FORTE DE CONVERSÃO E RENOVAÇÃO PESSOAL
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA

Hoje, Quarta-feira de Cinza, tem início a Quaresma, quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo Pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação.
A Quaresma é um tempo “forte”, um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão, para sair dos costumes cansados e do preguiçoso vício do mal que nos engana.
“No tempo quaresmal a Igreja nos dirige dois importantes convites: ter uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo; e viver com mais compromisso o próprio Batismo”.
Viver profundamente o Batismo significa não nos acostumarmos às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelas ruas de nossas cidades e de nossos países.
“Há o risco de aceitarmos passivamente certos comportamentos e de não nos surpreendermos diante das tristes realidades que nos circundam. Acostumamo-nos à violência, como se fosse uma notícia cotidiana normal; acostumamo-nos a irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para se abrigar. Acostumamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como deveriam ser. Acostumamo-nos a viver em uma sociedade que pretende deixar Deus de lado, na qual os pais não ensinam mais aos filhos a rezar nem a fazer o sinal da cruz. Estes vícios de comportamentos não cristãos e de comodidades nos anestesia o coração!”
O Papa perguntou então aos presentes, dirigindo-se aos pais e avós, se eles ensinam seus filhos e netos a rezar e a fazer o Sinal da Cruz. Se ensinam suas crianças a se dirigirem a Deus com a oração do Pai-Nosso e a Nossa Senhora com a oração da Ave-Maria. Uma pergunta que pediu que respondessem em silêncio, no coração.
A Quaresma deve ser vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária através da aproximação a Deus e da adesão confiante ao Evangelho. Por isso a Quaresma é momento favorável para converter-se ao amor ao próximo.
Demos graças a Deus pelo mistério de seu amor crucificado – disse ainda o Papa recordando os elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma: fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos.
O Papa concluiu invocando com particular confiança a proteção e a ajuda de Nossa Senhora neste caminho, a nos acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da Páscoa de seu Filho.
Nas palavras dirigidas aos fiéis de língua portuguesa presentes na audiência o Papa saudou o grupo vindo de Riberão e Guimarães e também os professores e os alunos das comunidades escolares de Lourinhã e Viana do Castelo SP. 







CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2014
SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
É O SACRAMENTO DA COMPAIXÃO DE
DEUS COM O SOFRIMENTO HUMANO
PRAÇA SÃO PEDRO
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA

Jesus ensinou Seus discípulos a terem Sua mesma predileção pelos enfermos e necessitados, confiando-lhes a tarefa de atendê-los em Seu nome por meio desse sacramento.
“Que alegria saber que, nos momentos de dor, não estamos sozinhos. O sacerdote e a comunidade cristã, reunida junto ao que sofre, alimentam sua fé e sua esperança”, disse.
Nesse contexto de ajuda e compaixão para com os doentes, o Pontífice citou como exemplo a parábola do Bom Samaritano, que cuidou de um homem sofredor encontrado pelo caminho. O Bom Samaritano cuidou das feridas do homem e, depois, o confiou a um hospedeiro, sem pensar nos gastos, para que continuasse cuidando dele.
“Ora, quem é este hospedeiro? É a Igreja, a comunidade cristã, somos nós, aos quais, todos os dias, o Senhor Jesus confia aqueles que estão aflitos, no corpo e no espírito, para que possamos continuar a derramar sobre eles, sem medida, toda a Sua misericórdia e a Sua salvação”.
Aos que consideram o sofrimento e a doença como um tabu, o Papa lembrou que Jesus mostra, com a unção dos enfermos, que o ser humano pertence a Ele. Nesse sentido, este sacramento, considerado em verdade, é a presença de Jesus próximo ao doente.
“Cristo nos toma pela mão e nos lembra que pertencemos a Ele, que nada nem ninguém, nenhum mal, nem sequer a morte poderá nos separar d’Ele”.
Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem-vindos! Em cada um dos sacramentos da Igreja, Jesus está presente e nos faz participar da sua vida e da sua misericórdia. Procurem conhecê-Lo sempre mais, para poderem servi-Lo nos irmãos, especialmente nos doentes. Sobre vós e sobre as vossas comunidades, desça a benção do Senhor!
No final da audiência o Papa Francisco fez um apelo para a paz e reconciliação nacional na Venezuela:
Sigo com particular apreensão o que está a acontecer nestes dias na Venezuela. Desejo vivamente que acabem o mais depressa possível as violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, a partir dos responsáveis políticos e institucionais, favoreçam a reconciliação nacional, através do perdão recíproco e de um diálogo sincero, respeitoso da verdade e da justiça, capaz de enfrentar temas concretos para o bem comum. Ao mesmo tempo asseguro a minha constante oração, em particular, para todos quantos perderam a vida nos confrontos e pelas suas famílias, convido todos os crentes a elevar súplicas a Deus, pela materna intercessão de Nossa Senhora de Coromoto, por forma a que o país reencontre prontamente paz e concórdia.”
O Papa Francisco a todos deu a sua benção! (RS)





CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2014
SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO OU PENITÊNCIA
É O SACRAMENTO DA CURA.
CURA DA ALMA,E DO CORAÇÃO
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Através dos Sacramentos da iniciação cristã, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, o homem recebe a vida nova em Cristo. Agora, todos sabemos disso, nós levamos essa vida “em vasos de barro” (2 Cor 4, 7), ainda estamos sujeitos à tentação, ao sofrimento, à morte e, por causa do pecado, podemos até mesmo perder a nova vida. Por isto o Senhor Jesus quis que a Igreja continuasse a sua obra de salvação também através dos próprios membros, em particular o Sacramento da reconciliação e aquele da Unção dos enfermos, que podem ser unidos sob o nome de “Sacramentos da cura”. O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando eu vou confessar-me é para curar-me, curar a minha alma, curar o coração e algo que fiz e não foi bom. O ícone bíblico que o exprime melhor, em sua profunda ligação, é o episódio do perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela ao mesmo tempo médico das almas e dos corpos (cfr Mc 2,1-12 // Mt 9,1-8; Lc 5,17-26).
1. O Sacramento da Penitência e da Reconciliação surge diretamente do mistério pascal. De fato, na própria noite de Páscoa, o Senhor aparece aos discípulos, fechados no cenáculo, e depois de ter dirigido a eles a saudação “A paz esteja convosco”, soprou sobre eles e disse: “Recebeis o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20,21-23). Esta passagem nos revela a dinâmica mais profunda que está contida neste Sacramento. Antes de tudo, o fato de que o perdão dos nossos pecados não é algo que podemos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão se pede, se pede a uma outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é um presente, é um dom do Espírito Santo, que nos enche com a misericórdia e a graça que surge incessantemente do coração aberto de Cristo crucificado e ressuscitado. Em segundo lugar, recorda-nos que somente se nos deixamos reconciliar no Senhor Jesus com o Pai e com os irmãos podemos estar verdadeiramente na paz. E todos sentimos isso no coração quando vamos confessar-nos, com um peso na alma, um pouco de tristeza; e quando recebemos o perdão de Jesus estamos em paz, com aquela paz da alma tão bela que somente Jesus pode dar, somente Ele.
2. No tempo, a celebração deste Sacramento passou de uma forma pública – porque no início se fazia publicamente – àquela pessoal, à forma reservada da Confissão. Isto, porém, não deve fazer perder a matriz eclesial, que constitui o contexto vital. De fato, é a comunidade cristã o lugar no qual se torna presente o Espírito, o qual renova os corações no amor de Deus e faz de todos os irmãos uma só coisa, em Cristo Jesus. Eis então porque não basta pedir perdão ao Senhor na própria mente e no próprio coração, mas é necessário confessar humildemente e com confiança os próprios pecados ao ministro da Igreja. Na celebração deste Sacramento, o sacerdote não representa somente Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece na fragilidade de cada um de seus membros, que escuta comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com ele, que o encoraja e o acompanha no caminho de conversão e amadurecimento cristão. Alguém pode dizer: eu me confesso somente com Deus. Sim, você pode dizer a Deus “perdoa-me”, e dizer os teus pecados, mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isto é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote. “Mas, padre, eu me envergonho…”. Também a vergonha é boa, é saudável ter um pouco de vergonha, porque envergonhar-se é saudável. Quando uma pessoa não tem vergonha, no meu país dizemos que é um “sem vergonha”: um “sin verguenza”. Mas também a vergonha faz bem, porque nos faz mais humildes e o sacerdote recebe com amor e com ternura esta confissão e em nome de Deus perdoa. Também do ponto de vista humano, para desabafar, é bom falar com o irmão e dizer ao sacerdote estas coisas, que são tão pesadas no meu coração. E alguém sente que desabafa diante de Deus, com a Igreja, com o irmão. Não ter medo da Confissão! Alguém, quando está na fila para confessar-se, sente todas estas coisas, também a vergonha, mas depois quando termina a Confissão sai livre, grande, belo, perdoado, purificado, feliz. É este o bonito da Confissão! Eu gostaria de perguntar-vos – mas não digam em voz alta, cada um responda no seu coração – quando foi a última vez que você se confessou? Cada um pense… São dois dias, duas semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada um diga a si mesmo: quando foi a última vez que eu me confessei? E se passou tanto tempo, não perder um dia a mais, vá, que o sacerdote será bom. É Jesus ali, e Jesus é o melhor dos sacerdotes, Jesus te recebe, recebe-te com tanto amor. Seja corajoso e vá à Confissão!
3. Queridos amigos, celebrar o Sacramento da Reconciliação significa ser envolvido em um abraço caloroso: é o abraço da infinita misericórdia do Pai. Recordemos aquela bela, bela parábola do filho que foi embora de sua casa com o seu dinheiro da herança; gastou todo o dinheiro e depois quando não tinha mais nada decidiu voltar pra casa, não como filho, mas como servo. Tanta culpa tinha em seu coração e tanta vergonha. A surpresa foi que quando começou a falar, a pedir perdão, o pai não o deixou falar, abraçou-o, beijou-o e fez festa. Mas eu vos digo: toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa! Vamos adiante neste caminho. Que Deus vos abençoe!

CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2014
EUCARISTIA, QUE CELEBRAMOS
E A NOSSA VIDA
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA


Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
Na última catequese, destaquei como a Eucaristia nos introduz na comunhão real com Jesus e o seu mistério. Agora podemos nos colocar algumas perguntas sobre a relação entre a Eucaristia que celebramos e a nossa vida, como Igreja e como cristãos individualmente. Como vivemos a Eucaristia? Quando vamos à Missa aos domingos, como a vivemos? É somente um momento de festa, é uma tradição consolidada, é uma ocasião para se encontrar ou para sentir-se bem, ou é algo a mais?
Há alguns sinais muito concretos para entender como vivemos tudo isso, como vivemos a Eucaristia; sinais que nos dizem se nós vivemos bem a Eucaristia ou não a vivemos tão bem. O primeiro indício é o nosso modo de olhar e considerar os outros. Na Eucaristia, Cristo realiza sempre novamente o dom de si que fez na Cruz. Toda a sua vida é um ato de total partilha de si por amor; por isso Ele amava estar com os discípulos e com as pessoas que tinha oportunidade de conhecer. Isto significava para Ele partilhar os desejos deles, os seus problemas, aquilo que agitava as suas almas e suas vidas. Agora nós, quando participamos da Santa Missa, encontramo-nos com homens e mulheres de todo tipo: jovens, idosos, crianças, pobres e ricos; originários do lugar ou de fora; acompanhados por familiares ou sozinhos… Mas a Eucaristia que celebro leva-me a senti-los todos, realmente, como irmãos e irmãs? Faz crescer em mim a capacidade de alegrar com quem se alegra, de chorar com quem chora? Impele-me a seguir rumo aos pobres, aos doentes, aos marginalizados? Ajuda-me a reconhecer neles a face de Jesus? Todos nós vamos à Missa porque amamos Jesus e queremos partilhar, na Eucaristia, a sua paixão e a sua ressurreição. Mas amamos, como quer Jesus, aqueles irmãos e irmãs mais necessitados? Por exemplo, em Roma, nestes dias vimos tantos problemas sociais ou pela chuva que fez tantos danos a bairros inteiros, ou pela falta de trabalho, consequência da crise econômica em todo o mundo. Pergunto-me, e cada um de nós se pergunte: eu que vou à Missa, como vivo isto? Preocupo-me de ajudar, de aproximar-me, de rezar por aqueles que têm este problema? Ou sou um pouco indiferente? Ou talvez me preocupo de fofocar: viu como está vestida aquela, ou como está vestido aquele? Às vezes se faz isso, depois da Missa, e não se deve fazer! Devemos nos preocupar com os nossos irmãos e irmãs que têm necessidade por causa de uma doença, de um problema. Hoje, fará bem a nós pensar nestes nossos irmãos e irmãs que têm este problema aqui em Roma: problemas pela tragédia provocada pela chuva e problemas sociais e de trabalho. Peçamos a Jesus, que recebemos na Eucaristia, que nos ajude a ajudá-los.
Um segundo indício, muito importante, é a graça de sentir-se perdoados e prontos a perdoar. Às vezes alguém pergunta: “Por que se deveria ir à igreja, visto que quem participa habitualmente da Santa Missa é pecador como os outros?”. Quantas vezes ouvimos isso! Na realidade, quem celebra a Eucaristia não o faz porque se acredita ou quer parecer melhor que os outros, mas propriamente porque se reconhece sempre necessitado de ser acolhido e regenerado pela misericórdia de Deus, feita carne em Jesus Cristo. Se algum de nós não se sente necessitado da misericórdia de Deus, não se sente pecador, é melhor que não vá à Missa! Nós vamos à Missa porque somos pecadores e queremos receber o perdão de Deus, participar da redenção de Jesus, do seu perdão. Aquele “Confesso” que dizemos no início não é “pro forma”, é um verdadeiro ato de penitência!  Eu sou pecador e o confesso, assim começa a Missa! Não devemos nunca esquecer que a Última Ceia de Jesus aconteceu “na noite em que foi traído” (1 Cor 11, 23). Naquele pão e naquele vinho que oferecemos e em torno do qual nos reunimos se renova toda vez o dom do corpo e do sangue de Cristo para a remissão dos nossos pecados. Devemos ir à Missa humildemente, como pecadores e o Senhor nos reconcilia.
Um último indício precioso nos vem oferecido pela relação entre a celebração eucarística e a vida das nossas comunidades cristãs. É necessário sempre ter em mente que a Eucaristia não é algo que fazemos nós; não é uma comemoração nossa daquilo que Jesus disse e fez. Não. É propriamente uma ação de Cristo! É Cristo que age ali, no altar. É um dom de Cristo, que se torna presente e nos acolhe em torno de si, para nutrir-nos da sua Palavra e da sua vida. Isto significa que a missão e a identidade própria da Igreja surge dali, da Eucaristia, e ali sempre toma forma. Uma celebração pode ser também impecável do ponto de vista exterior, belíssima, mas se não nos conduz ao encontro com Jesus Cristo arrisca não levar alimento algum ao nosso coração e à nossa vida. Através da Eucaristia, em vez disso, Cristo quer entrar na nossa existência e permeá-la pela sua graça, de forma que em toda comunidade cristã haja coerência entre liturgia e vida.
O coração se enche de confiança e esperança pensando nas palavras de Jesus reportadas no Evangelho: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54). Vivamos a Eucaristia com espírito de fé, de oração, de perdão, de penitência, de alegria comunitária, de preocupação pelos necessitados e pelas necessidades de tantos irmãos e irmãs, na certeza de que o Senhor cumprirá aquilo que nos prometeu: a vida eterna. Assim seja!
NULO ***ERRADO
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA,  DE FEVEREIRO DE 2014
EUCARISTIA, COMO FONTE DE
VIDA DA IGREJA.
- PALAVRA E PÃO.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA S
FONTE: NEWS VA

Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de festa no Vaticano, com a presença de milhares de fiéis e peregrinos que participam da Audiência Geral com o Papa Francisco.
Nesta quarta, a festa foi ainda mais intensa, pois na Praça S. Pedro havia inúmeros cardeais que vieram a Roma para participar do Consistório no próximo sábado, dia 22, quando o Colégio Cardinalício ganhará 19 novos membros.
Do Brasil, uma numerosa delegação acompanha o Arcebispo de Rio de Janeiro, futuro Cardeal, Dom Orani João Tempesta.
Com os presentes, o Pontífice retomou suas catequeses sobre os Sacramentos, comentando desta vez o Sacramento da Reconciliação, também conhecido pelos nomes de Confissão e Penitência.
Este Sacramento provém diretamente do mistério pascal, quando disse aos discípulos: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados”. Antes de tudo, disse Francisco, o perdão dos nossos pecados não é algo que podemos dar-nos a nós mesmos.
Eu não posso dizer: ‘Eu me perdoo os pecados’. O perdão se pede, se pede a outro, e na Confissão pedimos perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é dom do Espírito Santo, que derrama sobre nós a graça e a misericórdia do Pai.
Na verdade, embora a forma ordinária da Confissão seja pessoal e secreta, não se deve perder de vista a sua dimensão eclesial. Por isso, não basta pedir perdão a Deus no íntimo do próprio coração, mas é necessário confessar os pecados ao sacerdote. Este, no confessionário, não representa apenas Deus, mas toda a comunidade eclesial, a qual se reconhece na fragilidade dos seus membros, constata comovida o seu arrependimento, reconcilia-se com eles e encoraja-os no caminho de conversão e amadurecimento humano e cristão.
Para aqueles que dizem: ‘Eu me confesso somente com Deus’, o Papa recordou que os nossos pecados são também contra os irmãos e a Igreja e por isso é necessário pedir perdão a eles na pessoa do sacerdote. Aos que se envergonham, o Pontífice respondeu:
Também a vergonha é boa, vergonhar-se é saudável. Porque quando uma pessoa não tem vergonha, no meu país dizemos “sem vergonha”, sin verguenza. (...) Mas a vergonha também faz bem, porque nos torna mais humildes. (...) Não tenham medo da Confissão, porque dela se sai mais “livre, grande, belo, perdoado e feliz”.

O Papa se dirigiu aos presentes para que cada um se lembre qual foi a última vez que se confessou e sugeriu: Se passou muito tempo, não perca mais um dia: vá avante, que o sacerdote será bom. Jesus é quem está ali, eh?, e Jesus é o padre mais bondoso de todos, pois recebe com tanto amor. Seja corajoso e vá se confessar.
Francisco concluiu sua catequese ressaltando que o Sacramento da Reconciliação significa deixar-se envolver no abraço da misericórdia infinita do Pai. E citou a parábola do filho pródigo, que ao voltar para casa sentindo tanta culpa e vergonha, ficou surpreso com o abraço que recebeu do Pai. Toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa. Prossigamos nesta estrada.

Ao saudar os peregrinos na Praça, em português o Pontífice se dirigiu de modo especial aos fiéis do Rio de Janeiro que acompanham Dom Orani João Tempesta.
(BF)






CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 5 DE FEVEREIRO DE 2014
EUCARISTIA, COMO FONTE DE
VIDA DA IGREJA.
- PALAVRA E PÃO.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
NEWS VA

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje falarei a vocês da Eucaristia. A Eucaristia coloca-se no coração da “iniciação cristã”, junto ao Batismo e à Confirmação, e constitui a fonte da própria vida da Igreja. Deste Sacramento de amor, de fato, nasce cada autêntico caminho de fé, de comunhão e de testemunho.
Aquilo que vemos quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, a Missa, já nos faz intuir o que estamos para viver. No centro do espaço destinado à celebração encontra-se um altar, que é uma mesa, coberta por uma toalha e isto nos faz pensar em um banquete. Na mesa há uma cruz, a indicar que sobre aquele altar se oferece o sacrifício de Cristo: é Ele o alimento espiritual que ali se recebe, sob os sinais do pão e do vinho. Ao lado da mesa há o ambão, isso é, o lugar a partir do qual se proclama a Palavra de Deus: e isto indica que ali nós nos reunimos para escutar o Senhor que fala mediante as Sagradas Escrituras, e então o alimento que se recebe é também a sua Palavra.
Palavra e Pão na Missa tornam-se um só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que havia feito, condensaram-se no gesto de partir o pão e de oferecer o cálice, antes do sacrifício da cruz, e naquelas palavras: “Tomai, comei, isto é o meu corpo…Tomai, bebei, isto é o seu sangue”.
O gesto de Jesus cumprido na Última Ceia é o extremo agradecimento ao Pai pelo seu amor, pela sua misericórdia. “Agradecimento” em grego se diz “Eucaristia”. E por isto o Sacramento se chama Eucaristia: é o supremo agradecimento ao Pai, que nos amou tanto a ponto de dar-nos o seu Filho por amor. Eis porque o termo Eucaristia resume todo aquele gesto, que é gesto de Deus e do homem junto, gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Então a Celebração Eucarística é bem mais que um simples banquete: é propriamente o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. “Memorial” não significa somente uma recordação, uma simples recordação, mas quer dizer que cada vez que celebramos este Sacramento participamos do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
 A Eucaristia é o ápice da ação da salvação de Deus: O Senhor Jesus, se fez pão partido por nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e seu amor, e assim renova o nosso coração, a nossa existência e a maneira como nos relacionamos com Ele e com os irmãos.
É por isto que sempre, quando nos aproximamos deste sacramento, se diz de: “Receber a Comunhão”, de “fazer a Comunhão”: isto significa que o poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística se conforma de modo profundo e único a Cristo, nos fazendo experimentar já a plena comunhão com o Pai que caracterizará o banquete celeste, onde com todos os Santos teremos a alegria de contemplar Deus face a face.
Queridos amigos, nunca conseguiremos agradecer ao Senhor pelo dom que nos fez com a Eucaristia! É um grande dom e por isto é tão importante ir à Missa aos domingos.
Ir à missa não somente para rezar, mas para receber a Comunhão, este pão que é o Corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa, nos une ao Pai. É muito bom fazer isto! E todos os domingos, vamos à Missa porque é o próprio dia da ressurreição do Senhor. Por isto, o domingo é tão importante para nós.
E com a Eucaristia sentimos esta pertença à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo. Nunca terminará em nós o seu valor e a sua riqueza. Por isto, pedimos que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a moldar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. E isto se faz durante toda a vida, mas tudo começa no dia da primeira comunhão.
É importante que as crianças se preparem bem para a primeira comunhão e que todas as crianças a façam, porque é o primeiro passo desta forte adesão a Cristo, depois do Batismo e da Crisma.





CATEQUESE PAPA FRANCISCO

QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje iniciamos uma série de catequeses sobre Sacramentos, e a primeira diz respeito ao Batismo. Por uma feliz coincidência, domingo próximo é justamente a festa do Batismo do Senhor.

1. O Batismo é o sacramento sobre o qual se funda a nossa própria fé e que nos une como membros vivos em Cristo e na sua Igreja. Junto à Eucaristia e à Confirmação forma a chamada “iniciação cristã”, a qual constitui como um único, grande evento sacramental que nos configura ao Senhor e faz de nós um sinal vivo da sua presença e do seu amor.

Pode nascer em nós uma pergunta: mas é realmente necessário o Batismo para viver como cristãos e seguir Jesus? Não é no fundo um simples rito, um ato formal da Igreja para dar nome ao menino e à menina? É uma pergunta que pode surgir. E a tal propósito, é esclarecedor o que escreve o apóstolo Paulo: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova” (Rm 6,3-4). Portanto, não é uma formalidade! É um ato que toca em profundidade a nossa existência. Uma criança batizada ou uma criança não batizada não é o mesmo. Não é o mesmo uma pessoa batizada ou uma pessoa não batizada. Nós, com o Batismo, somos imersos naquela inexaurível fonte de vida que é a morte de Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e graças a este amor podemos viver uma vida nova, não mais à mercê do mal, do pecado e da morte, mas na comunhão com Deus e com os irmãos.

2. Muitos de nós não temos a mínima recordação da celebração deste Sacramento, e é óbvio, se fomos batizados pouco depois do nascimento. Fiz esta pergunta duas ou três vezes, aqui na Praça: quem de vocês sabe a data do próprio Batismo, levante a mão. É importante conhecer o dia no qual eu fui imerso propriamente naquela corrente de salvação de Jesus. E me permito dar-lhes um conselho. Mas, mais que um conselho, uma tarefa para hoje. Hoje, em casa, perguntem a data do Batismo e assim saibam bem o dia tão belo do Batismo. Conhecer a data do nosso Batismo é conhecer uma data feliz. O risco de não sabê-lo é de perder a memória daquilo que o Senhor fez em nós, a memória do dom que recebemos. Então acabamos por considerá-lo somente como um evento que aconteceu no passado – e nem por vontade nossa, mas dos nossos pais – que já não tem mais nenhuma incidência no presente. Devemos despertar a memória do nosso Batismo. Somos chamados a viver o nosso Batismo a cada dia, como realidade atual da nossa existência. Se conseguimos seguir Jesus e permanecer na Igreja, mesmo com os nossos limites, com as nossas fragilidades e os nossos pecados, é propriamente pelo Sacramento no qual nos tornamos novas criaturas e fomos revestidos de Cristo. É por força do Batismo, de fato, que, livres do pecado original, somos unidos à relação de Jesus com Deus Pai; que somos portadores de uma esperança nova, porque o Batismo nos dá esta esperança nova: a esperança de seguir pelo caminho da salvação, toda a vida. E esta esperança nada e ninguém pode extinguir, porque a esperança não desilude. Lembrem-se: a esperança no Senhor não desilude nunca. Graças ao Batismo, somos capazes de perdoar e de amar também quem nos ofende e nos faz mal; que conseguimos reconhecer nos últimos e nos pobres a face do Senhor que nos visita e se faz próximo. O Batismo nos ajuda a reconhecer na face das pessoas necessitadas, nos sofredores, também no nosso próximo, a face de Jesus. Tudo isso é possível graças à força do Batismo!

3. Um último elemento, que é importante. E faço a pergunta; uma pessoa pode batizar a si mesma? Ninguém pode batizar a si mesmo! Ninguém. Podemos pedi-lo, desejá-lo, mas sempre precisamos de alguém que nos administre este Sacramento em nome do Senhor. Porque o Batismo é um dom que vem concedido em um contexto de solicitude e de partilha fraterna. Sempre na história, um batiza o outro, o outro, o outro… é uma sequência. Uma sequência de Graça. Mas, eu não posso me batizar sozinho: devo pedir a um outro o Batismo. É um ato de fraternidade, um ato de filiação à Igreja. Na celebração do Batismo podemos reconhecer as feições mais genuínas da Igreja, a qual como uma mãe continua a gerar novos filhos em Cristo, na fecundidade do Espírito Santo.

Peçamos então de coração ao Senhor poder experimentar sempre mais, na vida de cada dia, esta graça que recebemos com o Batismo. Encontrando-nos, os nossos irmãos possam encontrar os verdadeiros filhos de Deus, verdadeiros irmãos e irmãs de Jesus Cristo, verdadeiros membros da Igreja. E não esqueçam a tarefa de hoje: procurar, perguntar a data do próprio Batismo. Como eu conheço a data do meu nascimento, devo conhecer também a data do meu Batismo, porque é um dia de festa.





CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 15 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - DIMENSÃO COMUNITÁRIA.
NINGUÉM SE SALVA SOZINHO.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.
Quarta-feira passada iniciamos um breve ciclo de catequeses sobre os Sacramentos, começando pelo Batismo. E sobre o Batismo gostaria de concentrar-me ainda hoje, para destacar um fruto muito importante deste Sacramento: esse nos torna membros do Corpo de Cristo e do Povo de Deus. São Tomás de Aquino afirma que quem recebe o Batismo é incorporado a Cristo quase como seu próprio membro e é agregado à comunidade dos fiéis (cfr Summa Theologiae, III, q. 69, art. 5; q. 70, art. 1), isso é, ao Povo de Deus. Na escola do Concílio Vaticano II, nós dizemos hoje que o Batismo nos faz entrar no Povo de Deus, nos torna membros de um Povo em caminho, um Povo peregrino na história.
De fato, como de geração em geração se transmite a vida, assim também de geração em geração, através do renascimento na fonte batismal, transmite-se a graça, e com esta graça o Povo cristão caminha no tempo, como um rio que irriga a terra e difunde no mundo a benção de Deus. Do momento em que Jesus disse o que escutamos no Evangelho, os discípulos foram batizar; e daquele tempo até hoje há uma sequência na transmissão da fé mediante o Batismo. E cada um de nós é um elo dessa sequência: um passo adiante, sempre; como um rio que irriga. Assim é a graça de Deus e assim é a nossa fé, que devemos transmitir aos nossos filhos, transmitir às crianças, para que essas, uma vez adultas, possam transmiti-la a seus filhos. Assim é o Batismo. Por que? Porque o Batismo nos faz entrar neste Povo de Deus que transmite a fé. Isto é muito importante. Um Povo de Deus que caminha e transmite a fé.
Em virtude do Batismo, nós nos tornamos discípulos missionários, chamados a levar o Evangelho no mundo (cfr Exort. ap. Evangelii gaudium, 120). “Cada batizado, qualquer que seja a sua função na Igreja e o grau de instrução da sua fé é um sujeito ativo de evangelização… A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo” (ibid) de todos, de todos o povo de Deus, um novo protagonismo de cada um dos batizados. O Povo de Deus é um Povo discípulo – porque recebe a fé – e missionário – porque transmite a fé. E isto faz o Batismo em nós. Doa-nos a Graça e transmite a fé. Todos na Igreja somos discípulos, e o somos sempre, para toda a vida; e todos somos missionários, cada um no lugar que o Senhor lhes atribuiu. Todos: o menor é também missionário; e aquele que parece maior é discípulo. Mas alguém de vocês vai dizer: “Os bispos não são discípulos, os bispos sabem tudo; o Papa sabe tudo, não é discípulo”. Não, mesmos os bispos e o Papa devem ser discípulos, porque se não são discípulos não fazem o bem, não podem ser missionários, não podem transmitir a fé. Todos somos discípulos e missionários.
Existe uma ligação indissolúvel entre a dimensão mística e aquela missionária da vocação cristã, ambas enraizadas no Batismo. “Recebendo a fé e o Batismo, nós cristãos acolhemos a ação do Espírito Santo que conduz a confessar Jesus Cristo como Filho de Deus e a chamar Deus ‘Abba’, Pai. Todos os batizados e as batizadas…somos chamados a viver e transmitir a comunhão com a Trindade, porque a evangelização é um apelo à participação na comunhão trinitária” (Documento final de Aparecida, n. 157).
Ninguém se salva sozinho. Somos comunidade de crentes, somos Povo de Deus e nesta comunidade experimentamos a beleza de partilhar a experiência de um amor que precede a todos, mas que ao mesmo tempo nos pede para sermos “canais” da graça uns para os outros, apesar dos nossos limites e dos nossos pecados. A dimensão comunitária não é só uma “moldura”, um “contorno”, mas é parte integrante da vida cristã, do testemunho e da evangelização. A fé cristã nasce e vive na Igreja e no Batismo as famílias e as paróquias celebram a incorporação de um novo membro a Cristo e ao seu corpo que é a Igreja (cfr ibid.; n. 175b).
A propósito da importância do Batismo para o Povo de Deus, é exemplar a história da comunidade cristã do Japão. Essa sofreu uma dura perseguição no início do século XVII. Foram numerosos mártires, os membros do clero foram expulsos e milhares de fiéis foram mortos.  Não permaneceu no Japão nenhum padre, todos foram expulsos. Então a comunidade se retirou na clandestinidade, conservando a fé e a oração em reclusão. E quando nascia uma criança, o pai ou a mão a batizavam, porque todos os fiéis podem batizar em particulares circunstâncias. Quando, depois de dois séculos e meio, 250 anos depois, os missionários retornaram ao Japão, milhares de cristãos saíram da clandestinidade e a Igreja pôde reflorescer. Tinham sobrevivido com a graça de seu Batismo! Isto é grandioso: o Povo de Deus transmite a fé, batiza os seus filhos e segue adiante. E mantiveram, mesmo em segredo, um forte espírito comunitário, porque o Batismo os tornou um só corpo em Cristo: foram isolados e escondidos, mas foram sempre membros do Povo de Deus, membros da Igreja. Podemos aprender tanto com esta história! Obrigado.




CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 22 DE JANEIRO DE 2014
A DIVISÃO ENTRE CRISTÃOS É UM
ESCÂNDALO QUE NÃO DEVE SE FAZER
PRESENTE ENTRE OS CRISTÃOS.
PARA QUE TODOS SEJAM UM.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Queridos irmão e irmãs,
Sábado passado iniciou-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se concluirá sábado próximo, festa da conversão de São Paulo apóstolo. Esta iniciativa espiritual, mais do que nunca preciosa, envolve as comunidades cristãs há mais de cem anos. Trata-se de um tempo dedicado à oração pela unidade de todos os batizados, segundo a vontade de Cristo: “que todos sejam um” (Jo 17, 21). Todos os anos, um grupo ecumênico de uma região do mundo, sob a condução do Conselho Ecumênico das Igrejas e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, sugere um tema e prepara subsídios para a Semana de Oração. Este ano, tais subsídios são provenientes das Igrejas e comunidades eclesiais do Canadá, e fazem referência à pergunta dirigida por Paulo aos cristãos de Corinto: “Então estaria Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13).
Certamente Cristo não está dividido. Mas devemos reconhecer sinceramente e com dor que as nossas comunidades continuam a viver divisões que são um escândalo. As divisões entre nós cristãos são um escândalo. Não há outra palavra: um escândalo. “Cada um de vós – escrevia o apóstolo – diz: “Eu sou de Paulo”, “Eu sou de Apolo”, “E eu de Cefas”, “E eu de Cristo”” (1, 12). Mesmo aqueles que professavam Cristo como seu líder não são aplaudidos por Paulo, porque usavam o nome de Cristo para separar-se dos outros dentro da comunidade cristã. Mas o nome de Cristo cria comunhão e unidade, não divisão! Ele veio para fazer comunhão entre nós, não para dividir-nos. O Batismo e a Cruz são elementos centrais do discipulado cristão que temos em comum. As divisões, em vez disso, enfraquecem a credibilidade e a eficácia do nosso compromisso de evangelização e arriscam esvaziar a Cruz do seu poder (cfr 1,17).
Paulo repreende os coríntios pelas suas disputas, mas também dá graças ao Senhor “por causa da graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus, porque Nele fostes enriquecidos de todos os dons, aqueles da palavra e aqueles do conhecimento” (1, 4-5). Estas palavras de Paulo não são uma simples formalidade, mas o sinal que ele vê antes de tudo – e disto se alegra sinceramente – os dons feitos por Deus à comunidade. Esta atitude do Apóstolo é um encorajamento para nós e para cada comunidade cristã a reconhecer com alegria os dons de Deus presentes nas outras comunidades. Apesar do sofrimento das divisões, que infelizmente ainda permanecem, acolhemos as palavras de Paulo como um convite a alegrar-nos sinceramente pelas graças concedidas por Deus a outros cristãos. Temos o mesmo Batismo, o mesmo Espírito Santo que nos deu a Graça: reconheçamos isso e nos alegremos.
É belo reconhecer a graça com a qual Deus nos abençoa e, ainda mais, encontrar nos outros cristãos algo de que necessitamos, algo que podemos receber como um dom dos nossos irmãos e irmãs. O grupo canadense que preparou os subsídios desta Semana de Oração não convidou as comunidades a pensarem naquilo que poderiam dar a seus vizinhos cristãos, mas os exortou a encontrar-se para entender aquilo que todos podem receber de tempos em tempos dos outros. Isso requer algo a mais. Requer muita oração, requer humildade, requer reflexão e contínua conversão. Sigamos adiante neste caminho, rezando pela unidade dos cristãos, para que este escândalo seja exterminado e não esteja mais entre nós.


CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
CRISMA OU CONFIRMAÇÃO
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
Nesta terceira catequese sobre os Sacramentos, concentremo-nos na Confirmação ou Crisma, que é entendida em continuidade com o Batismo, ao qual está ligada de modo inseparável. Estes dois sacramentos, junto com a Eucaristia, formam um único evento salvífico que se chama “iniciação cristã”, na qual somos inseridos em Jesus Cristo morto e ressuscitado e nos tornamos novas criaturas e membros da Igreja. Eis porque na origem estes três sacramentos se celebravam em um único momento, ao término do caminho catecumenal, normalmente na Vigília Pascal. Assim era selado o percurso de formação e de gradual inserção na comunidade cristã que poderia durar também alguns anos. Fazia-se passo a passo para chegar ao Batismo, depois à Crisma e à Eucaristia.
Comumente se fala de sacramento da “Crisma”, palavra que significa “unção”. E, de fato, através do óleo chamado “Sagrado Crisma” somos confirmados, no poder do Espírito, em Jesus Cristo, o qual é o único e verdadeiro “ungido”, o “Messias”, o Santo de Deus. O termo “Confirmação” recorda-nos então que este Sacramento leva a um crescimento da graça batismal: une-nos mais firmemente a Cristo; cumpre a nossa ligação com a Igreja; dá-nos uma especial força do Espírito Santo para difundir e defender a fé, para confessar o nome de Cristo e para não nos envergonharmos nunca da sua cruz (cfr Catecismo da Igreja Católica, n. 1303).
Por isto é importante cuidar para que nossas crianças, nossos jovens, recebam este Sacramento.  Todos nós cuidamos para que sejam batizados e isto é bom, mas talvez não cuidamos tanto para que recebam a Crisma. Deste modo, ficam no meio do caminho e não receberão o Espírito Santo, que é tão importante na vida cristã, porque nos dá a força para seguir adiante. Pensemos um pouco, cada um de nós: de fato temos a preocupação que as nossas crianças, os nossos jovens recebam a Crisma? É importante isto, é importante! E se vocês, em suas casas, têm crianças, jovens que ainda não a receberam e têm idade para recebê-la, façam tudo o possível para que esses terminem a iniciação cristã e recebam a força do Espírito Santo. É importante!
Naturalmente, é importante oferecer aos crismandos uma boa preparação, que deve buscar conduzi-los a uma adesão pessoal à fé em Cristo e a despertar neles o sentido de pertença à Igreja.
A Confirmação, como todo Sacramento, não é obra dos homens, mas de Deus, que cuida da nossa vida de modo a plasmar-nos à imagem e semelhança de seu Filho, para nos tornar capazes de amar como Ele. Ele o faz infundindo em nós o seu Espírito Santo, cuja ação permeia toda a pessoa e toda a vida, como refletido pelos sete dons que a Tradição, à luz da Sagrada Escritura, sempre evidenciou. Estes sete dons: eu não quero perguntar a vocês se vocês se lembram dos sete dons. Talvez vocês todos o sabem…Mas os digo eu em nome de vocês. Quais são estes dons? Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus. E estes dons nos foram dados propriamente com o Espírito Santo no sacramento da Confirmação. A estes dons pretendo então dedicar as catequeses que seguirão àquelas sobre os Sacramentos.
Quando acolhemos o Espírito Santo no nosso coração e O deixamos agir, o próprio Cristo se torna presente em nós e toma forma na nossa vida; através de nós, será Ele o próprio Cristo a rezar, a perdoar, a infundir esperança e consolação, a servir os irmãos, a fazer-se próximo aos necessitados e aos últimos, a criar comunhão, a semear paz. Pensem em quão importante é isto: por meio do Espírito Santo, o próprio Cristo vem fazer tudo isso em meio a nós e por nós. Por isso é importante que as crianças e os jovens recebam o Sacramento da Crisma.
Queridos irmãos e irmãs, recordemo-nos de que recebemos a Confirmação! Todos nós! Recordemos antes de tudo para agradecer ao Senhor por este dom, e depois para pedir-lhe que nos ajude a viver como verdadeiros cristãos a caminhar sempre com alegria segundo o Espírito Santo que nos foi dado.
CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL

CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL

CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL

CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL


CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
CIDADE DO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO: JÉSSICA MARÇAL


CATEQUESE PAPA FRANCISCO
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014
OS SACRAMENTOS
BATISMO - SACRAMENTO QUE LIVRA
O HOMEM DO PECADO ORIGINAL E
LHE DÁ ESPERANÇA.
PRAÇA SÃO PEDRO  
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