ANGELUS
Solenidade de Todos os Santos
Praça São Pedro – Vaticano
Sexta-feira, 1º de novembro de 2013
Solenidade de Todos os Santos
Praça São Pedro – Vaticano
Sexta-feira, 1º de novembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
A festa de Todos os Santos, que hoje celebramos, recorda-nos que o objetivo da nossa existência não é a morte, é o Paraíso! Escreve isso o apóstolo João: “Não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isso se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é” (1 Jo 3, 2). Os santos, os amigos de Deus, asseguram-nos que esta promessa não decepciona. Em sua existência terrena, de fato, viveram em comunhão profunda com Deus. Na face dos irmãos menores e desprezados viram a face de Deus, e agora o contemplam face a face na sua beleza gloriosa.
Os santos não são super-homens, nem nasceram perfeitos. São como nós, como cada um de nós, são pessoas que antes de atingir a glória do céu viveram uma vida normal, com glórias e dores, cansaços e esperanças. Mas o que mudou suas vidas? Quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no com todo o coração, sem condições e hipocrisias; passaram a vida ao serviço dos outros, suportaram sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Esta é a vida dos santos: pessoas que pelo amor de Deus em suas vidas não colocaram condições a Ele; não foram hipócritas; passaram suas vidas a serviço dos outros para servir o próximo; sofreram tantas adversidades, mas sem odiar. Os santos nunca odiaram. Entendam bem isto: o amor é de Deus, mas o ódio de quem vem? O ódio não vem de Deus, mas do diabo! E os santos se afastaram do diabo; os santos são homens e mulheres que têm a alegria no coração e a transmitem aos outros. Nunca odiar, mas servir os outros, os mais necessitados; rezar e viver na alegria; este é o caminho da santidade!
Ser santos não é um privilégio de poucos, como se alguém tivesse uma grande herança; todos nós, no Batismo, temos a hereditariedade de poder nos tornarmos santos. A santidade é uma vocação para todos. Todos, por isso, somos chamados a caminhar no caminho da santidade, e este caminho tem um nome, uma face: a face de Jesus Cristo. Ele nos ensina a nos tornarmos santos. Ele, no Evangelho, nos mostra o caminho: aquele das Bem-Aventuranças (cfr Mt 5, 1-12). O Reino dos céus, de fato, é para quantos não colocam a sua segurança nas coisas, mas no amor de Deus; para quantos têm um coração simples, humilde, não deixam de ser justos e não julgam os outros, quantos sabem sofrer com quem sofre e alegrar-se com quem se alegra, não são violentos, mas misericordiosos e procurar ser artífices de reconciliação e de paz. O santo, a santa é artífice de reconciliação e de paz; ajuda sempre o povo a reconciliar-se e ajuda sempre a fim de que haja paz. E assim é bela a santidade; é um belo caminho!
Hoje, nesta festa, os santos nos dão uma mensagem. Dizem-nos: confiem no Senhor, porque o Senhor não decepciona! Não decepciona nunca, é um bom amigo, sempre ao nosso lado. Com os seus testemunhos, os santos nos encorajam a não ter medo de andar contracorrente ou de ser incompreendido e ridicularizado quando falamos Dele e do Evangelho; demonstram-nos com a sua vida que quem permanece fiel a Deus e à sua Palavra experimenta já nesta terra o conforto do seu amor e depois “cem vezes mais” na eternidade. Isto é o que esperamos e pedimos ao Senhor para os nossos irmãos e irmãs falecidos. Com sabedoria, a Igreja colocou em dias próximos a festa de Todos os Santos e a Comemoração de todos os fiéis falecidos. À nossa oração de louvor a Deus e de veneração dos espíritos beatos se une a oração de sufrágio por quantos nos precederam na passagem deste mundo à vida eterna.
ANGELUS
Praça de São Pedro
domingo , 10 de novembro de 2013
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
No Evangelho deste domingo apresenta Jesus para lidar com os saduceus, que negavam a ressurreição. E é precisamente sobre este tema que abordam a questão para Jesus, para constranger e ridicularizar a fé na ressurreição dos mortos. Afaste-se de um caso imaginário: "A mulher teve sete maridos morreram um após o outro", e pedir a Jesus: "De quem será ela mulher a mulher depois de sua morte?". Jesus, sempre gentil e paciente, primeiro responde que a vida após a morte não tem os mesmos parâmetros do que a terrestre. A vida eterna é uma outra vida, em outra dimensão, onde, entre outras coisas, não haverá casamento, que está relacionado com a nossa existência neste mundo. O ressuscitado - Jesus diz - vai ser como os anjos, e eles vão viver em um estado diferente, que agora não podemos nem imaginar e experimentar. E assim, Jesus diz.
Mas, então, Jesus, por assim dizer, passa um contra-ataque. E fá-lo, citando as Escrituras, com a simplicidade e originalidade que nos deixam cheio de admiração pelo nosso Mestre, o único Mestre! A prova da ressurreição de Jesus encontrada no episódio de Moisés ea sarça ardente (cf. Ex 3,1-6), onde Deus se revela como o Deus de Abraão, Isaac e Jacob. O nome de Deus está ligado com os nomes de homens e mulheres com quem ele liga, e essa ligação é mais forte que a morte. E também podemos dizer do relacionamento de Deus com a gente, cada um de nós: Ele éo nosso Deus! Ele é o Deus de todos nós! Como se ele iria trazer o nosso nome. Ele gosta de dizer, e esta é a aliança. É por isso que Jesus diz: "Deus não é dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele" ( Lc 20,38). E este é o elo crucial, a aliança fundamental, a aliança com Jesus: Ele mesmo é a Aliança, Ele é a vida ea ressurreição, porque com o seu amor crucificado venceu a morte. Em Jesus, Deus nos dá a vida eterna, dá a todos, e tudo graças a ele que eles têm a esperança de uma vida ainda mais verdadeiro do que isso. A vida que Deus prepara para nós não é um mero embelezamento desta corrente: está além da nossa imaginação, porque Deus nos surpreende continuamente com o seu amor e sua misericórdia.
Portanto, o que vai acontecer é exatamente o oposto do que eles esperavam que os saduceus. É esta vida para agir como uma referência para a eternidade, a outra vida, o que nos espera, mas é a eternidade - que a vida - para iluminar e dar esperança para a vida terrena de cada um de nós! Se olharmos apenas com o olho humano, tendemos a dizer que o caminho do homem vai da vida para a morte. Isto é visto! Mas este é apenas se olharmos com o olho humano. Jesus inverte essa visão e afirma que a nossa peregrinação da morte para a vida: a vida plena! Estamos em uma viagem, uma peregrinação à plenitude da vida, e que a vida é cheia que ilumina-nos em nossa jornada!Assim, a morte para trás, para trás, não na frente de nós. Diante de nós está o Deus da vida, o Deus da aliança, o Deus que tem o meu nome, o nosso nome, como Ele disse: "Eu sou o Deus de Abraão, Isaac, Jacob," o Deus com a minha nome, com seu nome, com o seu nome ... com o nosso nome. Deus dos vivos! É ... a derrota final do pecado e da morte, o início de um novo tempo de alegria e de luz infinita. Mas, mesmo nesta terra, na oração, nos sacramentos, na fraternidade, encontramos Jesus e seu amor, e assim podemos antegozo da vida algo ressuscitado.A experiência que temos do seu amor e fidelidade suas luzes se como um fogo em nossos corações e aumentar a nossa fé na ressurreição. Na verdade, se Deus é fiel e adora, não pode ser por tempo limitado: a fidelidade é eterna, não pode mudar. O amor de Deus é eterno, não pode mudar! Não é por tempo limitado: é para sempre! E 'para começar! Ele é sempre fiel e Ele está esperando por nós, cada um de nós, acompanha cada um de nós com essa fidelidade eterna.
Depois do Angelus
Esta tarde, em Paderborn, na Alemanha, será proclamada Beata Maria Teresa Bonzel, fundadora das Irmãs Franciscanas Pobres de Adoração Perpétua, viveu no século XIX. A Eucaristia é a fonte de onde ele tirou a energia espiritual, para se dedicar à caridade incansável para o mais fraco. Louvamos ao Senhor pelo seu testemunho!
Quero garantir-vos a minha proximidade ao povo das Filipinas e do país, que foram atingidos por um terrível tufão.Infelizmente, as vítimas são muitas e enormes danos. Oremos por um momento em silêncio, e depois para a Virgin, para os nossos irmãos e irmãs, e tentamos transmitir-lhes também a nossa ajuda prática. Oremos em silêncio.(Recite a Ave-Maria)
Hoje é o septuagésimo quinto aniversário da "Kristallnacht": a violência da noite entre 9 e 10 de novembro de 1938 contra os judeus, sinagogas, casas, lojas marcou uma etapa triste para a tragédia do Holocausto. Renovamos o nosso apoio e solidariedade ao povo judeu, nossos irmãos mais velhos, mais. E nós oramos a Deus para que a memória do passado, a memória dos pecados passados nos ajudam a estar sempre vigilantes contra todas as formas de ódio e intolerância.
Neste domingo, na Itália, celebramos o Dia de Ação de Graças. juntar a minha voz à dos bispos expressar minha proximidade com o mundo agrícola, especialmente para os jovens que optaram por trabalhar a terra. Eu encorajo aqueles que estão comprometidos porque ninguém falte comida saudável e adequada.
Saúdo todos os peregrinos que vieram de diferentes países, famílias, grupos religiosos, associações, em particular, os fiéis da Diocese de Liguria, acompanhado pelo Cardeal Bagnasco e outros Bispos da Região.
Onda Trabalhador Freguesia Instituto Secular, a Fundação Centro Académico Romano , os fiéis dos Estados Unidos da América e do Tahiti, bem como aqueles de Riccione, Avezzano, Itália, Bertonico e Celano. Um pensamento especial aos jovens das Pontifícias Obras Missionárias, os meninos do Pescara e Monte San Savino e da Cruz Verde de Alexandria.
Desejo a todos um bom domingo. Adeus e bom almoço!
ANGELUS
DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013
REMÉDIO ESPIRITUAL : UMA CAIXA
DE MISERICORDINA 59 GRÃOS INTRACORDIALI
PRAÇA DE SÃO PEDRO
FONTE: VATICAN.VAN
Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
O Evangelho deste domingo ( Lc 21,5-19) é a primeira parte de um discurso de Jesus: o que acontece com o fim dos tempos. Jesus pronuncia em Jerusalém, perto do templo, ea inspiração que deu precisamente pelas pessoas que falavam do templo e sua beleza. Foi bom que templo. Então Jesus disse: "Dias virão em que, no caso, você não vai ficar pedra sobre pedra" ( Lc 21:06). Claro que perguntar: Quando isso vai acontecer, quais são os sinais? Mas Jesus muda o foco a partir destes aspectos secundários - quando será, será? - A mudança para problemas reais. Isso é dois. Primeiro: Não se deixe enganar por falsos messias e não ficar paralisado pelo medo. Segundo: a viver o tempo de espera tempo como testemunha e perseverança. E estamos neste tempo de espera, de esperar a vinda do Senhor.
Este discurso de Jesus está sempre presente, mesmo para nós que vivemos no século XXI. Ele nos diz: "Acautelai-vos, para que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome "(v. 8). É uma chamada para o discernimento, esta virtude cristã de entender onde está o Espírito do Senhor, onde está o espírito do mal. Ainda hoje, na verdade, não são falsos "salvadores", que tentam substituir Jesus líderes deste mundo, gurus, até feiticeiros, pessoas que querem atrair para si os corações e mentes, especialmente os jovens. Jesus nos adverte: "Não vá atrás deles." "Não ir atrás deles!"
E o Senhor também nos ajuda a não ter medo do rosto de guerras, revoluções, mas também para as catástrofes naturais, epidemias, Jesus liberta-nos do fatalismo e falsas visões apocalípticas.
O segundo aspecto próprio desafia-nos, como cristãos e da Igreja: Jesus promete ser provações e perseguições que os seus discípulos terá que sofrer por causa dele dolorosas. No entanto, garante: "Nem um só cabelo da vossa cabeça" (v. 18). Ela nos lembra que somos totalmente nas mãos de Deus! A adversidade que encontramos para a nossa fé e nosso compromisso com o Evangelho são ocasiões de testemunho não deve se afastam do Senhor, mas nos forçar a abandonar-nos ainda mais para ele, o poder do seu Espírito e da sua graça.
Neste momento, penso eu, e todos nós pensamos. Vamos fazer isso juntos: acho que muitos irmãos e irmãs cristãos que sofrem perseguição por causa da sua fé. Há tantos. Talvez muitos mais dos primeiros séculos. Jesus está com eles. Também estamos unidos com eles com nossas orações e nosso amor. Nós também temos admiração por sua coragem e seu testemunho. Eles são nossos irmãos e irmãs em muitas partes do mundo sofrem por causa de ser fiel a Jesus Cristo. Saudamos do coração e do afeto.
No fim das contas, Jesus faz uma promessa que é uma garantia de vitória: "Pela vossa perseverança que conseguireis suas vidas" (v. 19). Quanta esperança nestas palavras! Eles são um lembrete da esperança e paciência, para ser capaz de esperar os frutos da salvação seguros, confiantes no sentido profundo da vida e da história: as provações e dificuldades fazem parte de um quadro maior, e que o Senhor, o Senhor da história, leva tudo seu cumprimento. Apesar da turbulência e os desastres que afetam o mundo, o design da bondade e misericórdia de Deus será cumprida! E esta é a nossa esperança de ir assim, desta forma, no plano de Deus, que será concluída. É a nossa esperança.
Esta mensagem de Jesus nos faz refletir sobre o nosso presente e nos dá a força para enfrentá-lo com coragem e esperança, na companhia de Maria, que anda sempre com a gente.
Depois do Angelus
Saúdo todos vós, famílias, associações e grupos, que vieram de Roma, Itália, de várias partes do mundo: Espanha, França, Finlândia, Países Baixos. Em particular, saúdo os peregrinos de Vercelli, Salerno, Lizzanello; Motoclub Lucania em Potenza, os meninos do Monte Cassino e Caserta.
Hoje, a comunidade eritreu em Roma celebrou a festa de São Miguel. Saudamos-vos de coração!
Hoje é o "Dia de mortes nas estradas." Eu garanto a minha oração e encorajar-vos a perseverar na prevenção, porque a prudência e respeito as regras são a primeira forma de proteção de si e dos outros.
Mesmo agora, eu gostaria de avisar a todos vocês um medicamento. Mas alguém pensa: "O farmacêutico Papa agora?" É um medicamento especial para perceber os frutos do Ano da Fé, que chega ao fim. Mas é um medicamento de 59 grãos intracordiali. É um "remédio espiritual" chamado Misericordina. Uma caixa de 59 grãos intracordiali. Esta caixa contém o medicamento e alguns voluntários irão distribuí-lo para você como você deixar a praça. Tirá-la! Há um rosário, com o qual você pode rezar o "Terço da Misericórdia", ajuda espiritual para a nossa alma e em todos os lugares para espalhar o amor, o perdão e a fraternidade. Não se esqueça de levá-lo, porque ele é bom, hein? É bom para o coração, alma e vida!
Para todos vocês um cordiais votos para uma segunda-feira feliz. Adeus e bom almoço!
ANGELUS
DOMINGO, 24 DE NOVEMBRO DE 2013
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO REI DO UNIVERSO
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO REI DO UNIVERSO
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Antes de concluir esta celebração, desejo saudar todos os peregrinos, as famílias, os grupos paroquiais, as associações e os movimentos, vindos de tantos países. Saúdo os participantes do Congresso nacional da Misericórdia; saúdo a comunidade ucraniana, que recorda o 80º aniversário do Holodomor, a “grande fome” provocada pelo regime soviético que causou milhões de vítimas.
Neste dia, o nosso pensamento grato vai aos missionários que, ao longo dos séculos, anunciaram o Evangelho e espalharam a semente da fé em tantas partes do mundo; entre estes o Beato Junípero Serra, missionário franciscano espanhol, do qual recorre o centenário de nascimento.
Não quero terminar sem um pensamento a todos aqueles que trabalharam para levar adiante este Ano da Fé. Dom Rino Fisichella, que guiou este caminho: agradeço-lhe tanto, de coração, a ele e a todos os seus colaboradores. Muito obrigado!
Agora rezemos juntos o Angelus. Com esta oração, invoquemos a proteção de Maria especialmente para os nossos irmãos e as nossas irmãs que são perseguidos por causa de sua fé, e são tantos!
Angelus Domini…
Agradeço-vos pela vossa presença nesta celebração. Desejo-vos um bom domingo e bom almoço.
DOMINGO, 01 DE DEZEMBRO DE 2013
PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO
UM NOVO ANO LITÚRGICO
PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO
UM NOVO ANO LITÚRGICO
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Começamos hoje, primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, ou seja, um novo caminho do Povo de Deuscom Jesus Cristo, nosso Pastor, que nos guia na história rumo ao cumprimento do Reino de Deus. Por isso este dia tem um fascínio especial, faz-nos ter um sentimento profundo do significado da história. Redescobrimos a beleza de estar todos a caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e a humanidade inteira, os povos, a civilização, as culturas, todos a caminho através das veredas do tempo.
Mas a caminho para onde? Há um destino comum? E qual é este destino? O Senhor responde-nos através do profeta Isaías, e diz assim: «No fim dos tempos acontecerá que o Monte do Templo do Senhor terá os seus fundamentos no cume das montanhas, e dominará as colinas. Acorrerão a ele todas as gentes, virão muitos povos e dirão: “Vinde, subamos à montanha do Senhor, à Casa do Deus de Jacob: ele nos ensinará os seus caminhos”» (2, 2-3). Eis o que diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal rumo a uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação do rosto de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e Ele mesmo se tornou o «templo do Senhor», o Verbo feito carne: é Ele o guia e ao mesmo tempo a meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também os outros povos podem caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o Profeta: «Das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra a outra nação, e não se adestrarão mais para a guerra» (2, 4). Permito-me repetir o que diz o Profeta, ouvi bem: «Das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra a outra nação, e não se adestrarão mais para a guerra». Mas quando acontecerá isto? Será um lindo dia, no qual as armas forem desmontadas, para serem transformadas em instrumentos de trabalho! Que lindo dia será esse! E isto é possível! Isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível!
Este caminho nunca está concluído. Como na vida de cada um de nós há sempre necessidade de voltar a partir, de se erguer, de reencontrar o sentido da meta da próxima existência, assim para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum para o qual estamos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para percorrer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, restitui-nos o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque está fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não decepciona, simplesmente porque o Senhor nunca desilude! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza.
O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida, é a Virgem Maria. Uma simples jovem de aldeia, que tem no coração toda a esperança de Deus! No seu seio, a esperança de Deus assumiu a carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus a caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe guiar-nos. Deixemo-nos orientar por Ela neste tempo de espera e de vigilância laboriosa.
Depois do Angelus
Celebra-se hoje o Dia mundial da luta contra o VIH/Sida. Expressamos a nossa proximidade às pessoas que por ele foram atingidas, sobretudo as crianças; uma proximidade que é muito concreta pelo compromisso silencioso de tantos missionários e trabalhadores. Rezemos por todos, também pelos médicos e pesquisadores. Cada doente, sem excluir nenhum, possa ter acesso às curas de que precisa.
ANGELUS
DOMINGO, 08 DE DEZEMBRO DE 2013
FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA, MÃE DE JESUS E NOSSA.
FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA, MÃE DE JESUS E NOSSA.
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Caros irmãos e irmãs,
Este segundo domingo do Advento cai no dia da festa da Imaculada Conceição de Maria, e então, o nosso olhar é atraído pela beleza da Mãe de Jesus, a nossa Mãe! Com grande alegria a Igreja contempla a “cheia de graça” (Lc 1, 28), assim como Deus olhou para ela desde o primeiro momento em seu desígnio de amor. Maria nos sustenta em nossa jornada rumo a Natal, porque nos ensina a viver este tempo do Advento, na espera do Senhor.
O Evangelho de São Lucas nos apresenta uma jovem de Nazaré, uma pequena cidade da Galiléia, na periferia do Império Romano e também na periferia de Israel. No entanto, sobre ela posuou o olhar do Senhor, que a escolheu para ser a mãe de seu Filho. Em vista dessa maternidade, Maria foi preservada do pecado original, ou seja, daquela quebra na comunhão com Deus, com os outros e com a criação, que fere em profundidade, cada ser humano. Mas essa ruptura foi curada em antecipação na Mãe d’Aquele que veio para nos libertar da escravidão do pecado. A Imaculada está inscrita no desígnio de Deus, é o fruto do amor de Deus que salva o mundo.
E Nossa Senhora nunca se afastou deste amor: toda a sua vida, todo o seu ser é um “sim” a Deus. Mas certamente não foi fácil para ela! Quando o Anjo a chama de “cheia de graça” (Lc 1, 28), ela fica “muito perturbada”, porque na sua humildade se sente pequena diante de Deus. O Anjo a conforta: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus; E eis que conceberás um filho, e o chamars com o nome de Jesus” (v. 30). Esse anúncio a perturba ainda mais, porque ainda não é casada com José, mas o Anjo acrescenta: “O Espírito Santo virá sobre ti , e Aquele que nascer será santo e será chamado Filho de Deus” (v. 35) . Maria escuta, obedece interiormente e responde: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38).
O mistério desta menina de Nazaré, que está no coração de Deus, nãonos é um estranho. Na verdade, Deus coloca o seu olhar amoroso sobre cada homem e mulher! O apóstolo Paulo afirma que Deus “nos escolheu Nele antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis” (Efésios 1, 4). Também nós, desde sempre, fomos escolhidos por Deus para viver uma vida santa, livre de pecado. É um projeto de amor que Deus renova cada vez que nos aproximamos Dele, especialmente nos sacramentos.
Nesta festa, contemplando a nossa Mãe Imaculada, também reconhecemos o nosso destino mais verdadeiro, a nossa mais profunda vocação: sermos amados, transformados pelo amor. Olhemos para ela, e deixemos que ela nos olhe. Aprendamos a ser mais humildes, e termos ainda mais coragem para seguir a Palavra de Deus, para receber o abraço carinhoso de seu Filho Jesus, um abraço que nos dá vida, esperança e paz.
Após o Angelus
Caros irmãos e irmãs,
Saúdo todos vós com afeto, especialmente , as famílias, grupos paroquiais e associações. Saúdo so fiéis de Cossato, Bianzé, Lomazzo, Livorno Ferraris, Rocca di Papa, San Marzano sul Sarno e Pratola Serra.
Saúdo todos vós com afeto, especialmente , as famílias, grupos paroquiais e associações. Saúdo so fiéis de Cossato, Bianzé, Lomazzo, Livorno Ferraris, Rocca di Papa, San Marzano sul Sarno e Pratola Serra.
Nos unamos espiritualmente à Igreja que vive na América do Norte, que hoje recorda a fundação de sua primeira paróquia, há cerca de 350 anos: Notre-Dame de Québec. Rendamos graças pelo caminho percorrido, especialmente pelos santos e mártires que enriqueceram aquelas terras. Abençoo de coração a todos os fiéis que celebram este jubileu.
Dirijo um pensamento especial para os membros da Ação Católica Italiana, que hoje renovam a sua adesão à Associação: Desejo a vocês todo o bem no compromisso formativo e apostólico.
Hoje, na parte da tarde, seguindo uma antiga tradição, irei à Praça Espanha para rezar aos pés do monumento à Imaculada. Vos peço para se juntarem a mim nesta peregrinação espiritual, que é um ato de devoção filial a Maria, para confiar a cidade de Roma, a Igreja e toda a humanidade.
A todos desejo um bom domingo e uma boa festa de nossa Mãe.
DOMINGO, 15 DE DEZEMBRO DE 2013
FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA, MÃE DE JESUS E NOSSA.
FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA, MÃE DE JESUS E NOSSA.
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
3º Domingo do Advento, “Gaudete”
15 de dezembro de 2013
15 de dezembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Tradução: Jéssica Marçal
Obrigado!
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje é o terceiro domingo do Advento, dito também domingo Gaudete, isso é, domingo da alegria. Na liturgia, ressoa várias vezes o convite à alegria, a alegrar-se, por que? Porque o Senhor está próximo. O Natal está próximo. A mensagem cristã se chama “evangelho”, isso é, “boa notícia”, um anúncio de alegria para todo o povo; a Igreja não é um refúgio para o povo triste, a Igreja é a casa da alegria! E aqueles que estão tristes encontram nessa a alegria, encontram nessa a verdadeira alegria!
Mas aquela do Evangelho não é uma alegria qualquer. Encontra a sua razão no saber-se acolhido e amado por Deus. Como nos recorda hoje o profeta Isaías (cfr 35, 1-6.8ª.10), Deus é aquele que vem para nos salvar, e presta socorro especialmente aos desanimados de coração. A sua vinda em meio a nós nos fortalece, torna sãos, dá coragem, faz exultar e florir o deserto e o estepe, isso é, a nossa vida quando se torna árida. E quando a nossa vida se torna árida? Quando está sem a água da Palavra de Deus e do seu Espírito de amor. Por mais que sejam grandes os nossos limites e os nossos desânimos, não nos é permitido sermos fracos e vacilantes diante das dificuldades e das nossas próprias fraquezas. Ao contrário, somos convidados a robustecer as mãos, a firmar os joelhos, a ter coragem e não temer, porque o nosso Deus nos mostra sempre a grandeza da sua misericórdia. Ele nos dá a força para seguir adiante. Ele está sempre conosco para nos ajudar a seguir adiante. É um Deus que nos quer tanto bem, nos ama e por isto está conosco, para nos ajudar, para nos robustecer e seguir adiante. Coragem! Sempre avante! Graças à sua ajuda nós podemos sempre começar de novo. Como? Começar de novo? Alguém pode me dizer: “Não, padre, eu fiz tantas coisas…Sou um grande pecador, uma grande pecadora…Eu não posso recomeçar!”. Você está errado! Você pode recomeçar! Por que? Porque Ele te espera, Ele está próximo a você, Ele te ama, Ele é misericordioso, Ele te perdoa, Ele te dá a força de recomeçar! A todos! Então somos capazes de reabrir os olhos, de superar tristeza e choro e entoar um canto novo. E esta alegria verdadeira permanece também na prova, também no sofrimento, porque não é uma alegria superficial, mas desce no profundo da pessoa que se confia a Deus e confia Nele.
A alegria cristã, como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus, na certeza de que Ele mantém sempre as suas promessas. O profeta Isaías exorta aqueles que perderam o caminho e estão no desânimo a terem confiança na fidelidade do Senhor, porque a sua salvação não tardará a irromper nas suas vidas. Quantos encontraram Jesus ao longo do caminho, experimentam no coração uma serenidade e uma alegria da qual nada e ninguém poderá privá-los. A nossa alegria é Jesus Cristo, o seu amor fiel e inesgotável! Por isso, quando um cristão se torna triste, quer dizer que se afastou de Jesus. Mas então não é preciso deixá-lo sozinho! Devemos rezar por ele e fazê-lo sentir o calor da comunidade.
A Virgem Maria nos ajude a apressar o passo rumo a Belém, para encontrar o Menino que nasceu para nós, para a salvação e a alegria de todos os homens. A ela o Anjo disse: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28). Ela nos ajude a viver a alegria do Evangelho na família, no trabalho, na paróquia e em todo lugar. Uma alegria íntima, feita de admiração e ternura. Aquela que experimenta uma mãe quando olha para a sua criança recém-nascida e sente que é um dom de Deus, um milagre pelo qual só agradecer!
ANGELUS
DOMINGO, 22 DE DEZEMBRO DE 2013
FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA, MÃE DE JESUS E NOSSA.
FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA, MÃE DE JESUS E NOSSA.
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Domingo, 22 de dezembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Neste quarto domingo do Advento, o Evangelho nos conta os fatos que precederam o nascimento de Jesus e o evangelista Mateus os apresenta do ponto de vista de São José, o prometido esposo da Virgem Maria.
José e Maria viviam em Nazaré; ainda não moravam juntos, porque o casamento ainda não havia sido realizado. Naquele meio tempo, Maria, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo, torna-se grávida por ação do Espírito Santo. Quando José percebe este fato, fica perturbado. O Evangelho não explica quais foram os seus pensamentos, mas nos diz o essencial: ele procura fazer a vontade de Deus e está pronto para a renúncia mais radical. Em vez de defender-se e de fazer valer os próprios direitos, José escolhe uma solução que para ele representa um enorme sacrifício: “José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo” (1, 19).
Esta breve frase resume um verdadeiro e próprio drama interior, se pensamos no amor que José tinha por Maria! Mas mesmo em tal circunstância, José pretende fazer a vontade de Deus e decide, seguramente com grande dor, abandonar Maria em segredo. É preciso meditar sobre estas palavras para entender qual foi a prova que José teve que suportar nos dias que precederam o nascimento de Jesus. Uma prova similar ao sacrifício de Abraão, quando Deus lhe pede o filho Isaac (cfr Gen 22): renunciar à coisa mais preciosa, à pessoa mais amada.
Mas, como no caso de Abraão, o Senhor intervém: encontrou a fé que procurava e abre um caminho diferente, um caminho de amor e de felicidade: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” (Mt 1,20).
Este Evangelho nos mostra toda a grandeza da alma de São José. Ele estava seguindo um bom projeto de vida, mas Deus reservava para ele um outro projeto, uma missão maior. José era um homem que dava sempre ouvido à voz de Deus, profundamente sensível à sua secreta vontade, um homem atento às mensagens que lhe chegavam do fundo do coração e do alto. Não teimou em perseguir aquele seu projeto de vida, não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma, mas esteve pronto para se colocar à disposição da novidade que, de modo perturbante, lhe era apresentada. E assim, era um homem bom. Não odiava e não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma. Mas quantas vezes o ódio, a antipatia, o rancor nos envenenam a alma! E isto faz mal. Não permitam isso nunca: ele é um exemplo disto. E assim, José tornou-se ainda mais livre e grande. Aceitando-se segundo o projeto do Senhor, José encontra plenamente a si mesmo, além de si. Esta sua liberdade de renunciar àquilo que é seu, à posse de sua própria existência e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de Deus nos interpelam e nos mostram o caminho.
Vamos nos dispor, então, a celebrar o Natal contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça que teve a coragem de confiar totalmente na Palavra de Deus; José, homem fiel e justo que preferiu acreditar no Senhor em vez de escutar a voz da dúvida e do orgulho humano. Com eles, caminhemos juntos rumo a Belém.
ANGELUS
DOMINGO, 26 DE DEZEMBRO DE 2013
FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA.
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs,
Vocês não têm medo da chuva, são bravos!
A liturgia prolonga a Solenidade do Natal por oito dias: um tempo de alegria para todo o povo de Deus! E neste segundo dia da oitava, na alegria do Natal se insere a festa de Santo Estêvão, o primeiro mártir da Igreja. O livro dos Atos dos Apóstolos o apresenta como “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (6, 5), escolhido com outros seis para o serviço às viúvas e aos pobres na primeira comunidade de Jerusalém. E nos conta o seu martírio: quando, depois de um discurso inflamado que suscitou a ira dos membros do Sinédrio, foi arrastado para fora da cidade e apedrejado. Estêvão morre como Jesus, pedindo o perdão pelos seus assassinos (7, 55-60).
No clima alegre do Natal, esta comemoração poderia parecer fora de contexto. O Natal, na verdade, é a festa da vida e nos infunde sentimentos de serenidade e de paz; por que perturbar seu encanto com a recordação de uma violência tão atroz? Na realidade, na ótica da fé, a festa de Santo Estêvão está em plena sintonia com o significado profundo do Natal. No martírio, de fato, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja vê no sacrifício dos mártires seu “nascimento ao céu”. Celebramos, então, hoje o “natal” de Estêvão, que em profundidade nasce do Natal de Cristo. Jesus transforma a morte de quantos o amam em aurora de vida nova!
No martírio de Estêvão se reproduz o mesmo confronto entre o bem e o mal, entre o ódio e o perdão, entre a brandura e a violência, que teve o seu ponto alto na Cruz de Cristo. A memória do primeiro mártir vem assim, imediatamente, dissolver uma falsa imagem do Natal: a imagem “mágica” e “adocicada”, que no Evangelho não existe! A liturgia nos leva ao sentido autêntico da Encarnação, ligando Belém ao Calvário e recordando-nos que a salvação divina implica a luta ao pecado, passa pela porta estreita da Cruz. Este é o caminho que Jesus indicou claramente aos seus discípulos, como atesta o Evangelho de hoje: “Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22).
Por isso hoje rezemos de modo particular pelos cristãos que sofrem discriminações por causa do seu testemunho dado de Cristo e do Evangelho. Sejamos próximos a estes irmãos e irmãs que, como santo Estêvão, são acusados injustamente e feitos objeto de violências de vários tipos. Estou certo de que, infelizmente, são mais numerosos hoje que nos primeiros tempos da Igreja. Há tantos! Isto acontece especialmente lá onde a liberdade religiosa ainda não é garantida ou não é plenamente realizada. Acontece, porém, também em países e ambientes que, no papel, protegem a liberdade e os direitos humanos, mas onde de fato os crentes e, especialmente os cristãos, encontram limitações e discriminações. Eu gostaria de pedir para vocês rezarem pos estes irmãos e irmãs um instante em silêncio [...] E os confiemos à Nossa Senhora (Ave Maria…).
Para o cristão, isso não causa surpresa, porque Jesus já o havia preanunciado como ocasião propícia para dar testemunho. Todavia, na esfera civil, a injustiça deve ser denunciada e eliminada.
Maria Rainha dos Mártires nos ajude a viver o Natal com aquele ardor de fé e de amor que brilha em Santo Estêvão e em todos os mártires da Igreja.
ANGELUS
DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013
FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA.
PRAÇA SÃO PEDRO VATICANO
BOLETIM DA SANTA SÉ
TRADUÇÃO : JÉSSICA MARÇAL
FONTE: CANÇÃO NOVA
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Neste primeiro domingo depois do Natal, a Liturgia nos convida a celebrar a festa da Sagrada Família de Nazaré. De fato, todo presépio mostra Jesus junto com Nossa Senhora e São José, na gruta de Belém. Deus quis nascer em uma família humana, quis ter uma mãe e um pai, como nós.
E hoje o Evangelho nos apresenta a Sagrada Família no caminho doloroso do exílio, em busca de refúgio no Egito. José, Maria e Jesus experimentam a condição dramática dos refugiados, marcada por medo, incertezas, necessidades (Mt 2, 13-15. 19-23). Infelizmente, nos nossos dias, milhões de famílias podem reconhecer-se nesta triste realidade. Quase todos os dias a televisão e os jornais dão notícias de refugiados que fogem da fome, da guerra, de outros perigos graves, em busca de segurança e de uma vida digna para si e para as próprias famílias.
Em terras distantes, mesmo quando encontram trabalho, nem sempre os refugiados e os imigrantes encontram acolhimento verdadeiro, respeito, apreço pelos valores de que são portadores. As suas legítimas expectativas se confrontam com situações complexas e dificuldades que parecem às vezes insuperáveis. Por isso, enquanto fixamos o olhar na Sagrada Família de Nazaré no momento em que foi forçada a fazer-se refugiada, pensemos no drama de quantos migrantes e refugiados que são vítimas de rejeição e da escravidão, que são vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Mas pensemos também nos outros “exilados”: eu os chamarei de “exilados escondidos”, aqueles exilados que podem existir dentro das próprias famílias: os idosos, por exemplo, que às vezes são tratados como presenças incômodas. Muitas vezes penso que um sinal para saber como vai uma família é ver como são tratados nessa as crianças e os idosos.
Jesus quis pertencer a uma família que experimentou estas dificuldades para que ninguém se sinta excluído da proximidade amorosa de Deus. A fuga ao Egito por causa das ameaças de Herodes nos mostra que Deus está lá onde o homem está em perigo, lá onde o homem sofre, lá onde é fugitivo, onde experimenta a rejeição e o abandono; mas Deus está também lá onde o homem sonha, espera voltar à pátria na liberdade, projeta e escolhe pela vida e dignidade sua e dos seus familiares.
Este nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco. Recordemos as três palavras-chave para viver em paz e alegria em família: com licença, obrigado, desculpa. Quando em uma família não se é invasor e se pede “com licença”, quando em uma família não se é egoísta e se aprende a dizer “obrigado” e quando em uma família um percebe que fez algo ruim e sabe pedir “desculpa”, naquela família há paz e alegria. Recordemos estas três palavras. Mas podemos repeti-las todos juntos: com licença, obrigado, desculpa. (Todos: com licença, obrigado, desculpa!). Gostaria também de encorajar as famílias a tomar consciência da importância que têm na Igreja e na sociedade. O anúncio do Evangelho, de fato, passa antes de tudo pelas famílias, para depois alcançar os diversos âmbitos da vida cotidiana.
Invoquemos com fervor Maria Santíssima, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, e São José, seu esposo. Peçamos a eles para iluminar, confortar, guiar cada família do mundo, para que possa cumprir com dignidade e serenidade a missão que Deus lhes confiou.
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