quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

MENSAGENS DE DOM SERGIO PARA 2014






MENSAGEM DO BISPO SÉRGIO
DIOCESE DE BRAGANÇA PAULISTA
PARA A CELEBRAÇÃO DO XLVII
DIA MUNDIAL DA PAZ
QUARTA-FEIRA, 01 DE JANEIRO DE 2014
FRATERNIDADE, FUNDAMENTO E CAMINHO PARA A PAZ

Irmãos e Irmãs!

Iniciar um novo ano é sempre motivo de alegria. O fazemos com votos de paz e com a esperança de que o “Filho que nos foi dado”, Filho de Deus, dom do seu amor – Deus Conosco, acolhido e amado, seja fonte dos bens que conduzem à verdadeira prosperidade. A paz é dom de Deus que ultrapassa fronteiras culturais e religiosas, mas é também empenho de toda pessoa de boa vontade. É no respeito, abertura para o outro e na reconciliação que ela se concretiza e tornará possível uma vida mais plena. Para os cristãos, e todos os de coração sincero, ela é sempre meta a ser alcançada, no exemplo daquele que é o “Príncipe da Paz”.

Para a celebração do XLVII dia mundial da paz deste ano de 2014, o Papa Francisco propõe a “Fraternidade como Fundamento e Caminho para a Paz”. Inicia sua reflexão lembrando que a relação entre as pessoas, com o reconhecimento do outro como irmão e irmã, é o que tornará possível a paz, uma paz estável, uma vez que a fraternidade é característica essencial ao ser humano, fraternidade que tem na família a sua fonte, e que é o desejo e todas as nações. Com direito à vida e à liberdade religiosa, hoje ameaçada em tantos países, será possível vislumbrar e tornar real a cultura da solidariedade que leva cada ser humano a ser próximo e a cuidar do outro, afirmou o pontífice.

O exemplo de Caim e Abel nas primeiras páginas da Sagrada Escritura revelando o ciúme e a inveja, com o irmão matando o irmão rompendo, portanto, de forma dramática os vínculos de reciprocidade e comunhão, não anula a vocação humana à fraternidade. A paternidade de Deus, tecida nos gestos de Jesus é sempre geradora de fraternidade, regenerada por sua cruz, “lugar” definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar. “Foi na cruz que ele criou em si mesmo um só povo, um só homem novo, uma só humanidade nova” (cf. Ef 2, 14-16).

O Papa retoma seus predecessores e recorda o caminho percorrido pela Igreja na busca da paz. Destacamos as Encíclicas Populorum progressio (Progresso dos povos) de Paulo VI e, Sollicitudo rei socialis (solicitude social) do Beato João Paulo II, ambos de venerável memória. Na primeira, o desenvolvimento integral dos povos é o novo nome da paz e, na segunda, a paz é fruto da solidariedade. : Lembramos ainda a Encíclica Caritas in Veritati (Caridade na verdade), do Papa Emérito Bento XVI: Para ele, flagelo da pobreza que ceifa milhões de vidas é sem dúvida um grande obstáculo à fraternidade. Se, acreditamos na paz, não podemos deixar de cultivar o dever de solidariedade, o dever de justiça social e o dever de caridade universal. Aí está o caminho a ser percorrido, onde a “paz, ou é um bem de todos ou não será de ninguém”.

Quanto à economia, a ambição desmedida pelos bens materiais, empobrece as relações interpessoais e comunitárias. Todo desenvolvimento econômico deve ser, sustentável, saudável e servir à dignidade humana.

Quanto à guerra, nunca favorecerá a solidariedade e a fraternidade. Nunca haverá ganhadores, sempre perdedores. “É preciso renunciar às armas e buscar o diálogo…” (Papa Francisco).

Quanto à corrupção e ao crime organizado, eles ferem, contrastam com a fraternidade. É urgente uma educação em todas as etapas da vida para o aprendizado que leva a considerar o outro como próximo, nunca como um adversário a eliminar. Os poderes públicos e seus representantes não podem ficar indiferentes a essa situação, favorecendo um clima perene de conflito, em nome muitas vezes de interesses partidários. O Papa destaca o drama das drogas, da especulação financeira que leva milhões de seres humanos à pobreza, da prostituição, sobretudo, entre os mais jovens, roubando-lhes o futuro, o tráfico de seres humanos – tema da Campanha da Fraternidade de 2014, os crimes e abusos contra menores, a escravidão ainda vigente em muitas partes do mundo, a tragédia dos emigrantes sobre quem se especula indignamente na ilegalidade. A Igreja esta presente em todas essas situações e comprometida com a liberdade de quantos sofrem e buscam a liberdade.

Quanto ao cultivo da natureza, somos chamados a administrá-la de modo responsável. Nunca manipulá-la, desrespeitá-la ou apenas dela usufruir visando interesses econômicos escusos. O cuidado com a natureza é fonte de vida e de fraternidade. Ela precisa ser garantida não só a nós, mas às gerações futuras.

Na abertura para Deus, criador e senhor de todas as coisas; na abertura para o outro, reconhecendo-o como próximo e sujeito de dignidade, encontraremos o caminho para a paz. No mandamento por excelência, “que vos ameis uns aos outros” (cf. Jo 13,35-35), está a exigência que pede a cooperação de toda a humanidade.

A Mãe de Jesus, “sede da sabedoria”, nos ajude a manter este firme propósito.

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